x - UTL Repository - Universidade Técnica de Lisboa
x - UTL Repository - Universidade Técnica de Lisboa
x - UTL Repository - Universidade Técnica de Lisboa
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
doente), pelos diferentes fluídos e tecidos corporais, traduz-se numa imagem, que po<strong>de</strong> ser<br />
visualizada em tempo real sob 3 modos diferentes: o modo-A (amplitu<strong>de</strong>), o modo-B (brilho)<br />
e o modo-M (movimento); e que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da resolução espacial do ecógrafo, a qual é<br />
<strong>de</strong>terminada pela capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste em distinguir duas estruturas adjacentes e diferentes,<br />
consi<strong>de</strong>rando os 2 planos <strong>de</strong> resolução espacial: axial (<strong>de</strong>termina a capacida<strong>de</strong> em separar<br />
2 objectos ao longo do eixo vertical do feixe) e lateral (<strong>de</strong>termina a capacida<strong>de</strong> em separar 2<br />
objectos ao longo <strong>de</strong> um eixo perpendicular ao eixo axial). A caracterização da imagem<br />
ultra-sonográfica utiliza frequentemente 4 tipos <strong>de</strong> <strong>de</strong>signações: 1) anecogénica (Anc, surge<br />
quando os ultra-sons atravessam um meio sem interfaces reflectoras no seu interior, como é<br />
o caso das lesões associadas a líquidos); 2) hipoecogénica (Hpo, surge quando no interior<br />
<strong>de</strong> uma estrutura modificada, surgem interfaces <strong>de</strong> menor ecogenicida<strong>de</strong> do que no<br />
parênquima da estrutura normal que a circunda, como é o caso <strong>de</strong> tumores com pouca<br />
fibrose); 3) hiperecogénica (Hpr, surge quando no interior da estrutura existem interfaces <strong>de</strong><br />
maior ecogenicida<strong>de</strong> do que o parênquima da estrutura normal que a circunda, como é o<br />
caso <strong>de</strong> tumores com muitos septos fibrosos) e 4) anisotrópica (Ans, sempre associada à<br />
capacida<strong>de</strong> que alguns tecidos têm, em variar a sua ecogenicida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do ângulo<br />
<strong>de</strong> incidência do feixe, como é o caso dos tendões) (Carvalho,2004).<br />
Relativamente a outras técnicas <strong>de</strong> imagem, a USg, apresenta as vantagens <strong>de</strong> ser nãoinvasiva;<br />
mo<strong>de</strong>radamente económica; rápida; conveniente; não provocar nenhum efeito<br />
biológico nocivo e por estar particularmente a<strong>de</strong>quada para a imagiologia <strong>de</strong> tecidos moles e<br />
vasos sanguíneos, permitindo, assim a obtenção <strong>de</strong> imagens muito boas do tecido cerebral.<br />
Para além <strong>de</strong> serem úteis como um meio <strong>de</strong> diagnóstico, os ultra-sons, exibem também<br />
acções terapêuticas resultantes do impacto directo nos tecidos, e expressas pelos efeitos<br />
mecânico, cavitário e térmico. No que respeita às suas principais <strong>de</strong>svantagens, elas<br />
relacionam-se com a resolução da imagem obtida e com a sua limitação na exploração <strong>de</strong><br />
regiões corporais, que se localizem por <strong>de</strong>trás <strong>de</strong> estruturas ósseas ou que contenham gás.<br />
Tal facto, obriga sempre à realização <strong>de</strong> craniotomia para o estudo do cérebro. Apesar das<br />
variações anatómicas do cérebro, existem estruturas/regiões <strong>de</strong> fácil i<strong>de</strong>ntificação e que se<br />
relacionam <strong>de</strong> forma constante. O reconhecimento na neuroimagem intra-operatória <strong>de</strong> tais<br />
estruturas (neuronavegação) através da utilização da USg, exige por parte do cirurgião um<br />
bom conhecimento da anatomia e da imagem do cérebro, assegurando assim a<br />
i<strong>de</strong>ntificação dos espaços naturais circunvizinhos da lesão a corrigir (Yasargil,1999;<br />
Babcock, Barr & Crone,1992; Babcock,1984), e a realização <strong>de</strong> um trabalho cirúrgico muito<br />
preciso, perto <strong>de</strong> áreas eloquentes do órgão, diminuindo a morbilida<strong>de</strong> ao doente<br />
(Rhoton,2003; Ono, Kubik & Abernathey,1990; Horsley,1892; Seeger,1980).<br />
A caracterização da imagem em hiperecogénica, anecogénica e hipoecogénica <strong>de</strong><br />
estruturas como a dura-máter, ventrículos, plexo corói<strong>de</strong>, foice do cérebro, pia-máter, vérmis<br />
236