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espécie. Outro factor que pode ter um impacte negativo significativo nesta espécie é a<br />
mortalidade causada por atropelamento (Tucker e Heath, 1994).<br />
Medidas de Conservação: Será necessário aprofundar o conhecimento sobre a<br />
dimensão do efectivo populacional desta espécie, sua tendência e requisitos de<br />
habitat. Uma redução do uso de pesticidas e de produtos fitossanitários na agricultura<br />
parece ser uma medida importante para a conservação da espécie. Por outro lado, a<br />
manutenção de áreas extensas de habitat que possuam zonas abertas intercaladas<br />
com bosquetes e uma politica florestal equilibrada são importantes para a conservação<br />
dos habitats de que depende. No mesmo sentido, a manutenção dos sistemas agrosilvo-pastorís<br />
tradicionais e da agricultura extensiva será positiva para a espécie (ICN,<br />
2005).<br />
Noitibó-de-nuca-vermelha, Caprimulgus ruficollis<br />
Fenologia: Em Portugal a espécie é estival nidificante. No estuário do Tejo ocorre<br />
como estival nidificante pouco comum, sendo observado entre os meses de Abril a<br />
Agosto (Leitão et al., 1998).<br />
Estatuto de Protecção: Em Portugal a espécie tem o estatuto de Vulnerável. A nível<br />
internacional é considerada uma espécie Não Ameaçada pela BirdLife International<br />
(2004) e Pouco Preocupante pela IUCN (2001). Está incluída no anexo II da<br />
convenção de Berna (ICN, 2005).<br />
Distribuição e movimentos: Encontra-se confinado à península Ibérica e ao<br />
Noroeste de África (Marrocos, Argélia e Tunísia). Inverna na África subsariana (del<br />
Hoyo et al., 1999). Em Portugal distribui-se principalmente pela metade Sul do país e<br />
no interior das regiões Centro e Norte (Rufino, 1989). Está ausente em regiões<br />
montanhosas (ICN, 2005).<br />
Habitat: Ocupa principalmente áreas compostas por arvoredo disperso, intercaladas<br />
com matagal mediterrâneo e zonas abertas (pastagens, áreas agrícolas) (Rufino,<br />
1989), utilizando estas últimas para se alimentar. É uma espécie de zonas de baixa ou<br />
média altitude, não sendo encontrado geralmente acima dos 800 m. Evita<br />
povoamentos florestais densos e extensos (ICN, 2005). No estuário do Tejo frequenta<br />
quase exclusivamente os montados de sobro, podendo também surgir em eucaliptais<br />
(Leitão et al., 1998).<br />
População: Não existem estimativas precisas da população presente em Portugal.<br />
Segundo Rufino (1989) a população deverá situar-se entre 1.000 a 10.000 casais. No<br />
entanto, e apesar da clara falta de dados populacionais fiáveis, observa-se um declínio<br />
continuado do seu habitat (por intensificação agrícola, aumento da área de<br />
povoamentos florestais densos, aumento da rede viária alcatroada, etc.), pelo que se<br />
infere que a população se encontra em declínio. Esta tendência parece ser confirmada<br />
com observações de campo em alguns locais, que revelam o declínio da população,<br />
nomeadamente na região da ocidental da Beira interior Sul e em áreas do concelho de<br />
Odemira (Pacheco, com. pess.).<br />
Factores de ameaça: Os factores de ameaça para o noitibó-de-nuca-vermelha em<br />
Portugal não são muito bem conhecidos, uma vez que não se conhece com exactidão<br />
ESTUDOS DE BASE – <strong>ETAPA</strong> 1 – DESCRIÇÃO. VOLUME II (REV 1 – 2007-04-30) 199