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ETAPA 1

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30 cm), que tem a função de libertar a solução de vários elementos que cristalizam em<br />

grau mais baixo que o sal (sais de ferro, carbonato de cálcio e gesso). O conjunto do<br />

viveiro e evaporadores é denominado superfície preparatória. Finalmente, os<br />

cristalizadores ou talhos, onde ocorre a precipitação dos cristais de sal. É nesta<br />

superfície que se dá a maior intervenção humana, uma vez que decorrem as<br />

operações de extracção e carrego (Neves e Rufino, 1992). O nível de água nos<br />

viveiros proporciona o aparecimento de algumas espécies de peixes e camarões<br />

(como o Palaemonetes varians) e de larvas de insectos, pequenos coleópteros e<br />

pequenos crustáceos como a Artemia sp. nos restantes tanques (sobretudo nos<br />

cristalizadores). Esta disponibilidade alimentar e a condição de áreas abrigadas,<br />

decorrente da sua localização em antigas zonas de sapal, conduziram à sua eleição<br />

como habitat de refúgio e alimentação, na maré-alta, para várias espécies de limícolas<br />

(Dias e Marques, 1999). A vegetação superior restringe-se aos cômoros, sendo<br />

principalmente constituída por arbustos típicos de sapal e por pastagens ou cultivos<br />

forrageiros. O pato-real, a cotovia-de-poupa, a fuínha-dos-juncos, a toutinegra-dosvalados<br />

e os melros são nidificantes comuns na vegetação das margens e dos<br />

cômoros dos tanques. Por outro lado, o borrelho-de-coleira-interrompida, o pernilongo<br />

e a andorinha-do-mar-anã nidificam nos cômoros e barachões das salinas. Grande<br />

número de espécies utiliza ainda as salinas como área de alimentação e como refúgio<br />

de preia-mar, quer durante as migrações, quer durante o período de invernada.<br />

Destacam-se por serem muito abundantes os borrelho-grande-de-coleira, borrelho-decoleira-interrompida,<br />

tarambola-cinzenta, pilrito-de-bico-comprido, o pilrito-comum, a<br />

seixoeira, o pilrito-pequeno, o maçarico-de-bico-direito, o fuselo, o perna-vermelha, o<br />

guincho, a gaivota-d’asa-escura, o garajau-comum e andorinha-do-mar-anã (Leitão et<br />

al., 1998).<br />

As aves limícolas tendem a entrar nas salinas a alturas de água da maré diferentes, o<br />

que está relacionado, por um lado, com o seu tamanho, e por outro, com o tempo de<br />

exposição das suas áreas preferenciais de alimentação. A redução da área disponível<br />

nas áreas entre marés à medida que a maré se aproxima do estofo de preia-mar,<br />

induz a elevadas concentrações de aves nas zonas junto do sapal, tendendo as aves<br />

a aí permanecer até que a altura da água o permita. Assim que as suas zonas de<br />

alimentação preferidas ficam a descoberto partem dos locais de refúgio. As espécies<br />

tendem a entrar “desfasadas” nas salinas, havendo claramente um grupo de aves que<br />

tende a chegar a alturas inferiores, as duas espécies do género Charadrius (borrelhogrande-de-coleira<br />

e borrelho-de-coleira-interrompida), um outro grupo que tende a<br />

chegar quando a altura da água se situa perto dos 3-3,2 m, constituído por pilritocomum,<br />

rola-do-mar e tarambola-cinzenta, e um último grupo que tende a entrar a<br />

alturas da água já relativamente altas (superiores a 3,2 m), onde constam o fuselo, o<br />

maçarico-de-bico-direito e o alfaiate. De forma geral, as espécies que entram com<br />

alturas da água elevadas, também saem com alturas da água superiores, o mesmo<br />

acontecendo para aquelas que entram com alturas de águas inferiores, saindo de igual<br />

forma com alturas inferiores. Algumas espécies como a rola-do-mar e o maçarico-de-<br />

ESTUDOS DE BASE – <strong>ETAPA</strong> 1 – DESCRIÇÃO. VOLUME II (REV 1 – 2007-04-30) 49

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