A mirada do outro - Educación en valores
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A MIRADA DO OUTRO<br />
22<br />
Relativam<strong>en</strong>te ao espaço físico, no contexto <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> geral <strong>do</strong>s contin<strong>en</strong>tes<br />
e particularm<strong>en</strong>te da Europa, a continuidade geográfica <strong>en</strong>tre Portugal e<br />
Espanha surge formulada claram<strong>en</strong>te na descrição da P<strong>en</strong>ínsula Ibérica. De<br />
forma mais elem<strong>en</strong>tar nos manuais <strong>do</strong> <strong>en</strong>sino primário, com maior profundidade<br />
nos <strong>do</strong> <strong>en</strong>sino secundário, são descritos os mares e oceanos que banham<br />
as várias costas, os seus golfos, estreitos, cabos, istmos, ilhas, os rios (nomeadam<strong>en</strong>te,<br />
os que têm o seu curso nos <strong>do</strong>is países) e os lagos, as montanhas, o<br />
clima e o solo, a vegetação, assim como as produções animal, vegetal e mineral,<br />
a agricultura, a indústria e o comércio, os meios de comunicação (e a posição<br />
que a Espanha, assim como Portugal, ocupam quanto à ext<strong>en</strong>são de estradas,<br />
vias férreas, rede telegráfica, cabos submarinos) e ainda questões relativas<br />
a raças, etnias, línguas e religiões, nestes casos em geral (Almeida, 1913;<br />
Corografia, 1922 b; Lucci, 1920; Sá, 1921, 1925, 1927). A continuidade física<br />
e geográfica é exemplificada no curso <strong>do</strong> maior rio p<strong>en</strong>insular, <strong>en</strong>quanto as<br />
vias férreas construídas até <strong>en</strong>tão reforçam essa relação:<br />
O Tejo nasce na serra de Albarracim, em Espanha, banha Tole<strong>do</strong> e vem desaguar<br />
na costa de Portugal, a W. de Lisboa, depois de percorrer 820 quilómetros...<br />
Os caminhos de ferro espanhoes ligam-se aos caminhos de ferro de Portugal<br />
... pelas nossas linhas <strong>do</strong> Minho, <strong>do</strong> Douro, da Beira Alta, de Leste e ramal<br />
de Cáceres. (Almeida, 1913, 134)<br />
As referências exist<strong>en</strong>tes ao país vizinho são muito simples e sucintas nos<br />
manuais <strong>do</strong> <strong>en</strong>sino primário. Integradas nos conhecim<strong>en</strong>tos das principais<br />
nações, suas instituições e capitais, as informações sobre Espanha surgem, tal<br />
como acontece relativam<strong>en</strong>te a Portugal, no conjunto <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s secundários<br />
da Europa: “Espanha, capital Madrid, monarquia constitucional”.<br />
Uma destas obras des<strong>en</strong>volve um pouco mais a apres<strong>en</strong>tação de Espanha,<br />
escolh<strong>en</strong><strong>do</strong> como imagem repres<strong>en</strong>tativa o Palácio <strong>do</strong> Congresso (Madrid) e<br />
referin<strong>do</strong>, além da situação geográfica, a sua superfície (504.698 Km2), população<br />
(20.000.000 de habitantes), d<strong>en</strong>sidade média populacional (40<br />
hab./Km2, quan<strong>do</strong> Portugal tinha 64), assim como o tipo de governo (monarquia<br />
constitucional hereditária), a capital madril<strong>en</strong>a (com 655.000 habitantes)<br />
e ainda aspectos económicos e coloniais, com uma referência à especificidade<br />
de Gibraltar (Artur e Louro, 1922, 122-123).<br />
Espanha Constitui com Portugal a p<strong>en</strong>ínsula Hispânica, e é separada da<br />
França, ao N., pelos Pir<strong>en</strong>éus. Perto da sua costa ori<strong>en</strong>tal fica o arquipélago<br />
das Baleares (Maiórca, Eviça, Ferm<strong>en</strong>tera e Cabrera) que também lhe pert<strong>en</strong>cem.<br />
Confina a O. com Portugal; as suas costas são banhadas ao N. pelo<br />
gôlfo de Gasconha, pelo Atlântico a O., e pelo Mediterrâneo ao S. e a E. ...