12.07.2015 Views

Untitled - Emerj

Untitled - Emerj

Untitled - Emerj

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Nao me parece, data venia, que tais colocacoes encontradicasem grande parte da doutrina possam merecer aceitacao dogmatica.No meu entendimento, nao ha necessidade de que o reu confesse apratica da infracao penal. Ele, segundo penso, pode negar a responsabilidadepela conduta criminosa, atribuindo-a somente ao co-reu.Quanto as demais exigencias, isto e, a ausencia de motivosubalterno (6dio, vinganca, cupidez ou outro assemelhado) para como outro acusado, ou, ainda, a chamada feita com a finalidade deescapar da condenacao ou a de atenuar sua responsabilidade, saocolocacoes de ordem subjetiva a serem apreciadas pelo juiz de acordocom a sua livre convicgao (art. 157 do CPP).Com efeito, o art. 190 do CPP alude apenas a confissao doacusado, obrigando ao juiz indagar se "outras pessoas" concorrerampara a infracao, e quais sejam. Porem, o aludido dispositivo naopode ser dissociado de sistema de prova adotado em nossa lei processualcomo tambem do princfpio da verdade real, informador donosso direito positivo.Alias, no caso de confissao, de nada Valeria para o acusado aimputacao de co-reu, pois, se aceita a sua confissao pelo juiz, ele naose encontraria eximido de responsabilidade pela pratica criminosa.E de ressaltar que o pr6prio Codigo, ao versar sobre o interrogatoriodo reu, dispoe, expressamente, no art. 187, paragrafo 2Q, II arespeito da possibilidade de o acusado, ao negar a acusacao, indicara pessoa ou pessoas a quern deva ser imputada a pratica docrime, e quais sejam.Portanto, mesmo a luz da lei processual, a chamada de co-reupode dar-se quando o delator negar a acusacao.Nao obstante isso, a doutrina, voltada, quero crer, somente parao disposto no art. 190 do CPP, exige a confissao do delator. Nessesentido, podem ser registradas as opinioes ilustres de Tourinho4,Fernando Capez5, Polastri6 e outras vozes de igual valor que preceituamque o chamamento de co-reu exige a confissao do delator.'TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal, V. Ill, p. 276 e seguintes, Sio Paulo: Edilora Saraiva, 25*edi;ao, 2003.'CAPEZ, Fernando. Cursode Processo Penal, p. 309. SSo Paulo: Edilora Saraiva, 11*edi(ao, 2004.b LIMA, Marccllus Polastri. A Prova Penal, p. 122. Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, 2002.140 Revista da EMERJ, v. 9, n°35,2006

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!