You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
“Mamãe!”, falaram Diana e Minerva em uníssono.<br />
“O que há de errado com todas vocês?”, perguntou a Sra. Highwood, olhando de uma para outra.<br />
“Esses homens são lordes. São poderosos, ricos. Vocês devem encorajá-los.”<br />
“Creia em mim, encorajamento é a coisa menos necessária.” Ao falar as palavras, Susanna ficou<br />
instantaneamente preocupada. Será que Bram tomaria o encontro deles, na noite anterior, como<br />
encorajamento? Ela queria que ele pensasse assim? Eles se entendiam agora, em um nível muito mais<br />
profundo. Desde que ele conseguisse se lembrar de, pelo menos, parte da conversa, quando<br />
acordasse.<br />
“Lorde Rycliff não está procurando uma esposa”, disse ela, com firmeza. “Tampouco seu primo.<br />
Se fôssemos tolas o bastante para ‘encorajá-los’, estaríamos arriscando não apenas nossa reputação,<br />
mas também a de Spindle Cove.” Ela encarou cada mulher do grupo. “Vocês estão todas me<br />
entendendo? Nada está acontecendo aqui. Nada.”<br />
“Mas, Srta. Finch…” Minerva quis contrapor.<br />
“Minerva.” Susanna virou-se para ela, esperando que sua nova amiga, algum dia, compreendesse e<br />
desculpasse a dureza de suas palavras seguintes. “Sinto dizer, mas você está enganada quanto ao que<br />
viu, e sua insistência está se tornando aborrecida. Lorde Rycliff não me atacou ontem, nem em<br />
qualquer outro dia. Nada impróprio transpirou entre nós. Na verdade, ele só saltou do penhasco<br />
ontem porque pensou que você tivesse se afogado e quis salvar sua vida. Atacar o caráter dele após tal<br />
atitude corajosa, embora equivocada, parece-me por demais indelicado. Minha parte nesta conversa<br />
está concluída.”<br />
Minerva piscou os olhos, visivelmente magoada. Susanna sentiu-se horrível, mas o futuro de sua<br />
comunidade estava em jogo. Onde Minerva iria para caçar seus fósseis se chegassem a Londres<br />
notícias de solteironas enlouquecidas, e a Queen’s Ruby fosse forçada a fechar suas portas?<br />
“Logo seremos chamadas para o chá.” Ela pegou sua cesta e se dirigiu para casa. “Até lá estarei na<br />
despensa espremendo as ervas. Meu unguento está acabando.”<br />
Kate a seguiu.<br />
“Vou ajudar você.” Conforme se aproximavam da casa, ela sussurrou: “Como foi? O beijo”.<br />
Susanna reprimiu uma exclamação de frustração.<br />
“Você pode me contar”, disse Kate, abrindo a porta da despensa. Depois que as duas entraram, ela<br />
rapidamente a fechou e trancou. “Srta. Finch, você sabe que não vou contar para ninguém. Não tenho<br />
outro lugar para morar que não aqui. O destino de Spindle Cove também é meu destino.”<br />
Susanna encostou-se na porta e fechou os olhos.<br />
“Foi maravilhoso?”<br />
Maravilhoso não era a palavra. Não havia palavras para descrever a torrente de sensações loucas,<br />
de tirar o fôlego, que sentiu.<br />
E também não havia como ela pudesse manter aquilo em segredo por mais tempo. Susanna anuiu<br />
com a cabeça.<br />
“Foi”, sussurrou.<br />
“Eu sabia.” Kate agarrou seu braço. “Você tem que me contar tudo.”<br />
“Oh, Kate, não posso. Eu nem devia ter admitido.” Ela começou a descer garrafas das prateleiras e<br />
cortou a fita que prendia um maço de erva-de-são-joão. “E nunca mais vai acontecer de novo.”<br />
“Você não acha que ele quer casar com você?”<br />
“De jeito nenhum. E eu não tenho intenção de casar com ele.”<br />
“Não quero me intrometer”, disse Kate. “Sério, não quero mesmo. Essa é minha única<br />
oportunidade de saber. Quero dizer… nunca vai acontecer comigo, ser beijada por um lorde em um<br />
canto escondido.”<br />
Susanna deixou o pilão cair no almofariz.