06.05.2013 Views

A mirada do outro - Educación en valores

A mirada do outro - Educación en valores

A mirada do outro - Educación en valores

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

A MIRADA DO OUTRO<br />

42<br />

escolares muito mais eleva<strong>do</strong>s de França, Bélgica e Baviera (8 000), de<br />

Inglaterra, Holanda, Suécia e Prússia (10 000), <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s (21 000) 53 .<br />

E, continuan<strong>do</strong> a sua comparação, referia que em Espanha havia uma escola<br />

para 600 habitantes, taxa muito aquém daquela que possuíam <strong>outro</strong>s países:<br />

em França, Baviera, Itália, Holanda e Inglaterra 1 escola para 500 e 400 habitantes,<br />

na Suécia, 1 para 300; nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s 1 para 160; na Prússia 1 para<br />

150. Em Portugal, de acor<strong>do</strong> com os seus cálculos havia uma escola para 1 100<br />

habitantes. E afirmava: “Para estarmos, não diremos na situação que recom<strong>en</strong>davam<br />

as necessidades da população e <strong>do</strong> <strong>en</strong>sino, mas ap<strong>en</strong>as na situação em<br />

que se acha a Espanha, devíamos ter 7 000 escolas oficiais” 54 .<br />

Do mesmo mo<strong>do</strong>, no início da 1.ª República, utiliza-se as taxas de analfabetismo<br />

exist<strong>en</strong>te em Espanha para referir o grande atraso <strong>do</strong>s portugueses<br />

(com 750 analfabetos por 1000 habitantes), mas, continuan<strong>do</strong> também sob<br />

este aspecto, a deixar-se bem claro que, embora aquele país ocupasse um melhor<br />

lugar, situava-se todavia abaixo <strong>do</strong>s países de além-Pirinéus: por cada 1000<br />

habitantes contava ainda 660 analfabetos, como se dizia, “muito atrás” da<br />

Suíça, da Suécia, da Dinamarca e da Alemanha (1/1000), da Inglaterra<br />

(10/1000), <strong>do</strong>s Países Baixos (20/1000), da França (90/1000), da Bélgica<br />

(100/1000), da Áustria (230/1000) e da Itália (210/1000) 55 .<br />

Um ano antes da implantação da República, um relatório oficial (A instrucção<br />

educativa e a organização geral <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, da autoria de Carneiro de<br />

Moura), referin<strong>do</strong>-se às reformas da escola primária nos países da Europa,<br />

começa por afirmar:<br />

A nossa época é mais que n<strong>en</strong>huma outra caracterizada pela instrução<br />

educativa integral e democrática. Os ingleses e os norte americanos<br />

vão na vanguarda deste movim<strong>en</strong>to; em to<strong>do</strong>s os povos cultos se<br />

criam escolas populares para aum<strong>en</strong>tar a felicidade e o poder de produtividade<br />

<strong>do</strong> homem 56 .<br />

53. Em Portugal, existiam, <strong>en</strong>tão, ap<strong>en</strong>as 2 300 escolas oficiais, quan<strong>do</strong> deviam existir 12 000.<br />

54.<br />

Reforma da instrucção primaria de 16 de Agosto de 1870.<br />

55.<br />

Anjo, César (1913). A educação <strong>do</strong> povo portuguez. Mortágua: ed. <strong>do</strong> autor, p. 43.<br />

56.<br />

Moura, Carneiro de (1909). A instrucção educativa e a organização geral <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Relatório.<br />

Lisboa: Impr<strong>en</strong>sa Nacional, p. 123.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!