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Está vendo?, ela disse para si mesma. Ele não pode ser mais claro do que isso.<br />
“Eu quero você... Eu sonho com você... Fico desesperado para estar perto de você”, disse Bram,<br />
provocando um novo arrepio que escorreu pela coluna de Susanna. “Para tocar você inteira...” As<br />
mãos dele passearam por suas costas e seus braços. “O que é essa coisa horrível que você está<br />
vestindo?”<br />
“É um traje de banho.”<br />
“Parece uma mortalha. E é opaco demais.”<br />
“Claro, ora. Esse é o objetivo. Opacidade.” A respiração dela ficou rápida; as palavras, tolas.<br />
Uma das mãos de Bram deslizou para capturar seus dedos. Ele os ergueu acima da superfície da<br />
água, chacoalhando-os como se fossem um tipo de evidência contundente.<br />
“Quem usa luvas no oceano.”<br />
“Eu uso.” Ela engoliu em seco.<br />
“Essas suas luvas, elas me deixam louco. Eu quero arrancá-las de suas mãos. Beijar esses punhos<br />
esguios, chupar cada um desses dedos delicados e longos. E esse seria só o início. Eu também quero<br />
ver o resto de você. Seu corpo foi feito para dar prazer a um homem. É um crime contra a natureza<br />
escondê-lo.”<br />
Aquilo não podia estar acontecendo. Não com ela. Susanna fechou os olhos com força, depois os<br />
reabriu.<br />
“Lorde Rycliff, está se esquecendo de sua posição.”<br />
“Não, não estou.” Seus olhos verdes a aprisionaram. “Eu sei exatamente quem sou. Tenentecoronel<br />
Victor St. George Bramwell, Conde de Rycliff há alguns dias. Você é Susanna Jane Finch e eu<br />
quero vê-la nua. Nua, branca e encharcada até a raiz dos cabelos, com gotas de água do mar<br />
brilhando ao luar. Eu vou lamber o sal do seu corpo.”<br />
Ele passou a língua pelo rosto dela. Susanna se sentiu sem ar. Os bicos dos seios endureceram,<br />
projetando-se contra o tecido grosso e molhado.<br />
“Você é louco”, ofegou ela.<br />
Os lábios de Bram roçaram sua orelha.<br />
“Estou perfeitamente lúcido. Quer testar minha memória? Às segundas-feiras vocês caminham<br />
pelo campo. Às terças-feiras tomam banho de mar. Amanhã talvez eu encontre você no jardim e a<br />
arraste para trás de algum arbusto.”<br />
A sugestão a enfraqueceu. Ela imaginou o corpo dele sobre o seu. O calor dele, contrastando com<br />
o solo frio e úmido. A imaginação de Susanna invocou os aromas da grama e da terra.<br />
“E às quintas…” Ele se afastou e olhou estranho para ela. “Isso é interessante. Nós nunca chegamos<br />
à quinta-feira. Por favor, diga-me que às quintas vocês passam óleo no corpo e lutam ao estilo<br />
grego.”<br />
Ela bufou.<br />
“Você é horrível.”<br />
“E você adora... Essa é a pior parte. Você me quer com a mesma urgência que eu sinto, porque sou<br />
exatamente o que você precisa. Não existe outro homem nessa vila que seja forte o bastante para<br />
tomá-la. Você precisa de um homem de verdade, que lhe mostre o que fazer com toda essa paixão que<br />
borbulha abaixo da sua superfície. Você precisa ser desafiada, dominada.”<br />
Dominada?<br />
“E você precisa ser enjaulado, seu animal.”<br />
“Um animal é exatamente o que você quer. Um bruto medieval, grande e sombrio, que jogue você<br />
no chão, arranque as roupas do seu corpo e faça o que quiser com você. Eu sei que tenho razão. Não<br />
me esqueci de como você ficou excitada depois daquela explosão.”<br />
A ousadia dele!