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ETAPA 1

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O robalo (Dicentrarchus labrax) entra no estuário em Maio e atinge as maiores<br />

densidades em Junho. A área de maior concentração parece ser junto à margem<br />

esquerda do estuário, na zona de Alcochete. Frequenta também as áreas entre os<br />

mouchões, alimentando-se de crustáceos – decapoda, mysidacea e isopoda (Cabral e<br />

Costa, 2001). As densidades de robalo atingem valores máximos na zona de<br />

Alcochete, com 360 a 818 indivíduos ha -1 (Cabral, 1998 in Dias e Marques, 1999).<br />

O sargo (Diplodus bellotti) e a safia (Diplodus vulgaris) são espécies que se<br />

distribuem, por todo o estuário excepto no alto estuário (desde o canal da Cala das<br />

Barcas / Mouchão da Póvoa até Vila Franca de Xira). Enquanto a espécie D. bellottii<br />

mostra maiores densidades de adultos e juvenis na boca do estuário e zona costeira<br />

adjacente, a espécie D. vulgaris prefere a zona intermédia do estuário, desde os<br />

mouchões do Lombo do Tejo e de Alhandra, até à Ponte Vasco da Gama. No entanto,<br />

verifica-se uma considerável sobreposição de habitat, na zona da ponte Vasco da<br />

Gama.<br />

O grupo dos peixes residentes apresenta espécies como as marinhas (Syngnathus<br />

abaster, S. acus e S. typhle), os cavalos-marinhos (Hippocampus hippocampus e H.<br />

ramulosus), os cabozes (Gobius niger, G. Paganellus, Pomatoschistus minutus e P.<br />

microps) e o charroco (Halobatrachus didactylus). A anchova (Scomber japonicus),<br />

que também mantém uma população residente no estuário. O caboz-vulgar<br />

(Potamoschistus microps) e o caboz-da-areia (Potamoschistus minutus) são as<br />

espécies mais comuns no estuário (Cabral et al., 2001 in Salgado et al., 2004) e com<br />

uma função importante na teia alimentar estuarina. Estas espécies frequentam as<br />

zonas intertidais do estuário, alimentando-se essencialmente de poliquetas (Salgado<br />

et al., 2004).<br />

Um grupo com grande importância conservacionista e económico embora em<br />

progressivo declínio, é o dos migradores anfihalinos, na sua maioria protegidos a nível<br />

europeu (Dec.-Lei nº 49/2005 de 24 de Fevereiro que transpõe a Directiva comunitária<br />

“Habitats”: 92/43/CE). Encontram-se referidos para o Tejo os peixes anádromos<br />

Lampreia-de-mar, a Lampreia-de-rio, a savelha e o sável, e entre os peixes<br />

catádromos a enguia e a taínha-fataça.<br />

A Lampreia-de-mar (Petromyzon marinus) é uma espécie ameaçada, com estatuto de<br />

vulnerável em Portugal (Cabral et al., 2006) e Espanha e que tem verificado um<br />

declínio populacional acentuado nos rios portugueses (Almeida et al., 2000).<br />

Apresenta elevado valor comercial que tem aumentado com a elevada procura e a<br />

diminuição dos efectivos desta espécie nos rios. Para além da pesca como factor de<br />

mortalidade da espécie, outros factores, nomeadamente a poluição e a destruição de<br />

habitat, associada à construção de barragens e extracção de inertes (Almeida et al.,<br />

2000). Esta espécie ocorre nas bacias hidrográficas do norte e centro e no estuário do<br />

Tejo efectuando a migração entre Dezembro e Maio, com um pico entre Fevereiro e<br />

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ESTUDOS DE BASE – <strong>ETAPA</strong> 1 – DESCRIÇÃO. VOLUME II (REV 1 – 2007-04-30)

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