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nomeadamente de manchas de caniço, bem como das condições nos habitats de<br />
alimentação, assegurando a existência de zonas ricas em peixes e anfíbios. É uma<br />
espécie que beneficiará largamente com a melhoria da eficácia do controlo e<br />
tratamento das descargas de efluentes. Carece também de medidas que visam reduzir<br />
a perturbação nos locais de nidificação e de um reforço na vigilância à caça ilegal. A<br />
criação e implementação de Planos de Ordenamento para áreas ecologicamente<br />
sensíveis onde a espécie ocorre que integrassem estas orientações, asseguraria a sua<br />
conservação. A monitorização dos efectivos nidificantes é fundamental. A informação<br />
e sensibilização das populações em geral e das entidades responsáveis, tem um papel<br />
importante para a preservação da espécie (ICN 2006). As principais medidas de<br />
conservação a implementar no estuário do Tejo, consistem no impedimento da<br />
drenagem e destruição dos caniçais, para aproveitamento agrícola e pecuário; na<br />
fiscalização e acompanhamento das concentrações e composição dos adubos e<br />
pesticidas, nos arrozais e nas valas; na elaboração de um plano de monitorização que<br />
avalie os efeitos da acumulação dos contaminantes químicos nas aves, nos seus<br />
parâmetros ecológicos e nos habitats; e na contaminação da prática da cultura de<br />
arroz de regadio (Coelho, 1997).<br />
Família Ciconiidae<br />
Cegonha-branca, Ciconia ciconia<br />
Fenologia: Em Portugal ocorrem duas populações, uma residente e outra estival<br />
nidificante. No estuário do Tejo a espécie ocorre como estival nidificante pouco comum<br />
e invernante raro, sobretudo entre os meses de Dezembro a Novembro (Leitão et al.,<br />
1998).<br />
Estatuto de Protecção: Espécie Pouco Preocupante em Portugal. A nível europeu é<br />
considerada uma espécie Pouco Preocupante pela IUCN (2001). Está incluída nos<br />
anexos das convenções de Berna (Anexo II), Bona (Anexo II), e da Directiva<br />
Aves/Habitats (Anexo A -I) (ICN, 2006).<br />
Distribuição e movimentos: A sua área de distribuição estende-se pela Europa<br />
Continental, Médio Oriente, Norte de África e África do Sul (Cramp e Simmons, 1977).<br />
Na Europa ocorrem duas populações, com rotas migratórias e áreas de invernada<br />
distintas. A população ocidental migra principalmente pelo estreito de Gibraltar,<br />
invernando na sua maioria na África Central e Ocidental. A população oriental migra<br />
principalmente através do Estreito do Bósforo e por Israel (Araújo, 1998). A sua área<br />
de distribuição estende-se praticamente por todo território nacional continental,<br />
exceptuando o Minho, Douro Litoral e o maciço da Serra da Estrela. Segundo Rosa et<br />
al., (2005), a população nidificante estende-se por todo o interior do Norte e do Centro<br />
do País (onde é mais comum), envolvendo a Ria de Aveiro, Baixo Mondego e região<br />
de Leiria. Da bacia hidrográfica do rio Tejo para Sul, a espécie nidifica em<br />
praticamente todo o território nacional, excluindo as serras algarvias. As populações<br />
ibéricas têm alterado os seus hábitos, tornando-se sedentárias. É provável que esta<br />
mudança de estratégia de migração e invernada (Hernandéz, 1995; Marchamalo de<br />
ESTUDOS DE BASE – <strong>ETAPA</strong> 1 – DESCRIÇÃO. VOLUME II (REV 1 – 2007-04-30) 73