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sem dúvida. Se essa preocupação chegar à Sociedade como um todo, nossa reputação de porto<br />
seguro será destruída. Todas as famílias chamarão suas filhas e protegidas de volta para casa. Tudo<br />
por aqui vai acabar. E por quê? Essa milícia absurda está condenada a fracassar. Os homens são<br />
inúteis.”<br />
Não importavam as armas ou a dúzia de mulheres que os observavam. Bram queria mesmo era<br />
pegá-la nos braços, segurá-la tão próximo e apertado, como fez debaixo do salgueiro.<br />
“Susanna, olhe para mim.”<br />
Ele esperou até que aqueles olhos azuis e claros encontrassem os seus.<br />
“Eu vou consertar isso”, disse ele. “Eu sei que a desapontei na noite passada, mas não vai acontecer<br />
de novo. Meu primo e eu vamos convencer as mulheres de que é seguro ficar aqui. Até o Festival de<br />
Verão, eu vou manter os homens sob rédeas curtas, longe de vocês. E de algum modo, de alguma<br />
forma, ao longo dos próximos quinze dias, eu irei transformá-los em uma milícia de elite para<br />
impressionar os convidados do seu pai.”<br />
Ela soltou uma exclamação de descrença.<br />
“Eu vou fazer tudo isso”, repetiu ele. “Porque esse é o dever de um oficial. Transformar homens<br />
improváveis em soldados e garantir que estejam treinados e preparados para quando e onde forem<br />
necessários. Isso é o que eu faço, e sou bom nisso.”<br />
Ela suspirou.<br />
“Eu sei. Tenho certeza de que você é um comandante absolutamente capaz, quando não tem de<br />
enfrentar bolos, chá, poesia e intelectuais armadas de porretes.”<br />
“Eu me distraí. Mas isso é culpa sua, Srta. Finch.”<br />
Os lábios dela curvaram-se um pouquinho. A sombra de um sorriso que imediatamente fisgou o<br />
coração de Bram.<br />
Mas então a promessa de sorriso desapareceu e ela se afastou dele, olhando para longe, na direção<br />
da vila. Sua coluna estava ereta, os ombros alinhados, mas o medo continuava lá, no tremor quase<br />
imperceptível de seu lábio inferior e no arrepio que percorreu a curva graciosa de suas costas. Ela se<br />
sentia responsável pelo local, e estava com medo.<br />
Bram não podia deixá-la se sentir daquele jeito. Não quando ele tinha a oportunidade perfeita e<br />
todos os motivos honrados para tornar seus os problemas que eram dela. Para tornar Susanna sua.<br />
Ali mesmo, naquela manhã. Ele havia pensado naquela possibilidade a noite toda, mas a decisão<br />
acabava de se formar dentro dele. Nítida e clara como o som de uma pistola sendo engatilhada.<br />
“Não se preocupe. Com nada.” Ele recuou um passo, dirigindo-se à casa. “Vou deixar meu primo<br />
aqui para se humilhar diante de suas moças. Deixe-o de joelhos, se quiser. Eu vou conversar com seu<br />
pai.”<br />
“Espere”, disse ela, virando-se para ele. “Você prometeu não envolver meu pai. Você me deu sua<br />
palavra.”<br />
“Ah, não se preocupe.” Bram se afastou. “Não vou falar com ele da milícia. Isso diz respeito<br />
apenas a nós dois.”<br />
Susanna observou Bram caminhar na direção da casa, perguntando-se se o tinha compreendido<br />
corretamente. Ele acabava de dizer que iria falar com seu pai? A respeito dos dois?<br />
Se ele pretendia fazer o que ela entendeu…<br />
“Oh, droga.” Ela segurou a saia e correu atrás dele.<br />
Susanna o alcançou quando ele chegava à entrada lateral da casa.<br />
“O que você quer dizer”, perguntou ela, ofegante, “com falar com meu pai? Sobre nós? Com