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farmácia científica durante vários anos. Faço remédios para muitos visitantes e moradores e tenho<br />
razões seguras, científicas, para acreditar que, em uma crise de respiração, o conteúdo do frasco<br />
pode fazer bem à sua irmã.”<br />
“Nesse caso, eu confio na sua capacidade”, sorriu Minerva. “Agora é a vez de eu me vangloriar.”<br />
Olhando para as outras mulheres, ela diminuiu o passo. Elas ficaram bem para trás do grupo<br />
principal. “Promete guardar um segredo? Eu sou a primeira, e única, mulher membro da Sociedade<br />
Geológica Real.”<br />
Encantada, Susanna soltou uma exclamação de espanto.<br />
“Como você conseguiu isso?”<br />
“Negligenciando a informação de que sou mulher. Aos olhos deles, sou apenas M. R. Highwood, e<br />
todas as minhas contribuições são feitas por correspondência. Fósseis são minha área de<br />
especialidade.”<br />
“Oh, então você está exatamente no lugar certo. Estas colinas de calcário estão cheias de pepitas<br />
estranhas, e a enseada… espere até você vê-la amanhã.”<br />
Elas ficaram quietas por um tempo quando o caminho ficou mais íngreme e estreito, de modo que<br />
se viram obrigadas a caminhar em fila única.<br />
“Lá está o castelo.” No alto da trilha, Charlotte ficou na ponta dos pés e acenou com seu ramalhete<br />
cada vez maior de flores silvestres na direção das ruínas. “É tão romântico, não é mesmo? Com o<br />
mar ao fundo.”<br />
“Acho que sim”, disse Susanna, mantendo os olhos no chão. Ela sabia muito bem que vista<br />
pitoresca era aquela, mas estava tentando manter castelos e romance em duas caixas absolutamente<br />
separadas, muito bem tampadas, em sua estante mental.<br />
“Sua vez, Srta. Finch”, sussurrou Minerva, seguindo-a de perto. “Você não tem nenhum segredo<br />
para revelar?”<br />
Susanna suspirou. Tinha, sim, um segredo – um que era escandaloso, explosivo e que envolvia<br />
Lorde Rycliff, beijos na sala de armas e uma grande quantidade de emoções com que ela não<br />
conseguia lidar. Bem que gostaria de poder confiar em Minerva, mas homens e fósseis eram coisas<br />
diferentes.<br />
Elas fizeram uma volta, acompanhando a trilha, e quase colidiram com as outras moças. Todas<br />
haviam parado à beira de um mirante e admiravam, maravilhadas, o vale abaixo.<br />
“Nossa”, disse Violet Winterbottom. “É uma vista e tanto.”<br />
“Olhe só para eles”, suspirou Kate Taylor.<br />
“Pelo amor de Deus, o que foi?”, perguntou Susanna, abrindo caminho até a frente. “As vacas do<br />
Sr. Yarborough fugiram de novo?”<br />
“Não, não. Aqueles animais são de um tipo diferente.” Kate sorriu para ela.<br />
Sons chegaram flutuando até os ouvidos de Susanna. Batidas de tambor hesitantes e irregulares, o<br />
grasnido estridente de um pífaro, o relinchar impaciente de um cavalo...<br />
Finalmente, ela pôde ver.<br />
Os homens. Lá estavam eles, na campina plana ao norte do castelo. Daquela distância era difícil<br />
distinguir quem era quem dentre aquelas figuras masculinas. Ela não saberia dizer qual deles era o Sr.<br />
Fosbury ou o ferreiro, mas Bram, como de costume, destacava-se da multidão. Dessa vez não era<br />
porque ele era o mais alto e seu casaco, o mais vivo, mas porque estava a cavalo, o que lhe dava um<br />
ponto de vista privilegiado para avaliar a precisão da formação de sua tropa. Enquanto os voluntários<br />
marchavam, ele conduzia sua montaria de modo a circundar o grupo, a quem dava instruções de<br />
todos os lados.<br />
Ele parecia ser muito capaz, forte e ativo. O que era uma infelicidade, porque todas aquelas<br />
qualidades eram o que ela considerava atraentes em um homem. Ela nunca se queixava de sua