You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
População: Os censos realizados anualmente sugerem a estabilidade da população,<br />
tanto nidificante como invernante, apesar dos resultados de anilhagem desta espécie<br />
indicarem que alguns indivíduos, efectuam movimentos dispersivos durante os<br />
primeiros anos de vida, enquanto outros permanecem fiéis aos locais onde nasceram.<br />
A população nidificante ronda os 1.500 a 2.000 casais e a população invernante está<br />
estimada entre os 1.000 e os 1.300 indivíduos (ICN, 2006a). A população nidificante<br />
no estuário do Tejo foi avaliada em 472 casais em 1983 e 252 casais (dos quais 113<br />
casais nidificaram em salinas activas, 121 em salinas inactivas e 18 pisciculturas<br />
(Rufino e Neves, 1991)) em 1990. A população média invernante no período de 1992 a<br />
1996 foi de 18 indivíduos, com um máximo de 28 a ser atingido em Janeiro de 1994<br />
(Leitão et al., 1998). E 1997 foram detectadas 112 posturas da espécie nas salinas de<br />
Vaza Sacos e 81 no arrozal da Giganta. Nestes locais o sucesso de eclosão, não<br />
apresentou diferenças significativas, tendo sido registado 79,6% em Vaza Sacos e<br />
72,9% na Ginga. O número médio de juvenis voadores por núcleo familiar foi de 1,7<br />
nas salinas em Vaza Sacos e 2,1 no arrozal da Giganta, sendo a predação<br />
responsável pelo reduzido sucesso reprodutor (86,6% nas salinas e 39,5% no arrozal)<br />
(Martins et al., 1999) Nas salinas do Samouco entre 1996 e 2005 a população média<br />
nidificante, foi de 117 casais, obtendo um máximo de 311 casais em 1997. Nestas<br />
salinas, durante o período de 2004/2005 foram observadas em média 188 aves,<br />
registando-se um máximo de 417 aves em Maio de 2005 (Rocha, dados não<br />
publicados). O número médio de H. himantopus invernantes no estuário do Tejo no<br />
período de 1995 a 1998 foi de 22,5 aves. Nos Invernos de 1999/00 e 2000/01foram<br />
recenseados 81 aves (a espécie não foi recenseada nas salinas do Samouco). Em<br />
Janeiro de 2004 foram recenseadas 214 aves das quais 82 foram observadas nas<br />
salinas do Samouco (Encarnação, dados não publicados). Em Janeiro de 2005 foram<br />
observados 87 aves nas Salinas do Samouco (Rocha, dados não publicados)<br />
Factores de ameaça: O abandono e reconversão da actividade salineira tradicional. A<br />
predação por animais domésticos e selvagens. Os casos mais graves são sem dúvida<br />
as salinas nos Estuários do Tejo e do Sado, devido ao facto das salinas na sua quase<br />
totalidade se encontrarem abandonadas, sem manutenção e guarda possibilitando o<br />
acesso fácil dos predadores, principalmente os domésticos; A pressão urbanística e<br />
turística da zona litoral, afecta a Ria Formosa, onde nidifica cerca de 5% da população<br />
da Europa Ocidental (Farinha e Trindade 1994). A poluição da água, por efluentes<br />
domésticos, industriais e agrícolas. A contaminação com mercúrio, metal pesado<br />
cumulativo no organismo, afecta principalmente o Estuário do Tejo (ICN, 2006a).<br />
Medidas de Conservação: Proteger as zonas mais importantes de reprodução<br />
evitando a sua ocupação por actividades turísticas, controlando os níveis de água nas<br />
zonas de nidificação ou promovendo a criação de zonas de nidificação artificiais;<br />
Fiscalizar a perturbação humana decorrente da actividade turística não sustentável;<br />
Manter as salinas em actividade e efectuar gestão adequada das salinas<br />
abandonadas, nomeadamente através de medidas específicas de incentivo, nas áreas<br />
mais importantes para a conservação da espécie; Reduzir a predação pela construção<br />
de cercas eléctricas à volta das colónias, nos locais de nidificação e pelo controlo dos<br />
ESTUDOS DE BASE – <strong>ETAPA</strong> 1 – DESCRIÇÃO. VOLUME II (REV 1 – 2007-04-30) 137