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debaixo de seu novíssimo casaco de oficial. Ela tentou não olhar para ele, mas evitar contato visual<br />

direto foi o melhor que Susanna conseguiu fazer. Ela manteve o olhar baixo, no ângulo másculo do<br />

maxilar dele, em seus lábios sensuais. Então admirou a parte exposta de seu peito nu e os pelos<br />

escuros que apareciam ali.<br />

Ele estava querendo torturá-la?<br />

“Por favor, explique-me o que é isto?” Ele mostrou os punhos do casaco, destacando os botões de<br />

bronze pregados neles.<br />

“Ah, isso.” Ela reprimiu um sorriso. “Aaron Dawes fez o molde e a fundição. Toda milícia que se<br />

preze precisa de um símbolo.”<br />

“Sim, mas milícias que se prezem não escolhem um carneiro.”<br />

“Pelo que me lembro, o carneiro escolheu você.”<br />

Bram passou o dedo pelo lema – uma frase em latim:<br />

“Aries eos incitabit. Um carneiro os fará avançar?”<br />

“Cuidado, milorde. Seus três semestres em Cambridge estão aparecendo.”<br />

A boca de Bram suavizou-se, aquela sugestão sutil de um sorriso que Susanna aprendeu a adorar.<br />

“Botões à parte”, disse ele, “você fez um trabalho admirável. Você e todas as mulheres. Os<br />

uniformes, o treinamento…” Ele passou os olhos pela sala. “Todos esses preparativos.”<br />

O elogio dele a aqueceu por dentro.<br />

“Todos temos trabalhado bastante. Por acaso, eu vi parte do treinamento, outro dia. Impressionante,<br />

milorde. Amanhã, sem dúvida, será um dia triunfante.” Um silêncio constrangedor nasceu entre eles,<br />

até Daisy interrompê-lo com um balbucio molhado.<br />

“Quem é esta?” Ele indicou com a cabeça a bebê em seus braços. “Acredito que não fomos<br />

apresentados.”<br />

“Esta…” – ela a virou para que Bram pudesse vê-la melhor – “é Daisy Bright.”<br />

“Eu deveria ter adivinhado pelo cabelo.”<br />

A bebê de cabelos claros esticou a mão gorducha para Bram, tentando alcançar os botões<br />

brilhantes de seu casaco. Susanna também teve vontade de tocar nele. Por impulso, levada por partes<br />

iguais de estresse emocional e cansaço dos braços, ela entregou a criança para ele.<br />

“Tome. Por que você não a segura?”<br />

“Eu? Espere. Eu não…”<br />

Mas ela não lhe deu chance de recusar, arrumando Daisy na dobra de seu braço. A bebê, encantada,<br />

agarrou um botão e deu um puxão.<br />

“Está vendo? Alguém gostou dos botões.” Susanna olhou para Bram. O pobre homem estava duro<br />

como pedra, totalmente tomado pelo terror. “Tente manter a calma”, provocou ela. “É uma bebê, não<br />

uma granada.”<br />

“Tenho mais experiência com granadas.”<br />

“Você está se saindo muito bem.” Largando o botão, Daisy agarrou o polegar de Bram e o apertou<br />

com força. “Olhe, ela já está adorando você.”<br />

Um caroço cresceu na garganta de Susanna enquanto ela observava Bram segurando o bebê com<br />

tanto carinho, e aqueles dedinhos envolvendo firmemente seu polegar.<br />

E ele continuava a torturá-la. Susanna nunca havia pensado muito a respeito, mas agora… ah,<br />

como ela queria um filho. Ela adorava a ideia de seus seios e sua barriga inchados por uma gravidez.<br />

Adorava a ideia de ficar acordada à noite, sentindo o bebê chutá-la por dentro. Adorava sonhar como<br />

seria a criança, imaginando qual dos pais iria preferir. Ela adorava tudo na ideia de carregar não só<br />

um bebê, mas o bebê de Bram.<br />

Porque ela o amava.<br />

Ela amava Bram. E talvez ele fosse teimoso demais para admitir, mas Bram precisava de seu amor.

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