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A mirada do outro - Educación en valores

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Gago Coutinho e distribuição de prémios aos alunos. No ano seguinte, o<br />

número de alunos pres<strong>en</strong>tes terá aum<strong>en</strong>ta<strong>do</strong> para 400 12 .<br />

As comemorações <strong>do</strong> 1.º de Dezembro foram vividas de um mo<strong>do</strong> bem<br />

diverso consoante os actores que nelas participaram. Se durante a Monarquia<br />

Constitucional, a organização <strong>do</strong>s festejos cabia habitualm<strong>en</strong>te à Comissão<br />

C<strong>en</strong>tral 1.º de Dezembro, após a implantação da República a direcção <strong>do</strong>s festejos<br />

era oficialm<strong>en</strong>te atribuída aos municípios, em concertação com aquela<br />

associação. Temos notícia de que em Braga, onde, como observámos, existia<br />

uma longa tradição académica de evocação <strong>do</strong> sucesso (bem pat<strong>en</strong>te na frequ<strong>en</strong>te<br />

publicação de números únicos de hom<strong>en</strong>agem aos heróis de 1640) 13 ,<br />

nos anos 20 e 30 <strong>do</strong> século XX, ela assumia uma bem evid<strong>en</strong>te dim<strong>en</strong>são<br />

viv<strong>en</strong>cial, com uma ceia académica em que se comia e bebia largam<strong>en</strong>te, além<br />

de expressões de s<strong>en</strong>tim<strong>en</strong>to patriótico pelas ruas da cidade, traduzi<strong>do</strong>s em<br />

“vivas a D. João IV e (…) morras aos sinistros Filipes e ao trai<strong>do</strong>r Miguel de<br />

Vasconcelos 14 ”.<br />

Em Lisboa, as comemorações terão adquiri<strong>do</strong> características bem diversas,<br />

da<strong>do</strong> o perfil institucional que alcançaram a partir de 1910, com destaque para<br />

a participação <strong>do</strong> Presid<strong>en</strong>te da República e de vários ministros nos lugares<br />

simbólicos, por excelência, de 1640: o Palácio <strong>do</strong>s Condes de Almada (última<br />

sede da conspiração que levaria D. João IV ao poder e, mais tarde, da<br />

Comissão C<strong>en</strong>tral 1.º de Dezembro) e o monum<strong>en</strong>to aos Restaura<strong>do</strong>res, na<br />

praça <strong>do</strong> mesmo nome, em Lisboa. Em que consistiam os festejos <strong>do</strong> 1º de<br />

Dezembro na capital, principal c<strong>en</strong>tro de evocação comemorativa? Um cortejo<br />

deslocava-se <strong>en</strong>tre aquela sede e o monum<strong>en</strong>to, de resto, geograficam<strong>en</strong>te<br />

muito próximos. Em 1910, o percurso foi <strong>do</strong> Marquês de Pombal aos<br />

Restaura<strong>do</strong>res, onde foi colocada a bandeira nacional. Salvas de artilharia, iluminação<br />

nocturna <strong>do</strong> Palácio <strong>do</strong>s Condes de Almada, <strong>do</strong> monum<strong>en</strong>to e de<br />

<strong>outro</strong>s edifícios públicos, bem como uma récita no teatro S. Carlos eram as<br />

12.<br />

Arquivo da Sociedade Histórica da Indep<strong>en</strong>dência Nacional (SHIP), Carta <strong>do</strong> Presid<strong>en</strong>te da<br />

delegação de Ribeira Brava ao Presid<strong>en</strong>te da SHIP, 31-VIII-1930. Id., Idem, 17-I-1931. Os festejos<br />

na Ribeira Brava tinham si<strong>do</strong>, pelo m<strong>en</strong>os desde 1926, da iniciativa da Comissão<br />

Administrativa da respectiva Câmara Municipal. A festa era “inteiram<strong>en</strong>te dedicada às escolas <strong>do</strong><br />

concelho, para que na memória das crianças fique gravada tal data, <strong>en</strong>sinan<strong>do</strong> ao mesmo tempo a<br />

amarem a sua Pátria e a sua Bandeira” (Arquivo da SHIP, carta <strong>do</strong> Presid<strong>en</strong>te da Com. Adm. da<br />

Câmara, José Rafael Basto Macha<strong>do</strong>, professor <strong>do</strong> Liceu Jaime Moniz, ao Presid<strong>en</strong>te da SHIP,<br />

datada de 16-XI-1928).<br />

13.<br />

Vd. Maria Hel<strong>en</strong>a Laranjeiro da Cunha, Números únicos bracar<strong>en</strong>ses comemorativos <strong>do</strong> 1.º de<br />

Dezembro de 1640, Braga, 1990.<br />

14.<br />

Rafael de Barros Soeiro, Op. cit., pp. 9-10.<br />

NO TEMPO DO LIBERALISMO<br />

7

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