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Finch?”<br />
Bram ficou olhando mudo para o primo. Ele e Susanna estavam se achando tão cuidadosos, que<br />
não chamavam a atenção de ninguém. Mas era evidente que Colin andou acordado. E prestando<br />
atenção.<br />
“Então, não me julgue”, disse o primo. “Fiona e eu temos nos entendido de maneira adulta,<br />
madura. Posso ser mulherengo, mas não sou um depravado. Nunca arruinei uma garota inocente. E<br />
nunca cheguei perto de partir o coração de uma mulher.”<br />
“Eu não pretendo arruinar Susanna”, defendeu-se Bram. E o coração dela não é o único envolvido.<br />
“Ah, então vai se casar com ela?”<br />
“Ainda não sei”, Bram suspirou.<br />
“Por que não? Está esperando coisa melhor?”<br />
“Quê? Deus, não.” Melhor? Bram não conhecia alma viva que pudesse ser melhor do que Susanna<br />
em inteligência, coragem, beleza, paixão ou generosidade de espírito. Não existia mulher melhor.<br />
“Ah, então você está com medo.”<br />
“Não estou com medo.”<br />
“É claro que está. Você é humano. Todos temos medo, cada um de nós. Medo de viver, de amar e de<br />
morrer. Talvez marchar o dia todo em colunas organizadas distraia você da verdade. Mas e quando o<br />
sol se põe? Ficamos todos tropeçando na escuridão, tentando sobreviver a mais uma noite.” Colin<br />
entornou mais um gole de vinho, então olhou para a garrafa. “Excelente safra. Quase me faz parecer<br />
inteligente.”<br />
“Você é inteligente. E poderia fazer algo produtivo com sua vida, sabe. Se não estivesse tão<br />
determinado a desperdiçar seus talentos, junto com sua fortuna.”<br />
“Não me fale de desperdício, Bram. Se aquela mulher ama você, e você a deixar escapar… nunca<br />
mais vou querer ouvir outra ‘lição de vida’ da sua boca.”<br />
“Acredite em mim, não quero deixá-la escapar, mas não tenho certeza de que ela me ame.”<br />
“Por favor.” Colin gesticulou com a garrafa de vinho. “Você é rico e agora também tem um título.<br />
Tudo bem, ainda tem esse joelho emperrado para atrapalhar, mas você tem todos os dentes.” Colin<br />
ergueu maliciosamente a sobrancelha. “E acreditando que equipamento masculino de bom tamanho<br />
seja de família…”<br />
Bram balançou a cabeça.<br />
“Oh!”, exclamou Colin, com ar pesaroso. “Não é?”<br />
“Isso…” Bram fechou o punho. “Não importa.”<br />
Que coisa absurda. Desde quando seu primo dava conselhos e disparava ditados espirituosos?<br />
Droga, Bram devia ser a voz da sabedoria na relação com o primo.<br />
“Não importa quantos centímetros estão guardados na calça de um homem, nem quantas libras ele<br />
tem em sua conta bancária… o resultado da soma desses números não é amor.”<br />
“Acho que você tem razão. E isso é uma pena para mim.” Colin aquiesceu, pensativo. “Bem,<br />
Senhor-Lorde-Elevado-a-Nobre-por-Bravura, que tal esta ideia maluca: se você quer saber se a Srta.<br />
Finch ama você, já pensou em parar de bobagem e… sei lá… perguntar para ela?”<br />
Bram ficou olhando para ele.<br />
“Ótimo. Fique aí pensando nisso.” Afastando-se na direção da tenda, Colin fez um aceno de<br />
despedida. “Se você me dá licença, tem uma cama quente me esperando.<br />
“Tem um jeito mais rápido, Charlotte”, disse Susanna, tirando as luvas e afastando delicadamente a<br />
garota. “Nesse ritmo você vai ficar nisso o dia todo.