x - UTL Repository - Universidade Técnica de Lisboa
x - UTL Repository - Universidade Técnica de Lisboa
x - UTL Repository - Universidade Técnica de Lisboa
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
2.4 - PONTOS CRANIOMÉTRICOS, SUTURAS E ESTRUTURAS/PONTOS<br />
ENCEFALOMÉTRICOS<br />
A Anatomia clínica, tem como principal objectivo, a aplicação dos seus conhecimentos<br />
(resultantes <strong>de</strong> estudos in vivo e post-mortem) na prática médica e cirúrgica, permitindo<br />
melhorar as técnicas, consi<strong>de</strong>rando a morfometria e a variabilida<strong>de</strong> das características<br />
anatómicas dos indivíduos (Ferreira,2003). Relativamente à área da neuroanatomia cirúrgica<br />
e em particular dos estudos da cabeça, o conhecimento da topografia cranioencefálica é um<br />
requisito ímpar e basilar, para a realização <strong>de</strong> procedimentos neurocirúrgicos na cavida<strong>de</strong><br />
craniana, com um mínimo <strong>de</strong> traumatismo para a região a ser intervencionada bem como<br />
para as regiões vizinhas, aumentando as probabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> êxito do acto (Olby,2006;<br />
Dewey,2003; Dimakopoulos & Mayer,2002).<br />
O recurso aos diferentes métodos da neuroimagem, tem permitido aprimorar o estudo do<br />
crânio e do encéfalo, fornecendo informações precisas sobre as relações entre os pontos e<br />
linhas <strong>de</strong> referência da superfície externa craniana e as estruturas encefálicas (Neto,<br />
Oliveira, Paschoal & Machado,2005; Gusmão, Reis, Silveira & Cabral, 2001a; Gusmão,<br />
Ribas, Silveira & Tazinaffo, 2001b). Embora <strong>de</strong>sejável, a uniformização anatómica nem<br />
sempre é fácil ou possível, já que cada doente po<strong>de</strong>rá ser distinto mesmo <strong>de</strong>ntro da própria<br />
raça (Wakeham, Whitear & Windsor,2002; Aspinall, O’Reilly & Capello,2004; Bow<strong>de</strong>n,2003).<br />
No cão, a gran<strong>de</strong> variabilida<strong>de</strong> anatómica do crânio espelhada com o aparecimento <strong>de</strong> raças<br />
braqui, dolico e mesacéfalas, tem promovido múltiplas tentativas <strong>de</strong> uniformização das suas<br />
características morfológicas, partindo do pressuposto, que esta estrutura anatómica básica é<br />
semelhante nestes 3 grupos <strong>de</strong> raças (Jordana, et al.,1999; Verrue & Verhegghe,2001;<br />
Adams,2003; Wakeham, Whitear & Windsor,2002). De facto, eles coinci<strong>de</strong>m amplamente,<br />
apresentando todos órbitas oculares muito gran<strong>de</strong>s, fossas temporais muito bem<br />
<strong>de</strong>senvolvidas, um rebordo supraorbitário incompleto e bolhas timpânicas evi<strong>de</strong>ntes.<br />
A superfície basal do crânio permite distinguir 3 sectores distintos: a base (Basis cranii<br />
externa); o palato ósseo (Palatum osseum) e as coanas (Choanae). A base, é formada por 2<br />
côndilos e pelo corpo do occipital, pelos corpos <strong>de</strong> ambos os esfenói<strong>de</strong>s e ainda pelas asas<br />
ou apófises pterigói<strong>de</strong>s. Todas estas estruturas estão quase no mesmo plano, contudo, são<br />
as apófises paracondilares que sobressaem na base do crânio. Por seu turno, o palato<br />
ósseo, é formado por lâminas horizontais do osso palatino, e em menor grau, por lâminas do<br />
osso incisivo, alargando-se no sentido crâniocaudal. No que respeita às coanas, estas são<br />
formadas por lâminas perpendiculares dos ossos palatino e pterigói<strong>de</strong>, que se unem com os<br />
ossos esfenói<strong>de</strong> e vómer ao nível do tecto, esten<strong>de</strong>ndo-se <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as cavida<strong>de</strong>s nasais até à<br />
faríngea, sendo particularmente gran<strong>de</strong>s e estreitas em caní<strong>de</strong>os <strong>de</strong> raças dolicocéfalas.<br />
A superfície nucal, é formada pela escama e partes laterais do osso occipital, e ainda pela<br />
parte petrosa do osso temporal. Dorsalmente, está <strong>de</strong>limitada pela protuberância occipital<br />
26