19.06.2015 Views

o_19o615tf7189c18f91en2130l8jfa.pdf

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

“Não é o calor”, disse Susanna, mais uma vez surpresa com a facilidade com que entendia o jeito<br />

de Bram pensar. “Os casacos são todos de cores diferentes. Lorde Rycliff quer que eles tenham a<br />

mesma aparência, para que ajam em sincronia.”<br />

Charlotte pegou os óculos da mão de Minerva e colocou-os à frente dos olhos.<br />

“Droga, não consigo ver nada.”<br />

“Pateta”, disse Minerva, dando um empurrão carinhoso na irmã menor. “Eu tenho hipermetropia.<br />

Os óculos só ajudam com objetos que estão perto. E não sei por que você está fazendo tanto barulho<br />

por causa de uns homens em mangas de camisa. Desta distância eles são apenas uns borrões claros.”<br />

A não ser Bram. Não havia nada de indefinido no corpo dele. Mesmo àquela distância, Susanna<br />

conseguia distinguir claramente os músculos de seus ombros e braços, ainda que cobertos pela<br />

camisa. Ela lembrou do calor marcante que sentiu quando o tocou.<br />

“Nós deveríamos voltar para a vila.” Ela se pôs em pé, bateu a grama da saia e dobrou o xale<br />

indiano em um retângulo bem feito.<br />

Violet discordou.<br />

“Mas, Srta. Finch, nós ainda nem chegamos…”<br />

“A Srta. Highwood está com falta de ar”, cortou ela, em um tom que não admitia discussão. “Até<br />

aqui, basta por hoje.”<br />

As moças levantaram em silêncio e reataram os laços de seus chapéus, preparando-se para a<br />

caminhada de volta para casa.<br />

“O que acha, Srta. Finch?” Kate sorriu quando o som fraco do tambor voltou. “Quantas vezes<br />

Lorde Rycliff vai fazê-los marchar aquele mesmo percurso?”<br />

Susanna não sabia dizer um número preciso para Kate, mas, mesmo assim, ela sabia a resposta.<br />

“Até eles acertarem.”<br />

“Eles nunca vão conseguir”, resmungou Thorne. “Malditos inúteis, todos eles.”<br />

Bram praguejou entre dentes. Pelo amor de Deus, ele havia passado todo o dia anterior apenas<br />

tentando ensinar aqueles homens a marcharem em linha reta. Quando se reuniram na manhã de terçafeira,<br />

Bram decidiu tornar a tarefa ainda mais simples. Nada de formação, apenas marchar no ritmo<br />

através do campo aberto. Esquerda, direita, esquerda...<br />

Mas marchar no ritmo seria mais fácil com um tocador de tambor que conseguisse tocar no ritmo;<br />

porém, Finn Bright parecia ter nascido sem noção do que era aquilo. Para não falar dos grasnidos de<br />

furar o tímpano que Rufus produzia no pífaro.<br />

Apesar de tudo isso, de algum modo, eles conseguiram percorrer a distância entre o Castelo<br />

Rycliff e as falésias do outro lado da enseada.<br />

“Deixe-os em posição de descanso”, Bram instruiu Thorne. “Vamos ver se eles conseguem<br />

simplesmente… ficar em pé um pouco, sem que caiam de bunda.”<br />

Bram preferiria cair em seu próprio sabre antes de admitir que era ele quem precisava de um<br />

descanso. Ele olhou para a outra ponta da enseada. Pendurado no braço de terra em frente estava o<br />

castelo. Tão perto, se medido pelo voo das gaivotas, mas uma boa marcha de volta. Maldição, ele<br />

deveria ter levado o cavalo.<br />

“Então, aquele é o fuso, que deu origem ao nome do lugar – Spindle, imagino?” Colin olhava para<br />

uma coluna de pedras que pontuava a entrada da enseada. A formação era alta e arredondada, com um<br />

topo protuberante de arenito.<br />

“Acredito que sim.”<br />

Colin bufou.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!