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A mirada do outro - Educación en valores

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A segunda metade da década de oit<strong>en</strong>ta ficou marcada por uma busca constante<br />

de protagonismo, em que os sociais-democratas portugueses privilegiaram<br />

a bilateralização e os socialistas espanhóis procuraram um maior protagonismo,<br />

no quadro internacional. Foram anos marca<strong>do</strong>s por uma of<strong>en</strong>siva económica,<br />

em que os diversos ag<strong>en</strong>tes procuraram disputar os merca<strong>do</strong>s de um e <strong>outro</strong> la<strong>do</strong><br />

da fronteira, t<strong>en</strong><strong>do</strong>-se salda<strong>do</strong> o ano de 1986 numa subida <strong>do</strong> investim<strong>en</strong>to de<br />

capitais portugueses em Espanha, nos sectores da têxtil e <strong>do</strong>s aglomera<strong>do</strong>s de<br />

madeira, nomeadam<strong>en</strong>te.<br />

Todavia <strong>en</strong>tre 1987 e 1988 observou-se um cresc<strong>en</strong>te desequilíbrio económico<br />

<strong>en</strong>tre os <strong>do</strong>is países e sucessivos protestos em torno <strong>do</strong> projecto nuclear de<br />

Aldeavila. Foi neste contexto de novos acor<strong>do</strong>s comerciais, correspond<strong>en</strong><strong>do</strong> ao<br />

crescim<strong>en</strong>to <strong>do</strong> pronto-a-vestir espanhol em Portugal, ao controlo de mais de<br />

20% <strong>do</strong>s arrastões portugueses por parte de empresas espanholas, à cresc<strong>en</strong>te<br />

<strong>en</strong>trada de médicos espanhóis no sistema de saúde português, que decorreu a<br />

Cimeira Ibérica de 1988. Para final da década de 80, de novo ganhou eco a ideia<br />

de um merca<strong>do</strong> ibérico, em cons<strong>en</strong>tâneo com a não m<strong>en</strong>os recorr<strong>en</strong>te ideia <strong>do</strong><br />

iberismo, por contraponto a c<strong>en</strong>ários catastróficos por parte <strong>do</strong>s sectores mais<br />

s<strong>en</strong>síveis às questões de id<strong>en</strong>tidade nacional. O clima era porém de abertura<br />

comercial e cultural. No início da década de 90, havia empresas portuguesas em<br />

Espanha e havia capitais e empresas espanholas em Portugal.<br />

3.4<br />

Novos Tempos<br />

A década de 90 teve início, por conseguinte, num quadro de maior definição<br />

de objectivos e de estratégias, bem como de alguma rivalização. As autoridades<br />

políticas portuguesas reconheceram o avanço democrático e o progresso geral da<br />

sociedade espanhola, sob o poder <strong>do</strong> PSOE, emp<strong>en</strong>han<strong>do</strong>-se em melhorar a imagem<br />

geral de Portugal em Espanha.<br />

A relação <strong>en</strong>tre Espanha e Portugal evoluiu numa sequência de três mom<strong>en</strong>tos:<br />

de uma bilateralidade para uma d<strong>en</strong>úncia por parte <strong>do</strong>s portugueses, <strong>en</strong>volvi<strong>do</strong>s<br />

no processo revolucionário, <strong>do</strong> arrastam<strong>en</strong>to <strong>do</strong> franquismo para uma<br />

colaboração e para uma abertura, no contexto <strong>do</strong> federalismo europeu; nos anos<br />

90, esta abertura cedeu, face à ac<strong>en</strong>tuação da concorrência ao nível de alguns sectores<br />

económico-financeiros de topo, associada a uma progressiva dep<strong>en</strong>dência<br />

<strong>do</strong> merca<strong>do</strong> e das indústrias transforma<strong>do</strong>ras portuguesas face à economia espanhola.<br />

Aliás, a partir da segunda metade da década de 90, as autoridades espanholas<br />

não deixaram de reivindicar e proclamar o estatuto de potência nos <strong>do</strong>mínios<br />

económico e militar, assumin<strong>do</strong> um papel mais activo nas estruturas da<br />

OTAN e distancian<strong>do</strong>-se de ev<strong>en</strong>tuais convénios de solidariedade bilateral.<br />

TEMPOS DE TRANSICIÓN E DEMOCRACIA<br />

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