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Kate arregalou os olhos e uma risada admirada irrompeu de seus lábios.<br />

“O que você disse?”<br />

“Ahn… eu disse que você precisa vê-lo de perto.”<br />

“Não. Não foi isso. Você disse que eu preciso senti-lo de perto.” Os olhos castanhos de Kate<br />

faiscaram com malícia.<br />

Sentindo as orelhas quentes de constrangimento, Susanna agitou a mão, fazendo pouco caso.<br />

“Sou uma curadora. Faço avaliações com as mãos.”<br />

“Se você pensa assim...” Kate voltou-se para a janela.<br />

“Imagino que isso quer dizer que teremos de cancelar nossa reunião desta tarde?”, Violet suspirou<br />

alto.<br />

“Claro que não”, respondeu Susanna. “Não temos que alterar nossos planos. O mais provável é que<br />

esses homens não nos incomodem. Mas se o novo Lorde Rycliff e seus acompanhantes querem tomar<br />

chá… Precisaremos recebê-los da melhor forma.”<br />

Essa afirmação foi recebida com um surto de entusiasmo e um ciclone de preocupação. Objeções<br />

se levantaram ao redor dela.<br />

“Srta. Finch, eles não vão entender. Vão debochar de nós, como os cavalheiros da cidade.”<br />

“Ora, como vou me apresentar para um conde? Não tenho nenhuma roupa fina para vestir.”<br />

“Vou morrer de vergonha. Vou morrer de verdade.”<br />

“Moças”, Susanna ergueu a voz. “Não há motivo para preocupações. Vamos fazer o que sempre<br />

fizemos. Dentro de um mês, esse negócio de milícia estará encerrado e esses homens terão ido<br />

embora. Nada vai mudar em Spindle Cove por causa da visita deles.”<br />

Pelo bem de suas amigas, Susanna precisava manter a fachada de coragem frente àquela invasão.<br />

Mas ela sabia, enquanto espiava pela pequena vigia da porta, que suas palavras eram falsas. Era tarde<br />

demais... As coisas já estavam mudando em Spindle Cove.<br />

Algo havia mudado nela.<br />

Após desmontar de seu cavalo, Bram ajeitou o casaco e observou o lugar.<br />

“Uma vila bem decente”, refletiu. “Bastante encantadora.”<br />

“Eu sabia”, disse Colin e acrescentou uma maldição petulante.<br />

A praça era grande, pontuada pelas sombras das árvores. Do outro lado da rua, havia uma fileira<br />

de edificações bem arrumadas. Ele imaginou que a maior devia ser a pousada. Ruelas estreitas de<br />

terra com casinhas saíam do centro da vila, acompanhando os contornos do vale. O lado da vila que<br />

dava para a enseada tinha um grupo de casas humildes. Bram imaginou que fossem as residências dos<br />

pescadores. No centro da praça elevava-se a igreja – uma catedral alta, notavelmente grandiosa para<br />

uma vila daquele tamanho. Ele imaginou que fosse remanescente da cidade portuária medieval que<br />

Sir Lewis havia mencionado.<br />

“Este lugar é limpo”, disse Colin, com cuidado. “Limpo demais. E sossegado demais. Não é<br />

natural. Isso me dá arrepios.”<br />

Bram tinha de admitir que a cidade era estranhamente imaculada e assustadoramente vazia. Cada<br />

pedra do calçamento brilhava. As ruelas de terra não tinham detritos. Todas as fachadas de lojas e<br />

casas ostentavam floreiras de janela transbordando gerânios vermelhos.<br />

Um par de garotos veio correndo na direção deles.<br />

“Podemos ajudar com os cavalos, Lorde Rycliff?”<br />

Lorde Rycliff? Então já o conheciam. As notícias corriam em vilas pequenas, imaginou ele.<br />

Bram entregou as rédeas a um dos jovens ansiosos de cabelos muito claros.<br />

“Como se chamam, garotos?”<br />

“Rufus Bright”, disse o que estava à esquerda. “E este é Finn.”<br />

“Somos gêmeos”, explicou Finn.

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