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“Quero que todos vocês se lembrem que não estamos sozinhos no campo. Há muitos outros<br />
contando com nosso sucesso. Todas as moças da Queen’s Ruby, Finn e a Srta. Finch. A fé que eles<br />
depositam em nós está costurada no forro de cada casaco, enrolada em cada cartucho de pólvora. E<br />
está em cada batida do nosso coração. Não iremos decepcionar nenhuma dessas pessoas.”<br />
Ele passou os olhos de um rosto solene e determinado para outro, fazendo contato visual com cada<br />
um de seus homens. Para a Srta. Taylor, ele deu um sorriso.<br />
“Vigário, por favor, abençoe-nos.” Abaixando a cabeça, ele murmurou: “Nós vamos precisar”.<br />
Entre a catástrofe do dia anterior e a subsequente falta de sono, Bram não sabia como os homens<br />
reagiriam. Mas, apesar de todo o receio, a exibição desenrolou-se surpreendentemente bem. As<br />
manobras de pivô, que causaram tantas confusões nas últimas semanas, ocorreram sem problemas,<br />
até mesmo a invertida. Eles perderam um pouco o passo nas oblíquas, dada à insistente confusão que<br />
Fosbury fazia entre esquerda e direita, mas com o exercício de tiro, a demonstração foi encerrada em<br />
alta. Graças às orientações de Susanna, os homens atiraram com impressionante destreza –<br />
individualmente e como companhia.<br />
Como planejado, eles concluíram a exibição com um feu de joie. Todos os homens se colocaram<br />
em uma única fila, carregaram os mosquetes e dispararam em rápida sucessão – como dançarinos de<br />
teatro batendo o pé um após o outro. A onda de fumaça e fogo correu de um lado a outro da fila.<br />
Quando o exercício terminou, a multidão irrompeu em vivas e aplausos.<br />
Bram olhou homem por homem. Ele só podia imaginar que todos, como ele, sentiam-se<br />
orgulhosos e aliviados. Somente uma coisa poderia tornar aquele momento ainda melhor.<br />
“Bram!”<br />
Era ela. A voz de Susanna. Ela veio. Finalmente chegou, e a tempo de assistir ao triunfo de seus<br />
amigos.<br />
“Bram!”, ela chamou novamente. Susanna estava sem fôlego. E parecia tão empolgada quanto ele.<br />
Bram desmontou do cavalo e virou, procurando-a em meio à multidão.<br />
Lá estava ela, em pé junto ao arco em ruínas perto do portão. As provações da noite anterior<br />
deixaram suas marcas nela. Susanna estava pálida, e sombras escuras acumulavam-se sob seus olhos.<br />
O cabelo estava desgrenhado. Seu xale indiano arrastava no chão. Se alguém tivesse pintado para ele<br />
aquela mesma cena, um ano antes, e dito: Algum dia você vai querer beijar essa mulher mais do que<br />
qualquer coisa… Bram teria rido e feito alguma piada sobre artistas e ópio.<br />
Mas naquele dia, essa era a verdade.<br />
“Susanna...”<br />
Quando ele se aproximou, ela se encostou no arco de pedra.<br />
“Bram.”<br />
“Sinto muito.” Ele tinha que dizer isso em primeiro lugar. “Eu realmente sinto muito. Eu nunca<br />
deveria ter dito o que disse. Eu não deveria ter partido. Fui um idiota, e você fez o que era melhor<br />
para o Finn. Muito obrigado.”<br />
Ela não respondeu. Simplesmente ficou parada ali, no arco, pálida e parecendo estarrecida. Será<br />
que um pedido de desculpas de sua parte era assim tão chocante?<br />
Talvez fosse. Ele era um tolo teimoso.<br />
Ele deu mais alguns passos na direção de Susanna, parando à distância de um braço de onde ela<br />
estava. Estava acabando com ele, não pegá-la nos braços.<br />
“Eu deveria ter ido a Summerfield antes, apenas para pedir desculpas, mas a Srta. Taylor disse que<br />
você queria ver isso acontecer…” Ele gesticulou, indicando as festividades. “Todos trabalharam<br />
duro, e… Fizeram tudo isso por você, Susanna. Tudo transcorreu maravilhosamente, e foi tudo por<br />
você.”<br />
Ela engoliu em seco e colocou a mão nas costelas. Ela ficou tanto tempo em silêncio que ele