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Ah. Então era disso de que se tratava. Ele estava sendo obrigado a responder por… por o quê,<br />

mesmo? Flertar?<br />

“Diana não tem pai nem irmãos para defender sua honra. Esse dever cabe a mim.” Ela bateu mais<br />

uma vez no rosto dele. “Indique seus padrinhos.”<br />

“Bom Deus. Quer parar com a luva?” Ele a arrancou da mão da garota e a jogou nas roseiras<br />

espinhosas. “Não vou aceitar seu desafio. Não haverá duelo.”<br />

“Por que não? Porque sou mulher?”<br />

“Não, porque eu vi como vocês, solteiras, sabem manejar uma arma de fogo. Você me mataria sem<br />

que eu tivesse chance.” Colin apertou a ponta do nariz. “Escute, acalme-se. Eu não toquei em sua<br />

irmã. Pelo menos não de alguma forma imprópria.”<br />

“Talvez você não a tenha tocado impropriamente, mas a enganou impropriamente.”<br />

“Enganei? Talvez eu tenha dançado e flertado com ela um pouco, mas flertei com todas as jovens<br />

da vila.”<br />

“Não todas as jovens.”<br />

Ele parou, atordoado. Enquanto a encarava, Colin sentiu um sorriso querendo surgir em seu rosto.<br />

“Então você está com inveja.”<br />

“Não seja ridículo”, respondeu ela, rápido demais para ser sincera.<br />

“Você está.” Ele abanou um dedo na direção dela, já não mais na defensiva. “Você está com inveja.<br />

Eu flertei com todas as jovens da vila menos você, que ficou com inveja.”<br />

“Não estou com inveja, é só que…” Ela fez um gesto de frustração. “Eu quero machucá-lo. Da<br />

mesma forma que você machucou minha irmã.”<br />

Da forma como Colin a havia machucado? Se Diana Highwood tivesse sofrido um segundo de dor<br />

por conta dele, Colin engoliria um tamanco chinês, mas aquela garota… ela estava magoada.<br />

Bem, como exatamente aquela jovem esperava que Colin flertasse com ela? Cantadas como “rio de<br />

seda” e “diamantes brilhantes” nunca funcionaria com uma mulher daquelas. Ela era inteligente<br />

demais para isso. Além do que, tais comparações seriam terrivelmente imprecisas. O cabelo dela em<br />

nada se parecia com seda, e seus olhos escuros nem de longe lembravam diamantes.<br />

Vidro vulcânico resfriado, talvez.<br />

“Escute”, disse ele em tom conciliador. “Não é nada disso, Melinda. Até que você é uma garota<br />

bonitinha.”<br />

“Bonitinha?!” Ela revirou os olhos e soltou uma exclamação de pouco caso. “Até que eu sou<br />

bonitinha! Que tipo de elogio é esse? E meu nome não é Melinda.”<br />

“Não, não ‘até que bonitinha’”, disse ele, inclinando a cabeça para observá-la melhor. “Bonita de<br />

verdade. Se você…”<br />

“Não diga isso. Todo mundo diz.”<br />

“O que todo mundo diz?”<br />

Ela falou em voz estridente, como se imitasse alguém:<br />

“Se você tirasse os óculos ficaria linda.”<br />

“Eu não ia falar isso”, mentiu ele. “Por que eu diria isso? Que coisa totalmente idiota de se dizer.”<br />

“Eu sei que você está mentindo. Você mente com a mesma facilidade que respira. Mas meus<br />

sentimentos não são o problema aqui. O problema é você usar Diana de forma cruel.”<br />

“Garanto a você que não estou nem perto de usar sua irmã, seja com crueldade ou não. Peço<br />

desculpas por toda aquela confusão na casa de chá.”<br />

“Ah, sim. Você se desculpou direitinho. Você fez com que todos acreditassem que é decente. Que<br />

liga para os outros. E então ficou com uma mulher casada.”<br />

Colin massageou a nuca. Ele realmente não tinha tempo para aquilo. Ele precisava preparar os<br />

fogos de artifício, montar o canhão e pegar a ovelha.

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