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Capítulo Dezesseis<br />

Susanna saiu correndo de casa, levantando a saia do vestido e disparando pela rua.<br />

“Podemos pegar uma carruagem”, disse Bram, alcançando-a na primeira curva. “Ou um cavalo.”<br />

“Não há tempo”, disse ela, inspirando o ar refrescante da noite. “Assim é mais rápido.”<br />

Verdade fosse dita, ela ficava contente com a oportunidade de fugir. Havia questões demais entre<br />

eles, emoções demais para as quais ela se sentia despreparada. Ela olhou para Bram, imaginando se o<br />

joelho o incomodava. Ela sabia que não adiantava perguntar. Ele nunca admitiria, mesmo se<br />

incomodasse.<br />

Mas ela diminuiu o ritmo, só um pouco.<br />

Quando se aproximaram do centro da vila, um estrondo abafado chegou aos seus ouvidos. Não<br />

havia dúvida quanto à origem do barulho. Juntos eles correram a distância final, passando pela igreja<br />

e cruzando a praça.<br />

“Não acredito.” Ele parou ao lado dela, ofegante.<br />

Ela levou a mão ao baço e olhou para a placa sobre a porta da casa de chá.<br />

“O Touro Ereto? O que significa isso?”<br />

“Eu sei o que significa. Os homens recuperaram sua taverna.”<br />

“Nossa casa de chá, você quer dizer.”<br />

“Não esta noite.” Ele sorriu, balançando a cabeça. “Isso aqui só pode ser coisa do Colin. Mas é<br />

bom ver que eles tomaram alguma iniciativa.”<br />

“Não é engraçado.” Ela pôs as mãos na cintura. “Você sabia que eles planejavam fazer isso?”<br />

Sentindo o tom acusador de Susanna, Bram assumiu uma postura defensiva.<br />

“Não, eu não sabia que eles planejavam fazer isso. Eu passei as últimas trinta horas inconsciente.<br />

Alguém me deu láudano suficiente para derrubar um cavalo.”<br />

“Não, Bram. Alguém lhe deu a dose indicada, e seu corpo moído aproveitou a oportunidade para<br />

descansar. Eu estava cuidando do seu bem-estar. E agora estou preocupada com o bem-estar das<br />

minhas amigas.” Ela apontou para a casa de chá. “Temos que pôr um fim a essa cena. As garotas não<br />

estão acostumadas a esse tipo de jogo. Elas vão fazer mais do que deveriam.”<br />

“Você é que está aumentando as coisas. É só um pouco de dança e bebida.”<br />

“Exatamente. Para um homem como você, trata-se apenas de uma festa inofensiva, mas elas são<br />

moças delicadas, protegidas. Com o coração e as esperanças vulneráveis demais. Para não falar da<br />

reputação delas. Precisamos intervir.”<br />

Juntos, eles olharam para a casa de chá transformada em taverna. Música alta e risadas vinham de<br />

lá, transportadas pela brisa, acompanhadas do som de copos brindando.<br />

“Não.” Ele balançou a cabeça. “Não vou interromper a festa, e você também não. O que está<br />

acontecendo aí dentro é importante.”<br />

“Bebedeira pública é importante?”<br />

“Sim, às vezes. Mais do que isso, comunhão. União de um grupo de soldados, e o dever que esses<br />

homens têm. É muito importante. Chama-se orgulho, Susanna, e esses homens estão experimentando<br />

isso pela primeira vez depois de muito tempo.”<br />

“O que você quer dizer com experimentando pela primeira vez? São todos homens decentes,<br />

honrados. Ou, pelo menos, eram.”

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