06.05.2013 Views

A mirada do outro - Educación en valores

A mirada do outro - Educación en valores

A mirada do outro - Educación en valores

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

ao nível das Comunidades Autónomas f<strong>en</strong>óm<strong>en</strong>os de pluralismo polariza<strong>do</strong><br />

sejam expressão de particularidades histórica e antropologicam<strong>en</strong>te embebidas<br />

no espaço. Esta é uma especificidade <strong>do</strong> sistema de parti<strong>do</strong>s a que se junta uma<br />

outra ancorada no eixo distributivo (políticas fiscais) que a partir de 1989 são o<br />

cerne <strong>do</strong> debate <strong>en</strong>tre o PSOE e o PP e que reflectem as t<strong>en</strong>sões redistributivas<br />

de uma sociedade marcada por alterações no merca<strong>do</strong> de trabalho, com consequências<br />

nas mudanças das bases sócioestruturais <strong>do</strong>s parti<strong>do</strong>s, em consonância<br />

com a emergência de atitudes ambival<strong>en</strong>tes relativam<strong>en</strong>te ao Esta<strong>do</strong> de Bem<br />

Estar. Se 80% <strong>do</strong>s Espanhóis crê que há grandes difer<strong>en</strong>ças de r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos, um<br />

em cada três oscila <strong>en</strong>tre a explicação individualista e a estrutural. Também se<br />

observa o mesmo no des<strong>en</strong>canto g<strong>en</strong>eraliza<strong>do</strong> sobre o funcionam<strong>en</strong>to <strong>do</strong> aparelho<br />

da Justiça, que no limite tem expressão numa corr<strong>en</strong>te de opinião vincadam<strong>en</strong>te<br />

partidária de uma ideia vingativa, vulgo: p<strong>en</strong>a de morte. Estes aspectos<br />

marcam as transformações rec<strong>en</strong>tes da sociedade espanhola e reflectem, em<br />

parte, a emergência de políticas neo-liberais. De acor<strong>do</strong> com os da<strong>do</strong>s elabora<strong>do</strong>s<br />

pela Fundação Foessa e pela Cáritas (1998), são id<strong>en</strong>tificadas um milhão e<br />

setec<strong>en</strong>tas mil pessoas em situação de pobreza severa, meio milhão em pobreza<br />

extrema estan<strong>do</strong> cerca de 20% da população total afectada por situações de vulnerabilidade<br />

económica ou pobreza relativa. Estes da<strong>do</strong>s são id<strong>en</strong>tifica<strong>do</strong>s com a<br />

desigual distribuição <strong>do</strong> r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to e <strong>do</strong> crescim<strong>en</strong>to económico por regiões;<br />

cerca de 10% das famílias acumulam 40% <strong>do</strong>s r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos <strong>en</strong>quanto 21,6% das<br />

famílias mais pobres possuem só 6,9% <strong>do</strong>s r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos.<br />

Se durante os anos 80 se nota uma redução da pobreza, durante a década de<br />

90, especialm<strong>en</strong>te a partir de 1993 assiste-se ao ressurgim<strong>en</strong>to da pobreza associa<strong>do</strong><br />

à conjuntura económica – com uma taxa de desemprego superior a 20%<br />

da população activa – e ao aum<strong>en</strong>to das desigualdades salariais que estão correlacionadas<br />

com as modificações regressivas da política fiscal e com a desregulação<br />

<strong>do</strong> merca<strong>do</strong> de trabalho. Nesta fase aum<strong>en</strong>ta a pobreza moderada e t<strong>en</strong>dem<br />

a diminuir as formas de pobreza severa (FOSSEA/CÁRITAS, 1998, pág.201);<br />

assinale-se que <strong>do</strong> ponto de vista regional subsistem assimetrias estruturais como<br />

sejam os indica<strong>do</strong>res que referem que a pobreza se c<strong>en</strong>tra especialm<strong>en</strong>te nas<br />

Comunidades Autónomas da Extremadura, Andaluzia e Canárias – particularm<strong>en</strong>te<br />

na Andaluzia conc<strong>en</strong>tra-se 30,1% das 528.200 pessoas em situação de<br />

pobreza extrema.<br />

Se optarmos pela id<strong>en</strong>tificação de um conjunto de indica<strong>do</strong>res que nos possam<br />

fornecer uma clarificação sobre o processo de modernização, <strong>en</strong>tre 1941 e<br />

1987 emergem factores estruturais que a partir de 1962, clarificaram a sociedade<br />

espanhola. Do ponto de vista político nota-se que o perío<strong>do</strong> de 1941-1951 é<br />

marca<strong>do</strong> pela ditadura e pela repressão; de 1952 a 1961, ainda que em ditadura,<br />

assiste-se à quebra <strong>do</strong> isolam<strong>en</strong>to e ao início <strong>do</strong> reconhecim<strong>en</strong>to internacio-<br />

TEMPOS DE TRANSICIÓN E DEMOCRACIA<br />

269

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!