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A mirada do outro - Educación en valores

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A MIRADA DO OUTRO<br />

32<br />

ra<strong>do</strong> como uma barreira ao projecto de indep<strong>en</strong>dência, assim como uma hipoteca<br />

<strong>do</strong>s interesses <strong>do</strong> Conda<strong>do</strong> Portucal<strong>en</strong>se e da sua nobreza em b<strong>en</strong>efício <strong>do</strong>s<br />

nobres galegos (Artur e Louro, 1924, 26-30; Séguier, 1921, 14-19).<br />

Descont<strong>en</strong>te com o romance de D. Teresa com o conde galego, o seu filho exigiu<br />

que a mãe lhe <strong>en</strong>tregasse o governo <strong>do</strong> conda<strong>do</strong> e, não t<strong>en</strong><strong>do</strong> esta acedi<strong>do</strong>,<br />

derrotou-a na batalha de S. Mamede.<br />

D. Afonso H<strong>en</strong>riques assumiu o governo <strong>do</strong> conda<strong>do</strong> Portucal<strong>en</strong>se, ori<strong>en</strong>tan<strong>do</strong><br />

a sua acção em duas vert<strong>en</strong>tes: alargam<strong>en</strong>to <strong>do</strong> território, conquistan<strong>do</strong><br />

terras aos muçulmanos; conquista da indep<strong>en</strong>dência, seguin<strong>do</strong> a mesma aspiração<br />

de seus pais, o que implicava conflitos com o rei de Leão, seu primo D.<br />

Afonso VII. Cerca<strong>do</strong> por este em Guimarães, derrotá-lo-ia mais tarde em duas<br />

batalhas travadas em território galego, Cerneja e Arcos de Valdevez. Em 1143,<br />

na conferência de Zamora, Afonso VII reconhece Afonso H<strong>en</strong>riques como rei<br />

indep<strong>en</strong>d<strong>en</strong>te.<br />

Na primeira dinastia (e também nas seguintes), várias rainhas de Portugal<br />

eram originárias de casas nobres da P<strong>en</strong>ínsula. De <strong>en</strong>tre elas, destaca-se claram<strong>en</strong>te<br />

a figura de D. Isabel de Aragão, mulher de D. Dinis, conhecida como<br />

Rainha Santa. Celebrizou-se pelas suas interv<strong>en</strong>ções nas desav<strong>en</strong>ças <strong>en</strong>tre D.<br />

Dinis e o irmão e depois <strong>en</strong>tre o mesmo rei e o filho herdeiro, apaziguan<strong>do</strong> os<br />

conflitos. A<strong>do</strong>rada pelo povo, andava <strong>en</strong>tre as pessoas “dan<strong>do</strong> esmolas, consolan<strong>do</strong><br />

os desgraça<strong>do</strong>s, afagan<strong>do</strong> as criancinhas”. Foi canonizada (Mascar<strong>en</strong>has,<br />

1910, 21; Séguier, 1921, 39-40). A memória popular atribuiu-lhe vários milagres,<br />

como o milagre das rosas, em que, interpelada pelo rei sobre o que fazia<br />

naquele lugar, tão sozinha, e que levava no regaço, ela lhe respondeu que eram<br />

flores – quan<strong>do</strong> mostrou o que transportava, o pão, oiro e cobre que levava<br />

para as esmolas tinham-se esfuma<strong>do</strong> e <strong>do</strong> regaço de D. Isabel caíram rosas.<br />

Estavam o exército <strong>do</strong> pai e o <strong>do</strong> filho ... quasi a dar batalha ... quan<strong>do</strong><br />

aquela santa rainha D. Isabel ... aparece de rep<strong>en</strong>te, e com lágrimas e aquellas<br />

meigas expressões que só as mães conhecem, demove o filho a não prosseguir<br />

tão odiosa guerra (César,1911, 20-21)<br />

A Rainha Santa ... é uma das mais poéticas figuras da nossa história.<br />

Extremam<strong>en</strong>te simpática e carinhosa, ela atravessou o reina<strong>do</strong> de<br />

D. Dinis como um anjo de paz e de amor (Franco e Magno, 1913, 47-48)<br />

A rainha Santa Isabel, anjo da paz e caridade, ainda hoje tão v<strong>en</strong>erada em<br />

Portugal (Artur e Louro, 1924, 67).<br />

No reina<strong>do</strong> seguinte, outra figura feminina teve um papel c<strong>en</strong>tral: filha de<br />

um importante nobre galego, D. Inês de Castro acompanhou a noiva <strong>do</strong> príncipe<br />

herdeiro, D. Pedro, a Portugal. A sua “g<strong>en</strong>tileza, o <strong>en</strong>canto das suas maneiras,<br />

a sua formosura fizeram grande impressão em D. Pedro” (Franco e Magno,

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