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ETAPA 1

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essencialmente em estuários, albergando a Ria de Faro a maioria da população<br />

nacional (Neves e Rufino 1998).<br />

Habitat: Em Portugal é uma limícola invernante essencialmente estuarina (Rufino e<br />

Costa 1993). Fortemente gregária, desloca-se em bandos compactos, associando-se a<br />

outras espécies. Descansa e dorme na praia, excepto nas marés vivas, retirando-se<br />

para locais mais elevados e por vezes mais distantes. Refugia-se em sapais durante a<br />

preia-mar, nas áreas confinantes às zonas de alimentação. Utiliza também, em menor<br />

escala, salinas como pontos de refúgio, sendo raramente observada a alimentar-se<br />

neste biótipo (Neves e Rufino 1998). A procura de alimento é feita em bando, na vasa<br />

arenosa, refugiando-se durante a preia-mar nos sapais das áreas confinantes (Farinha<br />

e Costa 1999). No estuário do Tejo ocorre sobretudo nos sectores de vasa compacta<br />

ou arenosa (Leitão et al., 1998). O Fuselo ocorre no estuário em densidades reduzidas<br />

que raramente ascendem as 2 aves/ha, sendo o valor mais elevado registado na zona<br />

de preia-mar adjacente às secas do bacalhau, de 2,7 aves/ha. Ocorrem em actividade<br />

alimentar sobretudo na zona superior do estuário onde atingem um valor médio<br />

máximo de 8,9 aves/ha durante o Inverno. Têm preferência por sedimentos mais finos<br />

como a vasa arenosa, evitando zonas próximas do sapal e áreas humanizadas<br />

(Moreira, 1995).<br />

População: Os censos de aves invernantes internacionais indicam a estabilidade das<br />

populações da espécie (Wetlands International 2002). Os censos nacionais efectuados<br />

anualmente indicam uma população invernante entre 3 000 e 6 000 indivíduos<br />

(Encarnação dados não publicados) (ICN, 2006a). No estuário do Tejo a população<br />

média invernante no período de 1975/1978 foi de 1611 aves, apresentando um<br />

máximo de 3100 aves em 1977 (Rufino, 1978). Em Setembro de 1981 foram contadas<br />

2500 aves, provavelmente de passagem (Leitão et al., 1998). No Inverno de 1989<br />

foram recenseadas 1300 aves (Rufino, 1989) e em 1991, 1400 aves (Rufino, 1991). O<br />

número médio de médio de fuselos observados no estuário do Tejo durante o período<br />

de 1990/93, foi de 797 aves, correspondendo a 33,8 % do efectivo nacional (Moreira,<br />

1995). A população média invernante no estuário no período de 1992 a 1996 foi de<br />

716 aves, com um máximo de 1500 indivíduos a ser atingido em Janeiro de 1996<br />

(Leitão et al., 1998). No Inverno de 2000/01 foram recenseadas 445 aves nas salinas<br />

de Vasa Sacos e 1100 aves em 2003/04, sendo que 1000 foram observadas nas<br />

salinas do Samouco (Encarnação, dados não publicados). Em Janeiro de 2005 foram<br />

recenseadas 118 aves nas salinas do Samouco, contudo durante o mês de Novembro<br />

de 2004 foram observadas 910 aves (Rocha, dados não publicados).<br />

Factores de ameaça: A pressão urbanística e turística da zona litoral; A drenagem de<br />

zonas húmidas nas áreas de invernada da espécie e a sua conversão em terrenos<br />

agrícolas, nomeadamente em pastagem ou culturas de regadio; O crescente uso de<br />

fertilizantes; A poluição da água, por efluentes domésticos, industriais e agrícolas; O<br />

abandono e reconversão da actividade salineira tradicional; A colisão com linhas<br />

aéreas de transporte de energia pode ser um importante factor de mortalidade; A<br />

instalação de parques eólicos em corredores importantes para a migração e dispersão<br />

de aves (ICN, 2006a).<br />

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ESTUDOS DE BASE – <strong>ETAPA</strong> 1 – DESCRIÇÃO. VOLUME II (REV 1 – 2007-04-30)

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