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Capítulo Quinze<br />

Bram acordou com uma luz lancinante que o machucava através das pálpebras. Alguém colocou<br />

um copo frio em sua mão. Ele não suportava nem mesmo a ideia de abrir os olhos para verificar<br />

quem era e qual era o conteúdo do copo. Após cheirar o líquido, cauteloso, ele o engoliu. Água.<br />

Límpida e refrescante. A coisa mais deliciosa que ele já provou. Ele teria murmurado um<br />

agradecimento, mas sua língua estava pesada demais. Ele não conseguiu fazê-la se mexer.<br />

Uma mão bondosa fechou a cortina. A escuridão o envolveu, arrastando-o de volta ao travesseiro,<br />

fazendo com que dormisse novamente.<br />

Quando acordou de novo, a luz forte tinha sumido. Afastando a roupa de cama, ele se ergueu sobre<br />

um cotovelo. Bram estava sozinho no quarto. Uma única vela em um castiçal fornecia toda a luz do<br />

ambiente.<br />

Esfregando os olhos para afastar o sono, ele se sentou e colocou os pés no chão. Quanto tempo<br />

teria perdido? Ele consultou o relógio sobre a mesa de cabeceira. Sete e meia. Mas nesse caso o sol já<br />

deveria ter nascido. A menos que…<br />

A menos que fosse noite novamente. Noite de quarta-feira. Ele massageou as têmporas doloridas.<br />

Droga. Havia perdido um dia inteiro.<br />

Seu casaco de oficial estava pendurado em um gancho perto da porta. Dobrados sobre uma cadeira<br />

próxima estavam camisa, calça e colete. Bram os reconheceu como seus, mas não eram aquelas peças<br />

que estava usando na terça-feira. Thorne devia ter aparecido com roupas limpas, para substituir as<br />

que estavam encharcadas de água do mar.<br />

Empoleirado na borda do colchão, ele testou seu joelho, dobrando e esticando a articulação.<br />

Incrivelmente, a perna não estava pior após o longo dia de marcha. Na verdade, estava sensivelmente<br />

melhor. Bram não sabia dizer se aquilo se devia ao linimento de Susanna, à sua poção nojenta, ao seu<br />

toque sedativo, ou simplesmente a um dia inteiro de sono. De qualquer modo, ele tinha que agradecer<br />

a ela.<br />

Com força repentina e visceral, uma lembrança fez com que voltasse cerca de vinte horas no<br />

tempo. Ele estava naquela mesma cama, com Susanna debaixo de seu corpo. Ele tinha segurado um<br />

seio firme e carnudo em sua mão, enquanto os dedos dela acariciavam suas costas, levando-o a<br />

dormir.<br />

Ele havia sido afogado pela emoção, arrastado para debaixo da água por correntes perigosas.<br />

Excitado pelo toque de Susanna, confortado por suas palavras sussurradas, tocado pelos segredos que<br />

ela confessou. Ele simplesmente se sentiu próximo dela, em todos os sentidos possíveis.<br />

Por força do hábito, ele passou as duas mãos pelo cabelo, como se fosse prendê-lo em um rabo de<br />

cavalo; mas, claro, seus dedos somente roçaram o curativo que envolvia sua cabeça e alguns fios de<br />

cabelo que escaparam à tesoura de Susanna no outro dia.<br />

Aquela mulher o estava mudando.<br />

Após esvaziar um copo de água, ele fez bom uso do lavatório e do sabão. Secou-se com uma<br />

toalha e então vestiu as roupas limpas. Após dois dias de cama, ele precisava se barbear, mas isso<br />

teria que esperar. Bram conferiu rapidamente o nó de sua gravata no espelhinho do quarto e em<br />

seguida saiu.<br />

Summerfield estava bem decorada, mas não era uma casa grande. Localizou facilmente a escada de

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