You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
“Então vamos entrar juntas.”<br />
Aaron Dawes correu na frente de todos e tirou as ferramentas de cima de uma comprida mesa de<br />
madeira, que moveu para o centro do ambiente.<br />
“Coloque-o aqui, milorde.”<br />
Bram hesitou por um instante, como se relutante em soltar Finn, mas então ele se adiantou,<br />
calmamente, e deitou o jovem machucado na superfície lisa. Thorne continuava segurando a perna<br />
ferida do garoto.<br />
“Calma, Finn”, murmurou Bram. “Nós vamos cuidar de você.” Ele se virou para Dawes.<br />
“Láudano?”<br />
“Mandei Rufus…”<br />
“Estou aqui.” Rufus entrou apressado no salão, segurando uma garrafa de vidro marrom. “Peguei<br />
na Tem de Tudo.”<br />
“Vou pegar uma colher ou um copo”, prontificou-se a Srta. Highwood.<br />
“Deixe para depois”, disse Dawes. “Ele já está inconsciente, e não podemos esperar até fazer<br />
efeito.” O ferreiro mexeu cuidadosamente no que até recentemente tinha sido um pé. “Não há como<br />
salvar o pé. Vou preparar as ferramentas.”<br />
Susanna ficou triste, mas não surpresa. Mesmo que o osso não estivesse despedaçado, o ferimento<br />
estava um horror, cravejado de fragmentos de metal, couro da bota e outros detritos. Seria<br />
impossível limpá-lo adequadamente. Se a hemorragia não tirasse a vida de Finn, a infecção o faria.<br />
“O que eu posso fazer?”, perguntou Lorde Payne, de onde observava a cena, junto à parede, o<br />
rosto pálido e sombrio. “Dawes, diga-me o que fazer.”<br />
“Alimente o fogo. Está apagando.” O ferreiro indicou a forja com a cabeça. “E tem uma lanterna<br />
na minha casa, do outro lado do pátio.”<br />
“Vou pegar a lanterna”, disse Diana.<br />
“Todo mundo parado!”, gritou Bram. Ele estendeu os braços sobre Finn, seu rosto duro e<br />
autoritário. “Ninguém vai tocar no pé deste garoto, estão me ouvindo? Eu vou buscar um cirurgião.”<br />
Susanna franziu o rosto. Ela deveria saber que Bram não aceitaria bem aquela solução, depois de<br />
quase ter perdido sua perna. Mas aquele era outro tipo de ferimento, em circunstâncias muito<br />
diferentes.<br />
Endireitando as costas e olhando para todos do alto, Bram falou com autoridade:<br />
“Ninguém vai cortar este garoto. Não até que eu retorne. É uma ordem.” Ele se virou para seu<br />
oficial. “Está me ouvindo, Thorne? Ninguém deve encostar nele. Você tem minha permissão para<br />
usar os meios que julgar necessários.”<br />
Ele se virou e saiu da forja a passos largos, deixando todos os presentes estarrecidos,<br />
entreolhando-se sem saber o que fazer. Todos sabiam o que Bram se recusava a admitir – que a<br />
tentativa de salvar o pé de Finn poderia significar sua morte.<br />
“Vou falar com ele”, disse Lorde Payne, movendo-se em direção à porta.<br />
Susanna o deteve.<br />
“Espere, milorde. Deixe-me tentar.”<br />
Eles trocaram um olhar de compreensão mútua. Colin anuiu.<br />
“Esse tolo teimoso nunca me ouve”, disse ele. “Aposto que nunca ouve ninguém, mas ele ama<br />
você, então talvez isso ajude.”<br />
Susanna piscou, espantada.<br />
“Ele não lhe disse, ainda?” Payne deu de ombros. “Esse maldito covarde não a merece. Agora vá!”<br />
Ele a empurrou amistosamente.<br />
Susanna saiu correndo da forja e encontrou Bram no pátio, onde ajustava a sela do cavalo,<br />
preparando-se para montar.