x - UTL Repository - Universidade Técnica de Lisboa
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6.4 – Discussão e Conclusão<br />
O conhecimento sólido da anatomia encefálica e das suas relações com as próprias<br />
estruturas e pontos da calote craniana, permite ao neurocirurgião, i<strong>de</strong>alizar o cérebro como<br />
uma entida<strong>de</strong> geométrica construída num sistema <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nadas, on<strong>de</strong> po<strong>de</strong> aplicar um<br />
mapeamento estereotáxico resultante do saber da anatomotopografia cranioencefálica<br />
(Fernan<strong>de</strong>s,2003; Sun, Hartov, Rick, Robert & Paulsen,2003; Lunn et al.,2003; Roberts et<br />
al.,2001). Como resultado, consegue-se uma orientação cirúrgica mais precisa e a<strong>de</strong>quada<br />
ao tempo real intra-operatório, realizando uma progressão no órgão mais cuidadosa e<br />
diminuindo o trauma induzido nas regiões a intervencionar e adjacentes, evitando estruturas<br />
funcionais importantes ou sensíveis, que <strong>de</strong> outra forma po<strong>de</strong>riam sofrer lesões<br />
permanentes ou mesmo causar a morte ao doente (Kurtsoy, Menku, Tucer, Oktem &<br />
Ak<strong>de</strong>mir,2005; Jodicke, Springer & Boker,2004; Tuominen,et al.2003; Jodicke, Deinsberger,<br />
Erbe, Kriete & Boker,1998). A maioria dos problemas da cirurgia <strong>de</strong> cérebro, resulta das<br />
frequentes variações anatómicas, reflectindo-se directamente em algumas limitações na<br />
aplicação da técnica cirúrgica (Letteboer, Willems, Viergever & Niessen,2005; Nimsky &<br />
Ganslandt,2005; Ferreira,2003; Van Lin<strong>de</strong>rt, Perneczky, Fries& Pierangeli,1998;<br />
Yasargil,1984a,1984b).<br />
Os pontos/estruturas encefalométricas consi<strong>de</strong>rados no protocolo, foram i<strong>de</strong>ntificados e<br />
marcados na superfície encefálica com alfinetes sinalizadores, <strong>de</strong> modo a permitir uma<br />
ampla observação das suas relações, <strong>de</strong>terminando os dados necessários à análise<br />
estatística que conduziu à obtenção <strong>de</strong> valores representativos das relações topográficas<br />
existentes entre eles e os pontos craniométricos; cuja sua projecção no encéfalo, foi<br />
conseguida através da passagem <strong>de</strong> cateteres periféricos colocados perpendicularmente à<br />
calote craniana. O estudo requereu uma extensa análise estatística <strong>de</strong>vido à necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> se compararem dados e medidas com diferentes distribuições.<br />
Devido à sua importância, disposição anatómica e facilida<strong>de</strong> com que po<strong>de</strong>m ser<br />
i<strong>de</strong>ntificados, foram seleccionados os seguintes pontos/estruturas encefalométricas: fissura<br />
longitudinal dorsal cerebral, seio venoso sagital dorsal, seio venoso transverso, fissura<br />
pseudosilviana, ponto rolandico superior, ponto rolandico inferior, ponto silviano anterior,<br />
ponto silviano posterior; todas avaliadas quanto às suas relações topográficas com outros<br />
pontos/estruturas encefálicas, e também com a projecção na superfície encefálica dos 5<br />
pontos craniométricos consi<strong>de</strong>rados no estudo: astério, bregma, estefânio, glabela e ptério;<br />
procurando-se caracterizar a sua geometria, e a sua localização em relação a cada um<br />
<strong>de</strong>stes parâmetros, <strong>de</strong>terminando a sua utilida<strong>de</strong> como um corredor cirúrgico ou como locais<br />
a evitar, funcionando como pontos-chave para a orientação do cirurgião intraoperatoriamente,<br />
melhorando a técnica e diminuindo gran<strong>de</strong>mente a morbilida<strong>de</strong> do doente.<br />
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