interesses envolvidos na atuacao administrativa ("Estado pluriclasse"30),seja pelo fato de existirem varios "interesses publicos", seja pelo fato dea Constituicao da Republica consagrar direitos fundamentais que devemser respeitados e promovidos pelo Estado. Nas palavras de Diogode Figueiredo Moreira Neto ocorre a "passagem de uma viciosa relacaode supremacia a uma virtuosa relacao de ponderacao".314) O PRINCIPIO DA PARTICIPAgAO ADMINISTRATIVA NOESTADO DEMOCRATICO DE DIREITO: ASPECTOSFILOSOFICOS, jURlDICOS E A SUA CONSAGRACAO NACONSTITUICAO DE 1988Quando se fala em democracia, logo surge a ideia de convergenciada atuacao estatal com os anseios sociais. Ocorre que o modelo dedemocracia representativa (indireta), exercida por representantes eleitos,passa por uma profunda crise e cede espaco para a institucionalizacaode instrumentos de democracia direta ou semi-direta.No ambito do Direito Administrativo, a participac5o do cidadaona atuacao administrativa e a forma de se concretizar o princfpiodo Estado Democratico de Direito, conferindo uma legitimidaderenovada a Administracao.A teoria do discurso de Jurgen Habermas, nesse contexto, serve como fundamento filosofico para a defesa do princi'pio da participacaoadministrativa. Segundo essa teoria, a legitimacao do Direitopassa pela adesao dos cidadaos aos procedimentos de sua criacao,uma vez que o ordenamento na"o pode subsistir apenas pelo uso (potencial)da forca. A racionalidade comunicativa habermasiana e essencialmenteprocedimental e reflexiva, na medida em que as pessoasdevem obedecer as regras do discurso e as suas idSias devemser defensaveis atraves de argumentos.1210 ClANNINI,Massimo Stwro. Defecho AdminiSfiUivo, vol. I. Madrid: Ministerio para las Adminislraciones Publtcas(MAP). I991.p.76esegs." MOREIRA NETO, Diogo de Figueiredo." Novos institutosconsensuais da acaoadminiflraliva", /WRevisla deDireito Adminiarativo, vol. 231,2003, p. 142.'■' "A juMificada pretensao de verdade de urn proponent deve ser defensavel, atraves de argurnenlos, contraobje^oes de possfveis oponentes e, no final, deve poder conlar com urn acordo racional da comunidade deinlerprelacaocmgeral." HABERMAS, lurgen. Direito c Democracia: enue fadicidade c validadc. Vol I 2*edi(3o,Riodelaneiro:TempaBrasileiro,2003,p.32.'Revista da EMERj, v. 9, n°35,2006 167
A teoria do discurso defendida por Habermas tern inspiracaokantiana e resgata a razao pratica, mas acrescenta regrasprocedimentais que irao regular a interacao comunicativa.33 Extraiseda ligao deste autor o seguinte imperativo categorico: "sao validasas normas de acao as quais todos os possi'veis atingidos poderiamdar o seu assentimento, na qualidade de participantes de discursosracionais."34 Em razao da impossibilidade de auto-reproducao, oDireito legftimo precisa estar aberto para as manifestacoes do espacopublico.35Nesse contexto, a autonomia publica e a privada caminhamde maos dadas. uma vez que somente com a garantia desta ultima(autonomia privada) permite-se uma efetiva liberdade de participacaono processo democratico para tomada de decisoes polfticas (autonomia publica). Os cidadaos sao, ao mesmo tempo, autores e destinatariosdos direitos.36O Direito encontra a sua legitimidade no procedimento(deliberative) e nao nos criterios valorativos (conteudo da norma).Em outras palavras: as normas nas sociedades pluralistas atuais (sociedadespos-convencionais) mais que aceitas devem ser justificadasatraves do procedimento democratico.Por esta razao, Habermas, superando os modelos liberal e republicanode democracia, propoe a nocao de "democraciadeliberativa", fundamentada no procedimento discursivo. Revelasefundamental para a efetivacao deste modelo democratico a" Nesle sentido: SOUZA NETO, Cl.iuilio IVreir.i de. |urisdi(3o conslilucional, democracia e racionalidadeptAlic.i. Rio do Janeiro: Renovar, 200?. p.2R2." 1 tABERMAS, liirsen. Op.ciL, p.142.IS CUudto Pcfeira Souza Ndo define esp.no publico como um "canal de iransmissJo dos impulsos comunicativosger.ubis no nuindo da vida as in«.inrias fomuit de lomada das decisoes.' S(JU/A NETO, Claudio Pereira de. Qp.cir.. p.300"• Afirma Habermas: Todavia, se discuisos (e, como veremos, negocia
- Page 2:
ISSN 1415-4951(versão impressa)v.
- Page 30 and 31:
gencia de uma redacao mais clara do
- Page 32 and 33:
determinada) nao oferece uma medida
- Page 34 and 35:
normativas caracterizadas pela sinc
- Page 36 and 37:
vigencia a partir da publicacao ape
- Page 38 and 39:
O legislador quando insere novas re
- Page 40 and 41:
para seus destinatarios, de onerosi
- Page 42 and 43:
ser qualificado como um Estado de D
- Page 44 and 45:
que nao se distancie dos padroes re
- Page 46 and 47:
tenha cometido infracao a seguranca
- Page 48 and 49:
do procedimento legal. Sao os atos
- Page 50 and 51:
Notas sobre os Bens noNovo CodigoCi
- Page 52 and 53:
assegura ao indivfduo a vinculacao
- Page 54 and 55:
prego do Direito das Obligates). Ho
- Page 56 and 57:
No mesmo sentido o que esta no art.
- Page 58 and 59:
edificacoes que, separadas do solo,
- Page 60 and 61:
A protecao ao consumidor foi coloca
- Page 62 and 63:
O tratamento dado pelo novo Codigo
- Page 64 and 65:
ffcie (as plantacoes, que naturalme
- Page 66 and 67:
O que esta nos arts. 96 e 97 do nov
- Page 68 and 69:
necessarias introduzidas pelo locat
- Page 70 and 71:
embargos de declaracao sobre tal om
- Page 72 and 73:
Se e quando tivermos urn C6digo de
- Page 74 and 75:
veis, incluem-se nessa categoria os
- Page 76 and 77:
Pode a autorizacao ser suspensa ou
- Page 78 and 79:
EvolugaoHistorico-dogmaticaTeoria d
- Page 80 and 81:
ante um fato do homem comet/do com
- Page 82 and 83:
uma sangao cujo estudo, no seu conj
- Page 84 and 85:
adequada e que satisfaga as condigo
- Page 86 and 87:
Nenhuma das caracterfsticas do inju
- Page 88 and 89:
mia no pensamento de Rocco, mas era
- Page 90 and 91:
ca (antijuridicidade). Nosentido du
- Page 92 and 93:
a punibilidade e pressuposto, eleme
- Page 94 and 95:
Sob tal tftulo alguns autores coloc
- Page 96 and 97:
missao legal para violar os preceit
- Page 98 and 99:
o conteudo do injusto do referido i
- Page 100 and 101:
de todos os elementos subjetivos do
- Page 102 and 103:
conceito final de acao, que nao e u
- Page 104 and 105:
Como vimos, a segunda etapa surge q
- Page 106 and 107:
de exculpante. A pena e malum passi
- Page 108 and 109:
Surge como consequencia que a disti
- Page 110 and 111:
As teorias modernas do injusto mant
- Page 112 and 113:
to de acao em piano secundario. Con
- Page 114 and 115:
a gravidade do problema. Daf a reac
- Page 116 and 117:
hoje". A de numero 91 menciona "a c
- Page 118 and 119: conceitos, pois nos dirigimos a jur
- Page 120 and 121: Codigo de Menores de 1927, dispomos
- Page 122 and 123: Regime Jurfdico dasNotificagoes no
- Page 124 and 125: Theodora Junior3, lembrado por Alex
- Page 126 and 127: e 129, e nunca a norma insular do a
- Page 128 and 129: que o silencio da tabela 25 mais su
- Page 130 and 131: grar interpretacao favoravel ao er&
- Page 132 and 133: delegatario deve ter ciencia e cons
- Page 134 and 135: das suas vivencias, debate-se entre
- Page 136 and 137: cao Judiciaria, configura urn sofis
- Page 138 and 139: juiz der por encerrada a sua partic
- Page 140 and 141: la^ao envolvesse infracao penal de
- Page 142 and 143: Na doutrina estrangeira, Florian7,
- Page 144 and 145: defesa, esta teria primazia; se mei
- Page 146 and 147: e meio de prova previsto em lei (co
- Page 148 and 149: O PrincfpiodaPadronizagaoEduardo Az
- Page 150 and 151: excepcionalmente a exclusividade de
- Page 152 and 153: 3. O PROCEDIMENTO PARA A PADRONIZAC
- Page 154 and 155: 1.2. seja dada publicidade ao refer
- Page 156 and 157: Pontue-se que, como bem frisado no
- Page 158 and 159: 5. CONCLUSOESAs conclusoes a que se
- Page 160 and 161: Dentre as diversas transformacoes d
- Page 162 and 163: estatal e a ineficiencia do aparelh
- Page 164 and 165: cao do processo de transformacao do
- Page 166 and 167: Constituigao torna-se o fundamento
- Page 170 and 171: institucionalizacao de processos e
- Page 172 and 173: "Isto porque a participagao dos pri
- Page 174 and 175: que la voluntad de los ciudadanos c
- Page 176 and 177: A crescente previsao de mecanismos
- Page 178 and 179: Reserva de Vagas noEnsino Publico B
- Page 180 and 181: Pensar o inverso e prender-se ajjma
- Page 182 and 183: "2. Bras. Estado de tipo africano f
- Page 184 and 185: cessual civil da Universidade Candi
- Page 186 and 187: O indigitado fil6sofo ensina que o
- Page 188 and 189: ser apenas provisoria. A aquisigao
- Page 190 and 191: tes de escravos africanos que foram
- Page 192 and 193: ca, social, economica e cultural do
- Page 194 and 195: quilombolas receberao indenizacao?
- Page 196 and 197: A Reforma do Processo deExecugao -
- Page 198 and 199: Nao se pretende, de forma alguma, e
- Page 200 and 201: mente necessitados. Este obstaculo
- Page 202 and 203: vos de solugao de conflitos, como a
- Page 204 and 205: jurisdicional, pois logo apos a sen
- Page 214 and 215: Essa inefetividade da sentence cond