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ETAPA 1

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Distribuição e movimentos: Espécie migratória, inverna na zona subsariana desde o<br />

Senegal à Etiópia (Cramp e Simmons, 1983), ocupando igualmente a costa leste<br />

africana. Nidifica na zona circum-mediterrânica e leste europeu, estendendo-se no seu<br />

limite de distribuição a alguns países do Centro-Sul asiático (e.g. Casaquistão, Irão e<br />

Paquistão) (Dolz 1994) (ICN, 2006a). Em Portugal continental distribui-se pelo Sul,<br />

principalmente nos estuários do Tejo e do Sado, Alentejo e Algarve (Rufino 1989;<br />

Farrobo e Leitão 1997; ICN dados não publicados).<br />

Habitat: Esta ave colonial nidifica em habitats com características particulares,<br />

nomeadamente: zonas abertas, de vegetação rasteira, escassa ou ausente; locais<br />

planos ou de inclinação mínima; terrenos secos, mas sempre localizados em áreas<br />

associadas a sistemas estuarinos, lacustres ou ripícolas e portanto com grande<br />

disponibilidade em insectos (Calvo 1994b). Como por exemplo pastagens baixas,<br />

pousios ou alqueives, terrenos lavrados, ilhas ou margens semi-desérticas de açudes<br />

ou albufeiras, zonas de sapal com lamas secas com nível freático a 28 cm abaixo do<br />

solo (segundo Dolz, 1989), salgados e também cômoros de salinas. Frequenta<br />

também arrozais (Farinha e Costa, 1999) que pela sua maior disponibilidade em<br />

insectos se apresentam como boas áreas de alimentação. No estuário do Tejo<br />

ocorrem nas lezírias, sapais, arrozais e salinas (Leitão et al., 1998). O habitat de<br />

nidificação consiste essencialmente em terrenos agrícolas situados próximos de valas<br />

de irrigação, excepto no mouchão do Lombo do Tejo onde as aves nidificam no sapal.<br />

No estuário do Tejo é provável que as actuais zonas de nidificação na lezíria tenham<br />

sido locais de nidificação no antigo sapal, que posteriormente foi drenado, tendo em<br />

conta a fidelidade da espécie aos locais de nidificação apesar da transformação da<br />

paisagem (Calco e Alberto, 1990; Calvo 1994a) (Farrobo, 1996).<br />

População: Após uma fase de declínio generalizado na Europa, nos últimos 10 anos a<br />

sua abundância na Europa Ocidental tem permanecido estável, ao contrário das<br />

populações da Europa de Leste que continua em declínio (Wetlands International,<br />

2002).<br />

Em Portugal não tem havido monitorização nos últimos 10 anos que permita avaliar a<br />

tendência populacional. É normalmente pouco abundante, podendo ser comum em<br />

alguns locais com condições de habitat favoráveis. No território nacional nidificam pelo<br />

menos 7% da população ibérica (Farrobo, 1996) que, sem incluir a população russa<br />

(para a qual não existem dados precisos), representa aproximadamente 70% do<br />

efectivo europeu de perdiz-do-mar (Calvo, 1994b). Dados de 1985 a 1995 permitiram<br />

estimar a população nacional em aproximadamente 315 a 550 casais, distribuídos por<br />

cerca de 33 colónias (Farrobo e Leitão, 1997). A espécie deve ocorrer no estuário do<br />

Tejo pelo menos desde 1891. Embora com uma lacuna entre 1981 e 1987, desde<br />

1978 há observações regulares da ocorrência da espécie nesta zona, tendo-se<br />

inicialmente confirmado a sua nidificação em 1979. Este núcleo integra várias colónias<br />

nidificantes, respectivamente no Mouchão do Lombo do Tejo, na lezíria e também na<br />

zona a Oeste de Benavente (Farinha e Trindade, 1994). Em 1992 Leitão (1993),<br />

estimou a população nidificante de parte da área em 83 a 103 casais, distribuídos por<br />

5 colónias (4 na lezíria e 1 no mouchão do Lombo do Tejo). Em 1995 Farrobo (1996),<br />

ESTUDOS DE BASE – <strong>ETAPA</strong> 1 – DESCRIÇÃO. VOLUME II (REV 1 – 2007-04-30) 141

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