x - UTL Repository - Universidade Técnica de Lisboa
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primeiro passo para o nascimento da neurocirurgia mo<strong>de</strong>rna (Gusmão, Silveira & Cabral<br />
Filho,2002; Goldstein,1953; Schiller,1992). Actualmente, a técnica cirúrgica po<strong>de</strong> ser<br />
apoiada por um complexo conjunto instrumental que possibilita um mapeamento cerebral<br />
que, a titulo exemplificativo, permite uma dissecção muito fina, ajudando o cirurgião a<br />
progredir no cérebro evitando os centros funcionais mais importantes ou sensíveis<br />
(Fernan<strong>de</strong>s,2003; Connolly, McKhann, Huang & Choudhri,2002). Contudo, esta realida<strong>de</strong><br />
não dispensa a consistência dos conhecimentos anatómicos. Isto é ainda mais verda<strong>de</strong>iro<br />
em Medicina Veterinária, on<strong>de</strong> o difícil acesso às sofisticadas tecnologias <strong>de</strong> suporte<br />
cirúrgico, não <strong>de</strong>verá funcionar como uma limitação (à semelhança do que se passa com as<br />
variáveis dimensão e morfologia do crânio do cão) ao <strong>de</strong>senvolvimento do trabalho no<br />
cérebro; o qual, po<strong>de</strong>rá possibilitar um aumento do tempo <strong>de</strong> sobrevivência do paciente.<br />
As principais indicações para cirurgia intracraniana incluem: trauma cranioencefálico,<br />
neoplasias intracranianas, hidrocefalia, biópsia cerebral e controlo <strong>de</strong> epilepsia<br />
(Oliver,1968; Seim,2005; Shores,1993; Fransson, et al.,2001). A abordagem cirúrgica ao<br />
cérebro é conseguida através da realização da técnica <strong>de</strong> craniotomia (Fossum, et al.2007),<br />
cujas características, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> factores como a localização e a topografia craniana do<br />
doente. Tal verda<strong>de</strong>, possibilita ao cirurgião escolher o tipo <strong>de</strong> acesso cirúrgico mais<br />
indicado em cada caso, pon<strong>de</strong>rando sempre quais os principais objectivos cirúrgicos, assim<br />
como o perfil das potenciais complicações a ele associado, por exemplo, a perda <strong>de</strong> líquido<br />
cefalorraquidiano (LCR) mesmo após a reconstrução da dura-máter. Em Medicina<br />
Veterinária, os estudos preliminares sobre os diferentes acessos ao cérebro, foram<br />
iniciados em 1963 por Hoerlein et al., e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então que se <strong>de</strong>screvem várias técnicas,<br />
cujo objectivo é permitir a exposição das diferentes áreas encefálicas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os hemisférios<br />
cerebrais, tronco cerebral ao sistema ventricular.<br />
2.5.1 – Craniotomia<br />
O termo craniotomia (CrT), <strong>de</strong>signa a abertura cirúrgica do crânio, a qual <strong>de</strong> acordo com<br />
o compartimento a ace<strong>de</strong>r, po<strong>de</strong> ser dividida em 2 gran<strong>de</strong>s grupos: o supra e o infratentorial<br />
(Yasargil,1984; <strong>de</strong> Gray & Matta,2005). Uma vez preparada assepticamente a cabeça do doente,<br />
efectuam-se as marcações externas para a realização dos orifícios cranianos iniciais (utilizando<br />
classicamente o craniótomo ou mais recentemente as micro-serras oscilantes), possibilitando o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> corte rectas ou curvas, que terminam com a osteotomia e a<br />
elevação do retalho ósseo (a obtenção <strong>de</strong> um retalho ósseo biselado, evita o seu<br />
afundamento no momento da reconstrução craniana diminuindo o tempo intra-operatório e a<br />
utilização <strong>de</strong> dispositivos na sua fixação durante a cranioplastia). Segue-se a exposição da<br />
dura-máter e a sua abertura, permitindo a visualização da superfície encefálica (Connolly,<br />
McKhann, Huang & Choudhri,2001). A variabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> craniotomias é elevada, quer quanto<br />
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