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Pato-trombeteiro, Anas clypeata<br />
Fenologia: Em Portugal a espécie é residente. Ocorre no estuário do Tejo como<br />
invernante comum, entre os meses de Agosto a Abril (Leitão et al., 1998), sendo mais<br />
abundante no mês de Janeiro.<br />
Estatuto de Protecção: Em Portugal ocorrem duas populações, uma residente muito<br />
reduzida que tem o estatuto de espécie Em Perigo e uma invernante muito numerosa<br />
com o estatuto Pouco Preocupante. A nível europeu é considerada uma espécie em<br />
Declínio, embora este seja recente e moderado, (BirdLife International 2004) e Pouco<br />
Preocupante pela IUCN (2001). Está incluída nos anexos das convenções de Berna<br />
(Anexo III), Bona (Anexo II), CITES (Anexo C) da Directiva Aves/Habitats (Anexo D) e<br />
incluída na Lei de Bases de Caça (ICN, 2006).<br />
Distribuição e movimentos: Ocorre na maior parte do hemisfério Norte, com<br />
excepção da região Árctica, dos maciços montanhosos do Centro da Ásia e do deserto<br />
do Sara. Embora possa ser residente em alguns pontos do Norte da Europa, a maioria<br />
desta população migra para a bacia mediterrânica e África (del Hoyo et al., 1992).<br />
Habitat: Esta espécie ocupa grande variedade de zonas húmidas, sendo frequente<br />
tanto em massas de água doce (açudes, albufeiras e lagos de baixa profundidade),<br />
como em zonas de influência marinha, por exemplo estuários e lagoas costeiras<br />
(Madge e Burn, 1988). No estuário do Tejo ocorre em zonas entre marés, águas pouco<br />
profundas no estuário, açudes e tanques de salinas (Leitão et al., 1998). Segundo<br />
Moreira (1995) a espécie apresenta uma maior actividade alimentar nas zonas de<br />
sapal da zona interior da Reserva (densidades máximas de 2 aves/ ha). No Inverno de<br />
2004/05 a espécie ocorreu sobretudo nas salinas de Vasa Sacos e a zona mais<br />
profunda do estuário. No Inverno seguinte a espécie ocorreu sobretudo na zona da<br />
Reserva Integral.<br />
População: A maior parte da população concentra-se na bacia mediterrânica, sendo a<br />
população mediterrânica ocidental estimada em cerca 175 000 indivíduos (Rose e<br />
Scott, 1994). Esta população tem apresentado, nos últimos anos um crescimento<br />
significativo (Monval e Pirot, 1989). Em Portugal o principal local de invernada do patotrombeteiro<br />
é o estuário do Tejo, seguido do Ludo e do estuário do Sado. A população<br />
invernante no estuário do Tejo tem vindo a aumentar nos últimos anos. Durante o<br />
período de 1976 a 1981 o número médio de indivíduos foi de 669, com um máximo de<br />
2620 no Inverno de 1978/79. Entre 1990 e 1993 o número médio de aves no estuário<br />
foi de 2943, correspondendo a 28,2% do efectivo nacional. Durante o qual a espécie<br />
ocorreu no estuário em maiores concentrações entre Dezembro e Janeiro, obtendo a<br />
maior densidade em Vasa Sacos, com 27 aves/ha (Moreira, 1995). No período de<br />
1992/93 e 1997/98 foi de 3437 indivíduos apresentando um máximo em Janeiro de<br />
1997 com 4770 aves (quase 3% da população mediterrânica) (Encarnação, dados não<br />
publicados). No período compreendido entre 2004/05 e 2005/06 o número médio de<br />
aves invernantes no estuário foi de 2492, apresentando o Inverno de 2005/06 um<br />
máximo de 3614 indivíduos (mais de 2% população mediterrânica) (Encarnação,<br />
dados não publicados). Nas salinas do Samouco entre 2004/05 o número máximo de<br />
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ESTUDOS DE BASE – <strong>ETAPA</strong> 1 – DESCRIÇÃO. VOLUME II (REV 1 – 2007-04-30)