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Capítulo Treze<br />
Bram foi recobrando os sentidos lentamente, recuperando a consciência em uma onda suave,<br />
calmante. O mundo estava escuro, mas ele sentia-se todo aquecido. Uma sensação deliciosa envolvia<br />
sua perna ferida, afastando toda sua dor com um toque rítmico e leve.<br />
Conforme ele abriu os olhos, perguntas pipocaram no limiar de sua consciência. Onde ele estava?<br />
Quem o tocava? E como ele faria para que nunca, jamais parasse?<br />
“Oh, Bram.” A voz de Susanna. “Meu Deus. Olhe só para isto.”<br />
Ele lutou para se erguer em um cotovelo e estremeceu com a pontada aguda de dor. Ele viu um<br />
redemoinho de lençóis brancos. Viu suas próprias pernas morenas e peludas. Ele viu mãos na sua<br />
pele.<br />
Mãos nuas, sem luvas.<br />
Bram deixou-se cair no colchão, querendo dormir de novo. Obviamente, ele estava alucinando. Ou<br />
morto. O toque dela era celestial.<br />
“Isto explica tanta coisa”, disse ela, estalando a língua de forma maternal. “Você está querendo<br />
compensar este apêndice atrofiado.”<br />
Apêndice atrofiado? De que diabos ela estava falando? Bram balançou a cabeça, tentando recuperar<br />
a clareza. As previsões sombrias de Colin, sobre galhos murchos e uvas-passas agitaram seu cérebro.<br />
Totalmente desperto, ele lutou com os lençóis para se sentar.<br />
“Escute aqui. Não sei que tipo de liberdade você tomou enquanto eu estava inconsciente, ou o que<br />
sua imaginação de solteira a preparou para ver, mas precisa saber que a água estava muito fria.”<br />
Ela piscou, confusa.<br />
“Estou falando da sua perna.”<br />
“Oh.” A perna. Aquele apêndice atrofiado.<br />
Quanto tempo ele esteve inconsciente? Uma hora? Mais? Ela estava usando um vestido listrado de<br />
musselina, mas seu cabelo continuava molhado, penteado para trás, formando ondas de âmbar<br />
escuro.<br />
As mãos dela continuavam a tocá-lo. Ele viu que os dedos de Susanna brilhavam, revestidos por<br />
algum tipo de óleo. O aroma de ervas da substância ocupava sua cabeça. O desejo fazia seu sangue<br />
correr por todo o corpo. Devia ser um sintoma de seu prolongado celibato, que as mãos de Susanna,<br />
sem luvas, o excitassem mais do que uma mulher inteiramente nua no passado.<br />
Ou talvez aquilo fosse um sinal de que ele queria aquela mulher com mais intensidade do que<br />
jamais quis qualquer outra.<br />
“Onde estamos?”, perguntou ele, examinando o aposento. Um quarto iluminado, arejado, decorado<br />
com tecidos coloridos e madeira. O colchão embaixo dele parecia vergado e esticado como uma<br />
rede, devido ao seu peso.<br />
“Summerfield.”<br />
“Como chegamos até aqui?”<br />
“Foi muito difícil. Você pesa tanto quanto um touro, mas você vai gostar de saber que seus homens<br />
encararam o desafio.”<br />
Droga. Maldição. Que o diabo o pegasse e o jogasse de um penhasco. Seu segundo dia no<br />
comando de novos recrutas e ele o coroava ao cair inconsciente, derrubado por uma intelectual e sua