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Que homem querido e carinhoso.<br />
“Vou ficar bem. De verdade. A dor está muito melhor do que antes. E o Finn, como está?”<br />
“Recuperando-se bem, foi o que me disse Daniels. Ele está com muita dor, que está sendo atenuada<br />
por muita companhia feminina.”<br />
“Dá para imaginar”, sorriu ela. “Que dia é hoje?”<br />
Ele esfregou o rosto com uma mão.<br />
“Terça-feira, acho.”<br />
Terça-feira. Havia algo importante na terça-feira.<br />
“Ah, não.” Ela se ajeitou nos travesseiros, fazendo uma careta de dor. “Bram, suas ordens. O navio.<br />
Pensei que partisse hoje.”<br />
Ele deu de ombros.<br />
“Provavelmente partiu.”<br />
“Mas… você não foi.”<br />
“E você não morreu.” Finalmente, ele sorriu um pouco. “Uma promessa mantida merece<br />
retribuição.”<br />
Ele ficou sentado ali, ao lado da cama de Susanna, sem se mexer. Da mesma forma que estava há<br />
dias. E ela, deitada, ficou admirando Bram sob a luz quente do dia – o cabelo desalinhado, a camisa<br />
amarrotada, o rosto sem barbear e os olhos vermelhos. Somente aquele homem conseguia estar tão<br />
desarrumado e ainda assim ser arrebatadoramente lindo.<br />
“Santo Deus”, disse Susanna, repentinamente horrorizada. Ela levantou a mão para investigar seu<br />
próprio cabelo. Como ela temia, estava totalmente embaraçado. E depois de todos aqueles dias de<br />
cama, a perda de sangue, a febre… “Eu devo estar medonha.”<br />
“Ficou louca? Susanna, você está viva e acordada. Você é a coisa mais linda que eu já vi.”<br />
Ela apertou os lábios rachados.<br />
“Então por que você não me toca, não me abraça?”<br />
“Não é por falta de vontade.” Ele estendeu a mão na direção de seu rosto, e então hesitou por um<br />
instante, para depois finalmente passar um dedo pelo rosto dela. “Amor, você tem pelo menos três<br />
costelas quebradas e um ferimento no peito. Não tenho permissão para abraçá-la. Na verdade, Daniels<br />
me deu ordens bem claras para quando você acordasse. Não devo abraçá-la, beijá-la, nem tocá-la.<br />
Não devo fazê-la rir, chorar, ficar brava nem estimular suas emoções de nenhuma maneira. O que<br />
significa” – ele aproximou sua cadeira da cabeceira da cama – “que se vamos mesmo conversar<br />
agora…”<br />
“É claro que vamos.”<br />
“…devemos falar fria e calmamente.”<br />
Ela anuiu, forçando seriedade na voz.<br />
“Eu consigo fazer isso.”<br />
“Veja…” Ele pegou gentilmente a mão dela. “Eu tenho uma pergunta para fazer à Srta. Finch.”<br />
“Oh.” Ela adotou um tom formal. “E qual seria essa pergunta, Lorde Rycliff?”<br />
“Eu gostaria de saber, Srta. Finch, se você, com seu olhar aguçado e seu bom gosto, faria a<br />
gentileza de me ajudar a escolher alguns tecidos para decoração.”<br />
Ela piscou, surpresa.<br />
“Decoração?”<br />
Bram aquiesceu.<br />
“Acredito que essa seria uma ocupação bastante segura para você, enquanto está em<br />
convalescência. Vou mandar que lhe entreguem algumas amostras.”<br />
“Muito bem”, disse ela lentamente. “Isso é tudo que deseja me perguntar?”<br />
“Não. É claro que não. Se tudo correr bem e sua recuperação permitir, na próxima semana, quem