normativas caracterizadas pela sinceridade e lealdade. Para que osparticu lares possam se organizar e atuar com seguranca juri'dica enecessario, no Estado de Direito, que as leis sejam redigidas demaneira suficientemente "clara e preclsa"37. Lembra Mathieu que aFranga ja foi condenada pela Corte Europeia dos Direitos do Homem,em julgamento de 24 de abril de 1990, por ter editado leisimprecisas sobre escutas telefonicas, que, por isso, nao respeitavama seguranga jundica, no pertinente a acessibilidade e previsibilidadedo direito38.O Conselho Constitucional da Franca, por seu turno, tamb^mja consagrou em diversos casos o princi'pio da clareza e precisaoda lei como "exigencia imposta pelo princi'pio de seguranca juri'dica"39.Em Portugal, o Tribunal Constitucional considerou, em diversasocasioes, ofensivas as garantias constitucionais do Estado de direito democratico leis que nao satisfaziam, em determinadas materias,o grau de exigencia de determinabilidade e precisao do direito;o mesmo ocorrendo com leis que adotavam clausulas gerais ou conceitosindeterminados, sem respeitar um mfnimo de crite>ios objetivospara delimitar a discricionariedade do aplicador da norma40.Em doutrina, Canotilho registra, a prop6sito, que o respeito aos postuladosda seguranca juri'dica, na realidade nao e exigfvel apenasdo legislador. Tambem de todos os demais detentores do poder -Executivo e Judiciario - os ditames da seguranga e da protegao daconfianga sao exigi'veis. O mesmo faz Willy Zimmer, em relacao aodireito alemao, quando observa que "os atos das autoridades judiciariase, mais particularmente as decisoes de justica, devem tambem revestir-se de um carater seguro e mais genericamente ser submetidasao respeito do princi'pio de seguranga juri'dica"41. E Nunesde Almeida acrescenta, voltando ao direito lusitano, que sao eles" MATHIEU. Beitrand, op. cil..p. 164.**CEDH,An'')76-Ael76-B, jpud MATHIEU, Bertund. op. tit., p. 165."DecisOci 98-401 -DC c 98-407-DC. de 1998. jpud MATHIEU. Bcnrand. op. at. p. 170." ALMEIDA. Lui's Nunes de. op. cit.. p. 255"ZIMMER. Willy, ap.at., p. 100.Revista da EMERJ, v. 9, n°35,2006 3 3
exigfveis por parte de qualquer pessoa, ffsica ou moral, privada oupublica42.Para Willy Zimmer, "a confianga e considerada como conceitode base da democracia. Constitui o fundamento moral da democraciarepresentativa (que comeca com o mandato dos eleitores aoseleitos) e se propaga como fundamento de todas as relacoes travadaspelos cidadaos e os poderes publicos"43.No domfnio do princi'pio da seguranca juri'dica, Zimmer inserea exigencia de clareza do direito, porque sem ela o destinatarioda lei n§o tern como conhecer razoavelmente o comando normativeo que compromete a perspectiva de previsibilidade e certeza de seurespeito e pode ate chegar ao piano da invalidade juri'dica44.No Brasil, a Constituicao preocupou-se com a tecnicalegislativa e, para afastar o risco de leis ofensivas aos prinefpios daseguranc.a juri'dica e da confianca, determinou a edi^ao de lei complementarpara regulamentar "a elaboragao, redacao, alteragao econsolidag3o das leis" (CF, art. 59, paragrafo unico). A Lei Complementarque cumpriu o preceito constitucional e a de ns 95, de26.02.1998. Dentre suas diversas normas, figura a imposigao de observanciade prinefpios importantes, para assegurar a certeza, confianca e previsibilidade, como a exigencia da limitacao de cada leiao tratamento de um unico objeto e a vedacao de inclusao de materiasestranhas a seu objeto, assim como a interdicao dodisciplinamento do mesmo assunto em mais de uma lei (art. 7°); cuidou,ainda, de exigir, como regra a explicitacao do prazo de vigenciada nova lei, fixado de maneira a contemplar sempre "prazo razoavelpara que dela se tenha amplo conhecimento", reservada a" ALMEIDA, Lufs Nunes de, op. cit., p. 255. Embora envolvidos amfaos pelo princi'pio geral da seguranca jun'dica,Canotilho procura dclimitar o Icrrcno pedprio da seguran^a juildica, da scguinlc maneira: 'Em geral, considera-scque a seguranfj/un'dicj\ig.\-ie a elementos objelivosda ordem juridica - garantia de estabilidade juri'dica, segurancade orientacio e de realizacao do direilo - enquanto aprolefJodi con/hnfjse reporla mais aos aspeclos subjetivosda seguran^a, rexneadamente a calculabilidadee a previsibilidade dos indivftluos relalivamente aosefeilos jurfdicosdos atos dos poderes pCiblicos" (^w«yAlMEIDA, Luis Nunes de, op. cit., p. 254, nda rt° 29). Tambem Willy Zimmer,embora reconheca que os dois princi'pios podem ser eventualmente complementares, faz, como Canotilho, umadistincio entrc elcs, situando o piincfpio da seguranca mais no piano do legislador, e o da canfianqa. mais no pianoda adminislracio {op. cit., p. 97).41 ZIMMER, Willy, op. cit., p. 96-97.■" ZIMMER, Willy, op. cit, p. 99.34 Revista da EMERJ, v. 9, n°35,2006
- Page 2: ISSN 1415-4951(versão impressa)v.
- Page 30 and 31: gencia de uma redacao mais clara do
- Page 32 and 33: determinada) nao oferece uma medida
- Page 36 and 37: vigencia a partir da publicacao ape
- Page 38 and 39: O legislador quando insere novas re
- Page 40 and 41: para seus destinatarios, de onerosi
- Page 42 and 43: ser qualificado como um Estado de D
- Page 44 and 45: que nao se distancie dos padroes re
- Page 46 and 47: tenha cometido infracao a seguranca
- Page 48 and 49: do procedimento legal. Sao os atos
- Page 50 and 51: Notas sobre os Bens noNovo CodigoCi
- Page 52 and 53: assegura ao indivfduo a vinculacao
- Page 54 and 55: prego do Direito das Obligates). Ho
- Page 56 and 57: No mesmo sentido o que esta no art.
- Page 58 and 59: edificacoes que, separadas do solo,
- Page 60 and 61: A protecao ao consumidor foi coloca
- Page 62 and 63: O tratamento dado pelo novo Codigo
- Page 64 and 65: ffcie (as plantacoes, que naturalme
- Page 66 and 67: O que esta nos arts. 96 e 97 do nov
- Page 68 and 69: necessarias introduzidas pelo locat
- Page 70 and 71: embargos de declaracao sobre tal om
- Page 72 and 73: Se e quando tivermos urn C6digo de
- Page 74 and 75: veis, incluem-se nessa categoria os
- Page 76 and 77: Pode a autorizacao ser suspensa ou
- Page 78 and 79: EvolugaoHistorico-dogmaticaTeoria d
- Page 80 and 81: ante um fato do homem comet/do com
- Page 82 and 83: uma sangao cujo estudo, no seu conj
- Page 84 and 85:
adequada e que satisfaga as condigo
- Page 86 and 87:
Nenhuma das caracterfsticas do inju
- Page 88 and 89:
mia no pensamento de Rocco, mas era
- Page 90 and 91:
ca (antijuridicidade). Nosentido du
- Page 92 and 93:
a punibilidade e pressuposto, eleme
- Page 94 and 95:
Sob tal tftulo alguns autores coloc
- Page 96 and 97:
missao legal para violar os preceit
- Page 98 and 99:
o conteudo do injusto do referido i
- Page 100 and 101:
de todos os elementos subjetivos do
- Page 102 and 103:
conceito final de acao, que nao e u
- Page 104 and 105:
Como vimos, a segunda etapa surge q
- Page 106 and 107:
de exculpante. A pena e malum passi
- Page 108 and 109:
Surge como consequencia que a disti
- Page 110 and 111:
As teorias modernas do injusto mant
- Page 112 and 113:
to de acao em piano secundario. Con
- Page 114 and 115:
a gravidade do problema. Daf a reac
- Page 116 and 117:
hoje". A de numero 91 menciona "a c
- Page 118 and 119:
conceitos, pois nos dirigimos a jur
- Page 120 and 121:
Codigo de Menores de 1927, dispomos
- Page 122 and 123:
Regime Jurfdico dasNotificagoes no
- Page 124 and 125:
Theodora Junior3, lembrado por Alex
- Page 126 and 127:
e 129, e nunca a norma insular do a
- Page 128 and 129:
que o silencio da tabela 25 mais su
- Page 130 and 131:
grar interpretacao favoravel ao er&
- Page 132 and 133:
delegatario deve ter ciencia e cons
- Page 134 and 135:
das suas vivencias, debate-se entre
- Page 136 and 137:
cao Judiciaria, configura urn sofis
- Page 138 and 139:
juiz der por encerrada a sua partic
- Page 140 and 141:
la^ao envolvesse infracao penal de
- Page 142 and 143:
Na doutrina estrangeira, Florian7,
- Page 144 and 145:
defesa, esta teria primazia; se mei
- Page 146 and 147:
e meio de prova previsto em lei (co
- Page 148 and 149:
O PrincfpiodaPadronizagaoEduardo Az
- Page 150 and 151:
excepcionalmente a exclusividade de
- Page 152 and 153:
3. O PROCEDIMENTO PARA A PADRONIZAC
- Page 154 and 155:
1.2. seja dada publicidade ao refer
- Page 156 and 157:
Pontue-se que, como bem frisado no
- Page 158 and 159:
5. CONCLUSOESAs conclusoes a que se
- Page 160 and 161:
Dentre as diversas transformacoes d
- Page 162 and 163:
estatal e a ineficiencia do aparelh
- Page 164 and 165:
cao do processo de transformacao do
- Page 166 and 167:
Constituigao torna-se o fundamento
- Page 168 and 169:
interesses envolvidos na atuacao ad
- Page 170 and 171:
institucionalizacao de processos e
- Page 172 and 173:
"Isto porque a participagao dos pri
- Page 174 and 175:
que la voluntad de los ciudadanos c
- Page 176 and 177:
A crescente previsao de mecanismos
- Page 178 and 179:
Reserva de Vagas noEnsino Publico B
- Page 180 and 181:
Pensar o inverso e prender-se ajjma
- Page 182 and 183:
"2. Bras. Estado de tipo africano f
- Page 184 and 185:
cessual civil da Universidade Candi
- Page 186 and 187:
O indigitado fil6sofo ensina que o
- Page 188 and 189:
ser apenas provisoria. A aquisigao
- Page 190 and 191:
tes de escravos africanos que foram
- Page 192 and 193:
ca, social, economica e cultural do
- Page 194 and 195:
quilombolas receberao indenizacao?
- Page 196 and 197:
A Reforma do Processo deExecugao -
- Page 198 and 199:
Nao se pretende, de forma alguma, e
- Page 200 and 201:
mente necessitados. Este obstaculo
- Page 202 and 203:
vos de solugao de conflitos, como a
- Page 204 and 205:
jurisdicional, pois logo apos a sen
- Page 214 and 215:
Essa inefetividade da sentence cond