x - UTL Repository - Universidade Técnica de Lisboa
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7.1 – Introdução<br />
O estudo da expressão imagiológica (através da imagem radiológica, ultra-sonográfica, <strong>de</strong><br />
ressonância magnética, entre outras), dos diferentes sinais biológicos produzidos pelos<br />
sistemas orgânicos, que possam apresentar uma potencial aplicabilida<strong>de</strong> no diagnóstico e<br />
monitorização das doenças em tempo real, tem sido uma das principais áreas da<br />
investigação biomédica. Em 1942 Karl Theodore Dussik, introduziu o exame ultrasonográfico<br />
na Medicina, medindo a velocida<strong>de</strong> da transmissão dos ultra-sons no<br />
parênquima cerebral. Embora este estudo não tenha sido bem-sucedido, ele constituiu a<br />
rampa <strong>de</strong> lançamento para a realização <strong>de</strong> outros ensaios <strong>de</strong> sucesso, promovendo <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
então uma investigação nesta tecnologia, alargando os seus domínios e aplicações na<br />
medicina e cirurgia. Em Medicina Veterinária, o primeiro registo da utilização <strong>de</strong> ultra-sons<br />
data <strong>de</strong> 1966, quando Ivan Lindahl, diagnosticou ultra-sonograficamente a gestação em<br />
ovelhas. O termo ultra-som, é aplicado a todas as ondas sonoras cuja frequência é superior<br />
à percepcionada pelo ouvido humano (>18KHz), sendo as suas proprieda<strong>de</strong>s físicas<br />
(comprimento <strong>de</strong> onda, frequência, período, amplitu<strong>de</strong>, velocida<strong>de</strong> e impedância acústica), a<br />
base para a compreensão da imagiologia ecográfica (Farrow,2003; Cerri & Rocha,1993;<br />
Cartee, Hudson & Finn-Bodner,1993). A frequência dos sons é medida em Hertz (Hz) ou<br />
ciclos por segundo, e quanto maior for o seu valor, mais curto é o comprimento <strong>de</strong> onda e<br />
maior a energia do som (a frequência <strong>de</strong> ultra-sons necessária à obtenção <strong>de</strong> imagem<br />
médica situa-se entre 1-30 MHz) (Carvalho,2004; Nyland & Matton,2002; Toal,1994).<br />
A ultra-sonografia (USg), utiliza uma sonda como fonte geradora <strong>de</strong> energia acústica (o feixe<br />
<strong>de</strong> ultra-sons) resultante <strong>de</strong> uma vibração mecânica, a qual é transmitida e propagada num<br />
meio (sofrendo alterações nas suas características iniciais, resultantes da interacção entre<br />
as moléculas dos tecidos, que se po<strong>de</strong>m manifestar <strong>de</strong> 5 maneiras diferentes: atenuação,<br />
absorção, reflexão, dispersão e refracção), reflectida (po<strong>de</strong>ndo em alguns casos, originar a<br />
perda ou o retorno errado dos ecos á sonda, como resultado da passagem pelas diferentes<br />
interfaces biológicas, <strong>de</strong>senvolvendo o que se conhece como artefactos <strong>de</strong> imagem, dos<br />
quais se consi<strong>de</strong>ram os seguintes 7: reverbação, refracção, espelho, lobo lateral, sombra<br />
acústica, reforço acústico posterior e o sombreamento lateral) (Colby,1985; Burk &<br />
Ackerman,1996; Scanlan,1991), processada e transformada em imagem; sob a forma <strong>de</strong> um<br />
conjunto <strong>de</strong> tons <strong>de</strong> cinzentos e <strong>de</strong> brilhos diferentes, resultantes das reflexões dos ecos<br />
(sendo importante, fazer a i<strong>de</strong>ntificação dos artefactos, já que eles <strong>de</strong>gradam a informação<br />
diagnóstica e tornam mais difícil distinguir um tecido normal <strong>de</strong> um patológico) (Nyland &<br />
Matton,2002; Carvalho,2004; Toal,1994).<br />
O resultado do registo da interacção das variações sonoras aquando da passagem dos<br />
ultra-sons (emitidos pela sonda, quando esta é levemente pressionada contra a pele do<br />
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