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Estatuto de Protecção: Em Portugal a população nidificante tem o estatuto de<br />
Criticamente Ameaçada e a população Invernante Pouco Preocupante. A nível<br />
internacional é considerada uma espécie Em Declínio pela BirdLife International (2004)<br />
e Pouco Preocupante pela IUCN (2001). Está incluída nos anexos das convenções de<br />
Berna (Anexo III) e de Bona (Anexo II) (ICN, 2006).<br />
Distribuição e movimentos: Islândia, Europa e Ásia Central. A subespécie que<br />
ocorre em Portugal distribui-se desde as ilhas Orkney e Shetland, abrangendo a<br />
Península Ibérica, Europa do Norte, Norte de Itália, Tunísia, Turquia até à Sibéria (del<br />
Hoyo et al., 1996, Hagemeijer e Blair 1997). Em Portugal continental distribui-se pelo<br />
Centro e Sul do país, restrita a várias zonas húmidas costeiras e interiores,<br />
nomeadamente Estuário do Tejo e Sado, ria Formosa e Castro Marim (Rufino 1989,<br />
Farinha e Costa 1991, ICN dados não publicados).<br />
Habitat: Utiliza vários tipos de zonas húmidas costeiras e do interior, nomeadamente<br />
sapais salobros, salinas abandonadas e lagoas ou albufeiras. No estuário do Tejo<br />
ocorre nas zonas entre marés de sedimento mais fino, salinas e, com menor<br />
frequência, zonas alagadas na lezíria e nos montados (Leitão et al., 1998). O pernavermelha<br />
ocorre no estuário com densidades que foram sempre inferiores a 2 aves/ha.<br />
Ocorre de forma generalizada nas partes central e superior do estuário, durante o<br />
Outono e Inverno, onde as maiores densidades de aves em actividade alimentar<br />
atingem um valor máximo de 6,9 aves/ha. Na selecção das áreas de alimentação tem<br />
preferência pela presença da linha de maré e por sedimentos finos com longos<br />
períodos de emersão. As presas principais são os sifões do bivalve Scrobicularia<br />
plana, o poliqueta Hediste diversicolor e o gastrópode Peringia ulvae (Moreira, 1995).<br />
No estuário a espécie alimenta-se mais intensamente na zona vasosa durante o dia,<br />
período em que também é mais abundante nessas zonas de alimentação, e onde<br />
captura Hydrobia ulvae e Hediste diversicolor. Durante a noite inverte essa preferência<br />
(apresenta um intake energético semelhante entre o dia e a noite) (Silva, 2005). No<br />
período de preia-mar a espécie refugia-se nas salinas do Samouco, Atalaia, Vale<br />
Frades e Tarouca, e ainda na Reserva Integral.<br />
População: A população nidificante é muito reduzida, provavelmente menor que 50<br />
aves. Existem registos isolados de nidificação confirmada em várias zonas húmidas<br />
costeiras e em outras zonas húmidas interiores também pode nidificar (ICN, dados não<br />
publicados). A ocorrência de registos aumentou nos últimos anos, provavelmente<br />
devido mais a um maior esforço de obtenção de registos de nidificação do que a uma<br />
tendência populacional (ICN, 2006). No estuário do Tejo a população média invernante<br />
no período de 1975/1978 foi de 2000 aves, apresentando um máximo de 2620 aves<br />
em 1978 (Rufino, 1978). No Inverno de 1989 foram recenseadas 1820 aves (Rufino,<br />
1989) e em 1991, 2565 aves (Rufino, 1991).<br />
O número médio de aves observadas no estuário do Tejo durante o período de<br />
1990/93, foi de 2210 aves, correspondendo a 49,9 % do efectivo nacional (Moreira,<br />
1995). A população média invernante no estuário no período entre 1992 e 1996 foi de<br />
1848 indivíduos, com um máximo de 2910 a ser atingido em Janeiro de 1995.<br />
Também é muito numeroso como migrador de passagens, tendo sido contados 5185<br />
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ESTUDOS DE BASE – <strong>ETAPA</strong> 1 – DESCRIÇÃO. VOLUME II (REV 1 – 2007-04-30)