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aquele plano de milícia?<br />

A resposta era simples. Ela não podia.<br />

“Bramwell”, Sir Lewis dirigiu-se ao oficial, “você liderou regimentos inteiros em batalhas. Estou<br />

lhe pedindo que treine uma companhia de vinte e quatro homens. Creia-me, eu sei muito bem que isso<br />

é como pedir a um leão africano que cumpra as tarefas de um rato de celeiro. Mas essa é uma posição<br />

de comando, uma que posso lhe oferecer. E é só por um mês. Se você se sair bem… após o verão<br />

pode conseguir algo mais.”<br />

Os homens trocaram olhares significativos e Bramwell – agora Lorde Rycliff, pelo que parecia –<br />

ficou em silêncio por um bom tempo. Ela segurou a respiração. Meia hora antes tudo o que desejaria<br />

era ver aquele homem e seus companheiros pelas costas. Mas agora ela se via forçada a assumir uma<br />

posição muito desagradável. A de esperar que ele aceitasse.<br />

Afinal, Bramwell se levantou e puxou a frente de seu casaco.<br />

“Muito bem, então.”<br />

“Excelente!” Pondo-se em pé, Sir Lewis bateu as mãos e as esfregou com energia. “Vou escrever<br />

para o duque. Susanna, você gosta de caminhar e temos bastante tempo antes do jantar. Por que não<br />

mostra o castelo a seu dono?”<br />

“É por aqui”, disse Susanna, ao conduzir os homens para fora da trilha de terra, até uma antiga<br />

estrada coberta de grama.<br />

O caminho era conhecido. Ao longo dos anos em que ela residia em Spindle Cove, Susanna devia<br />

ter andado por ali milhares de vezes. Conhecia cada curva do terreno, cada depressão na estrada.<br />

Mais de uma vez, ela percorreu aquele caminho no escuro da noite sem errar um passo.<br />

Naquele dia, contudo, ela tropeçou.<br />

Ele estava lá, segurando seu cotovelo com a mão forte e firme. Ela não percebeu que ele a seguia<br />

tão de perto. Quando Susanna pensou ter recuperado o equilíbrio, o calor e a presença dele a fizeram<br />

balançar novamente.<br />

“Você está bem?”<br />

“Estou. Acho que sim.” Em um esforço para afastar o constrangimento, ela brincou: “Segundasfeiras<br />

são para caminhar no campo; terças para banhos de mar…”<br />

Ele não riu. Nem mesmo sorriu. Ele a largou sem fazer comentário, adiantando-se para assumir a<br />

liderança. Seus passos eram largos, mas ela reparou que ele continuava puxando a perna direita.<br />

Ela fez o que uma pessoa que se preocupava com o bem-estar dos outros nunca deveria fazer. Ela<br />

desejou que estivesse doendo.<br />

Talvez o salto que ele tinha dado sobre ela, na estrada, tivesse evitado que ela perdesse alguns<br />

dedos, mas se não fosse por ele, não haveria perigo. Se não fosse por ele, naquele momento Susanna<br />

estaria cuidando para que as jovens Highwood se instalassem na pensão. Pobre Diana. E pobre<br />

Minerva! Pelo menos Charlotte era jovem e resiliente.<br />

Eles caminharam o resto do percurso em silêncio. Quando chegaram ao cume de arenito, Susanna<br />

parou.<br />

“Bem”, disse ela, entre duas tomadas de fôlego, “aí está, milorde. O castelo Rycliff.”<br />

As ruínas do castelo estavam encarapitadas sobre uma formação rochosa e uma saliência de mato<br />

que se projetava sobre o mar. Quatro torres de pedra, alguns arcos remanescentes… aqui e ali,<br />

trechos de muro. Aquilo era tudo que restava. Ao fundo, abria-se o Canal da Mancha, que assumia,<br />

naquele momento em que o sol da tarde ia descendo, um lindo tom de violeta.<br />

O silêncio reinou por um longo minuto enquanto os homens apreciavam a cena. Susanna também

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