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A respiração dele vinha em sons irregulares. Bram pousou a testa no ombro dela e a trouxe mais<br />
para perto.<br />
“Isso está ficando cada vez mais difícil.”<br />
“Eu sei.” Baixando as anáguas, ela se soltou. Depois de arrumar as roupas, Susanna virou<br />
lentamente para encarar Bram. As palavras ficaram presas em sua garganta, mas ela as forçou para<br />
fora. “Talvez esta deva ser nossa última vez.”<br />
“Susanna. Você sabe que não foi isso que eu quis dizer.” Ele subiu a calça de onde estavam paradas,<br />
enroscadas nos joelhos. Com movimentos impacientes, ele começou a se recompor e a fechar os<br />
botões.<br />
“Preciso ir.” Ela alisou o cabelo.<br />
“Espere.” Bram agarrou seu pulso, proibindo-a de partir. “O que você está fazendo? Não pode<br />
estar querendo fugir de mim. Disto.”<br />
“Não estou fugindo. É você que vai partir. E nós não podemos continuar fazendo isto. Vamos ser<br />
pegos.”<br />
“E daí se formos pegos?”, disse ele. “Você sabe que eu quero me casar com você. Eu casaria<br />
amanhã.”<br />
“Certo. E então me deixaria alguns dias depois.”<br />
Com um sorriso levemente irônico, ele apontou as ruínas do castelo.<br />
“Se eu não sou o bastante, saiba que esta pilha de pedras em ruínas pode ser toda sua.”<br />
Ela fungou e olhou ao redor, para a confusão de paredes e torres que um dia abrigaram todos os<br />
seus sonhos.<br />
“Você não faz ideia do carinho que eu tenho por esta grande e arruinada pilha de pedras. Eu só<br />
gostaria que ela viesse com um Lorde Rycliff dentro.”<br />
O lugar dele era em Spindle Cove. Desde o dia em que ele havia falado para os moradores, no<br />
piquenique, Susanna tinha certeza disso. Bram era forte e capaz. Um líder natural, com senso nato de<br />
lealdade e honra. Aquele lugar poderia se beneficiar de um homem como ele. Se ele estivesse<br />
disposto a trocar sua vida militar por uma existência mais calma e pacífica, Susanna podia imaginálo<br />
vivendo ali, alegremente, como Lorde Rycliff.<br />
E ela poderia ser muito feliz – plenamente, absolutamente feliz – como sua esposa.<br />
“Você não quer um lar de verdade, Bram? Você sabe, um lugar com teto e… e paredes, e aquele<br />
luxo raro que chamamos de janelas? Móveis, até. Tapetes, cortinas. Refeições decentes e uma bela<br />
cama quente.”<br />
“Eu nunca fui de confortos domésticos. Refeições de cinco pratos servidos em porcelana fina,<br />
salas com papel de parede… Essa vida não é para mim, mas eu poderia aprender a dar valor a uma<br />
cama, se você estivesse nela.” Ele a puxou pelo punho, tentando trazê-la para perto.<br />
Susanna resistiu. Ela nunca teria força para dizer o que estava para falar, sem o benefício de uma<br />
certa distância entre eles.<br />
“Um lar não é definido apenas por aquilo que você precisa, Bram. Mas também pelas pessoas que<br />
precisam de você. O que eu vou fazer quando você for embora? E seu primo? E quanto aos homens e<br />
às mulheres de Spindle Cove, que estão trabalhando duro por você neste momento, enquanto<br />
conversamos? Você é o lorde deles. Isso não significa nada para você?”<br />
“Claro que significa.” Seu olhar ficou firme, assim como sua mão no pulso dela. “Significa muito.<br />
E a melhor forma que conheço para lhes retribuir é terminando esta guerra. Protegendo as liberdades<br />
de que desfrutam e a soberania da terra que chamam de pátria. Susanna, isso não se trata de a<br />
Inglaterra querendo manter alguma ilha que provavelmente nunca deveria ter conquistado. Você sabe<br />
que Bonaparte precisa ser detido.”<br />
“E ele não pode ser derrotado sem sua presença pessoal na Espanha? Isso é um pouco arrogante,