06.05.2013 Views

A mirada do outro - Educación en valores

A mirada do outro - Educación en valores

A mirada do outro - Educación en valores

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

âmbito, não surpre<strong>en</strong>de que t<strong>en</strong>ha <strong>do</strong>mina<strong>do</strong> o mais redutor e simplista olhar<br />

sobre a Espanha e sobre os Espanhóis. Como afirmou um dia Eduar<strong>do</strong><br />

Lour<strong>en</strong>ço, “Nos termos em que se tem expressa<strong>do</strong>, o antiespanholismo é a<br />

<strong>do</strong><strong>en</strong>ça infantil <strong>do</strong> nosso nacionalismo” 27 .<br />

Entre a admiração e a repulsa, <strong>en</strong>tre a int<strong>en</strong>ção de aproximação política,<br />

cultural e até económica e o s<strong>en</strong>tim<strong>en</strong>to de ameaça à integridade nacional<br />

(quase sempre lat<strong>en</strong>te, pelo m<strong>en</strong>os nos sectores em que <strong>do</strong>minou a hispanofobia),<br />

foram-se reproduzin<strong>do</strong> repres<strong>en</strong>tações organicistas, unitárias e indifer<strong>en</strong>ciadas<br />

da Espanha, como se de um to<strong>do</strong> uno se tratasse. Repres<strong>en</strong>tações úteis<br />

para um discurso primário de propaganda nacionalista, mas totalm<strong>en</strong>te destituídas<br />

de um s<strong>en</strong>ti<strong>do</strong> profun<strong>do</strong> de compre<strong>en</strong>são de uma id<strong>en</strong>tidade colectiva.<br />

Seja como for, a retórica da irmandade não terá deixa<strong>do</strong> de contribuir para<br />

estreitar os laços <strong>en</strong>tre políticos e intelectuais de ambos os la<strong>do</strong>s de uma das<br />

mais antigas linhas de fronteira da Europa. E intelectuais como Oliveira<br />

Martins, Jaime Cortesão, Fidelino de Figueire<strong>do</strong>, Juan de Valera ou Unamuno,<br />

deram uma outra espessura à sempre necessária reflexão sobre as complexas<br />

relações <strong>en</strong>tre as diversas nações e esta<strong>do</strong>s p<strong>en</strong>insulares.<br />

II<br />

Repres<strong>en</strong>taciones de España<br />

<strong>en</strong> el discurso historiográfico portugués (1879-1935)<br />

José Luiz Fernandez Lor<strong>en</strong>zo 28<br />

El discurso historiográfico es una poderosa fu<strong>en</strong>te de lugares comunes.<br />

La historia y <strong>en</strong> especial esos vehiculos de tópicos nacionalistas que son las historias<br />

g<strong>en</strong>erales, se convirtieron desde media<strong>do</strong>s del siglo XIX <strong>en</strong> instrum<strong>en</strong>tos<br />

imprescindibles <strong>en</strong> la configuración de lo que se han da<strong>do</strong> llamar comunidades<br />

imaginadas (Anderson, 1993). Parti<strong>en</strong><strong>do</strong> de esas premisas y de la elección<br />

de un marco temporal significativam<strong>en</strong>te fértil <strong>en</strong> propuestas nacionalistas,<br />

proponemos <strong>en</strong> las sigui<strong>en</strong>tes páginas un análisis de las repres<strong>en</strong>taciones que la<br />

historiografía portuguesa la hecho de España.<br />

27.<br />

Eduar<strong>do</strong> Lour<strong>en</strong>ço, “A Espanha e nós”, Nós e a Europa ou as duas razões, Lisboa, s.d. (1988),<br />

p.82.<br />

28.<br />

Universidade de Santiago de Compostela.<br />

NO TEMPO DO LIBERALISMO<br />

13

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!