A mirada do outro - Educación en valores
A mirada do outro - Educación en valores
A mirada do outro - Educación en valores
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
A MIRADA DO OUTRO<br />
276<br />
uma t<strong>en</strong>dência: os investim<strong>en</strong>tos feitos via Espanha passaram a ser de base em<br />
Espanha (Simões, 1989). Assinale-se ainda, a int<strong>en</strong>sificação das trocas comerciais.<br />
Durante décadas, a Espanha nunca foi significativa em termos comerciais<br />
hav<strong>en</strong><strong>do</strong> mesmo um tradicional défice da posição comercial. A partir de 1986<br />
esta situação inverte-se radicalm<strong>en</strong>te, cresc<strong>en</strong><strong>do</strong> rapidam<strong>en</strong>te, s<strong>en</strong><strong>do</strong> os <strong>valores</strong><br />
observa<strong>do</strong>s no perío<strong>do</strong> 1993 -1995 sete vezes (para as importações) e oito vezes<br />
(para as exportações) superiores ao perío<strong>do</strong> de 1983 – 1985. Em 1995 a Espanha<br />
ocupa o primeiro lugar <strong>en</strong>quanto fornece<strong>do</strong>r e o segun<strong>do</strong> <strong>en</strong>quanto cli<strong>en</strong>te de<br />
Portugal, com uma quota de 21% nas importações e de 15% nas exportações.<br />
No que concerne ao investim<strong>en</strong>to no perío<strong>do</strong> <strong>en</strong>tre 1984 e 1993, a Espanha<br />
realizou 15% <strong>do</strong> I.D.E. efectua<strong>do</strong> em Portugal (assinale-se que em 1984 apres<strong>en</strong>tava<br />
2,6%), ess<strong>en</strong>cialm<strong>en</strong>te dirigi<strong>do</strong> para os sectores da 1º) indústria transforma<strong>do</strong>ra;<br />
<strong>do</strong>s 2º) seguros e <strong>do</strong> 3º) comércio e distribuição. T<strong>en</strong>dência verificada<br />
em 1996. O número de sociedades de capital espanhol que operam em Portugal<br />
passou de 102 em 1985 para cerca de 3.000 em 1995 (ver Anexo I).<br />
Este movim<strong>en</strong>to tem origina<strong>do</strong> com<strong>en</strong>tários – “Em termos económicos<br />
Portugal dep<strong>en</strong>de mais de Madrid <strong>do</strong> que a Catalunha ou o país Basco” (Miguel<br />
Szymasnki) – que reflectem um processo de criação de um “Merca<strong>do</strong> Ibérico<br />
Comum” ass<strong>en</strong>te numa Iberização dep<strong>en</strong>d<strong>en</strong>te (Coelho, 1995) que passa por<br />
uma estratégia de valorização territorial espanhola, apoiada numa divisão ibérica<br />
<strong>do</strong> trabalho e num processo de indig<strong>en</strong>eização (Coelho, 1995, pág. 60 e segs.)<br />
que transforma algumas regiões em zonas de colonização industrial. Mas, por<br />
<strong>outro</strong> la<strong>do</strong>, como tem si<strong>do</strong> nota<strong>do</strong>, a Espanha, apoiada em técnicas de produção,<br />
e de gestão mais avançadas possui uma estratégia mais abrang<strong>en</strong>te actuan<strong>do</strong><br />
nomeadam<strong>en</strong>te através de empresas de m<strong>en</strong>or dim<strong>en</strong>são <strong>en</strong>quanto que Portugal<br />
opta por uma estratégia mais selectiva e conc<strong>en</strong>trada, apoiada nas suas empresas<br />
e grupos mais significativos, procuran<strong>do</strong> disputar a produção e os merca<strong>do</strong>s de<br />
certos sectores mais ou m<strong>en</strong>os estratégicos e/ou certas regiões de Espanha,<br />
mesmo que as grandes empresas portuguesas sejam pequ<strong>en</strong>as em Espanha.<br />
Recorde-se que nos últimos cinco anos a economia espanhola cresceu a um<br />
ritmo médio de 4% e o factor de eficiência é de 4,0, ou seja a eficiência da economia<br />
espanhola é superior à proporção demográfica – a Espanha é o segun<strong>do</strong><br />
maior destino em milhares de pessoas e o quarto maior em milhões de dólares,<br />
segun<strong>do</strong> <strong>valores</strong> de 1998; a Bolsa de Madrid pela importância <strong>do</strong>s <strong>valores</strong> transacciona<strong>do</strong>s<br />
é a sétima maior <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>; é o décimo primeiro principal <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r<br />
de Ajuda Publica ao Des<strong>en</strong>volvim<strong>en</strong>to;… - o que se traduz em termos de um<br />
maior peso negocial em alguns <strong>do</strong>mínios, que são cruciais para Portugal, tais<br />
como a Agricultura e a Reforma da PAC; as Pescas; o Fun<strong>do</strong> de Coesão; e