A mirada do outro - Educación en valores
A mirada do outro - Educación en valores
A mirada do outro - Educación en valores
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
A MIRADA DO OUTRO<br />
274<br />
Germinam desde finais <strong>do</strong> séc. XIX concepções reg<strong>en</strong>eracionistas (Seixas,<br />
1995, pág. 506 e segs.).<br />
Nos anos 50 e 60, <strong>do</strong> séc. XX, assiste-se a uma evolução: “a ocupação” espanhola<br />
das regiões e a r<strong>en</strong>acionalização – através <strong>do</strong> conceito de hispanidade –<br />
suportada pela política educativa franquista.<br />
Após 1976 a consolidação democrática – cujo contributo <strong>do</strong>s nacionalismos<br />
é fundam<strong>en</strong>tal – procura a resolução <strong>do</strong> problema da estrutura territorial <strong>do</strong><br />
Esta<strong>do</strong>. A Constituição de 1978 combina a concepção da Espanha como nação<br />
política com o regime de estatuto de autonomia g<strong>en</strong>eralizáveis a to<strong>do</strong>s os territórios<br />
<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, com particular referência às nacionalidades históricas i.e. aqueles<br />
territórios que plebiscitam um estatuto de autonomia na II República.<br />
Como sintetiza Xosé Seixas: “O sistema das autonomias <strong>en</strong>cerra imprecisões<br />
substanciais e até contradições de base, para além de subtilezas políticas. A fundam<strong>en</strong>tal<br />
é a indefinição conceptual, visto que se afirma por um la<strong>do</strong>, que a<br />
Espanha é a única nação política exist<strong>en</strong>te, mas depois reconhece a existência de<br />
“nacionalidades históricas”, (…) daí derivan<strong>do</strong> interpretações diverg<strong>en</strong>tes. Por<br />
um la<strong>do</strong>, o estabelecim<strong>en</strong>to de duas vias de acesso à autonomia (via rápida seguida<br />
pelas nacionalidades históricas e pela Andaluzia e a via l<strong>en</strong>ta, seguida pelas<br />
outras, embora Valência, Navarra e as Canárias t<strong>en</strong>ham i<strong>do</strong> mais depressa que as<br />
restantes) e a m<strong>en</strong>ção propositada às nacionalidades históricas, satisfaz<strong>en</strong><strong>do</strong> a exigência<br />
<strong>do</strong>s nacionalismos periféricos de que a estrutura territorial <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />
reconhecesse os “factos difer<strong>en</strong>ciais”; por <strong>outro</strong> la<strong>do</strong>, ao criar um mo<strong>do</strong> um tanto<br />
artificial as administrações autonómicas, tem-se gera<strong>do</strong> não só um certo caos<br />
administrativo (frequ<strong>en</strong>te sobreposição e duplicidade de administrações, o recurso<br />
aqui e ali ao financiam<strong>en</strong>to da comunidades autónomas mediante a emissão<br />
de dívida pública), mas também um terr<strong>en</strong>o de actuação complem<strong>en</strong>tar para<br />
aparecim<strong>en</strong>to de elites políticas regionais que <strong>en</strong>contram uma legitimação <strong>do</strong>s<br />
seus aparelhos de poder na reivindicação de maiores quotas de autogoverno e que<br />
mesmo nalguns casos (La Rioja, Cantábria,…) começam a “inv<strong>en</strong>tar” uma nação<br />
anteriorm<strong>en</strong>te inexist<strong>en</strong>te.” (Seixas, 1995, pág. 518-519).<br />
Em boa parte a questão <strong>do</strong>s nacionalismos confronta-se com as realidades<br />
sociológicas <strong>do</strong>s últimos vinte anos que impõem novas ag<strong>en</strong>das: o nascim<strong>en</strong>to de<br />
elites locais fortes; conflitos <strong>en</strong>tre regiões (veja-se a “guerra da água” em 1994,<br />
<strong>en</strong>tre Castilla – La Mancha, Múrcia e Valência); a não coincidência <strong>en</strong>tre as propostas<br />
<strong>do</strong>s parti<strong>do</strong>s nacionais e as difer<strong>en</strong>tes estratégias regionais; a emergência<br />
<strong>do</strong> neoregeracionismo – via PP – e de posições conotadas com o principio estabeleci<strong>do</strong><br />
por Jürg<strong>en</strong>s Habernas, <strong>do</strong> “patriotismo constitucional” bem como o<br />
espanholismo, herdeiro da tradição jacobina e municipalista. Um conjunto de<br />
c<strong>en</strong>ários podem-se configurar: um primeiro refere-se à manut<strong>en</strong>ção ou alteração