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A mirada do outro - Educación en valores

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impostos e nomeou Cristóvão de Moura governa<strong>do</strong>r de Portugal, ele que era<br />

visto como t<strong>en</strong><strong>do</strong> compra<strong>do</strong> a nobreza para a causa espanhola, no tempo <strong>do</strong><br />

Cardeal D. H<strong>en</strong>rique. No reina<strong>do</strong> de Filipe III o descont<strong>en</strong>tam<strong>en</strong>to aum<strong>en</strong>tou<br />

com o agravam<strong>en</strong>to da opressão sobre ao povo (César, 1911, 49-54; Séguier,<br />

1921, 94-100; História pátria, 1923, 46-50; Artur e Louro, 1924, 136-138),<br />

o que virava to<strong>do</strong>s os ódios para<br />

A duqueza de Mântua, reg<strong>en</strong>te <strong>do</strong> reino, e o português v<strong>en</strong>di<strong>do</strong> à<br />

Hespanha Miguel de Vasconcelos, secretário da Duqueza, eram considera<strong>do</strong>s<br />

os causa<strong>do</strong>res de todas as desgraças. Miguel de Vasconcelos principalm<strong>en</strong>te<br />

era um verdadeiro carrasco para os seus compatriotas (Franco e<br />

Magno, 1913, 110).<br />

No 1.º de Dezembro de 1640, alguns nobres portugueses revoltaram-se e<br />

mataram Miguel de Vasconcelos, pr<strong>en</strong>d<strong>en</strong><strong>do</strong> a duquesa de Mântua. Portugal<br />

b<strong>en</strong>eficiou de uma ocasião “em que a Espanha tratava de sufocar uma revolta<br />

na Catalunha” (Artur e Louro, 1924, 150). D. João IV é aclama<strong>do</strong> rei, seguin<strong>do</strong>-se<br />

a guerra da Restauração. A partir de <strong>en</strong>tão, os percursos <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is países<br />

p<strong>en</strong>insulares parecem distanciar-se <strong>en</strong>tre si, apesar de algumas ingerências<br />

mútuas, como na guerra da Sucessão em Espanha e no âmbito da guerra<br />

p<strong>en</strong>insular, com as invasões francesas.<br />

3.5<br />

Conclusão<br />

Os manuais escolares analisa<strong>do</strong>s reflectem as imag<strong>en</strong>s que os portugueses<br />

construíram e difundiram sobre várias realidades, durante os curtos dezasseis<br />

anos que durou o regime republicano, apres<strong>en</strong>tan<strong>do</strong> continuidades e inovações.<br />

Estes manuais são objectos de cultura e constituem uma concretização das<br />

políticas educativas e <strong>do</strong>s planos curriculares da Primeira República, nos vários<br />

níveis de <strong>en</strong>sino; as suas repres<strong>en</strong>tações sobre o universo ibérico não português<br />

são marcadas, nas dim<strong>en</strong>sões geográfica, histórica e política, pela necessidade<br />

de id<strong>en</strong>tificação precisa <strong>do</strong>(s) <strong>outro</strong>(s), que formam um campo oposto e homogéneo<br />

face à afirmação fortem<strong>en</strong>te patriótica <strong>do</strong>s republicanos portugueses.<br />

No seu conjunto, o discurso pedagógico é marca<strong>do</strong> pela t<strong>en</strong>são <strong>en</strong>tre a<br />

inovação, com os princípios da Educação Nova, a afirmação de novas meto<strong>do</strong>logias,<br />

e a permanência, com a defesa da tradição histórica e o carácter factual,<br />

positivista e político-militar da história que se <strong>en</strong>sinava, seguin<strong>do</strong> uma organização<br />

baseada na sucessão de reis e dinastias.<br />

NO TEMPO DO LIBERALISMO<br />

35

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