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A mirada do outro - Educación en valores

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No que respeita aos professores <strong>do</strong> <strong>en</strong>sino secundário, o seu associativismo<br />

não alcançou o nível de organização <strong>do</strong>s <strong>do</strong>c<strong>en</strong>tes da escola primária, t<strong>en</strong><strong>do</strong>-se<br />

realiza<strong>do</strong> os seus únicos cinco congressos <strong>en</strong>tre 1926 e 1931. Não há, porém,<br />

notícia da participação e de relações com os professores espanhóis. Desde o<br />

século XIX, em Portugal, considerava-se o <strong>en</strong>sino secundário de Espanha<br />

muito mais atrasa<strong>do</strong> em estruturas e funcionam<strong>en</strong>to. Num trabalho oficial de<br />

1914, escreve-se o seguinte:<br />

De to<strong>do</strong>s os países civiliza<strong>do</strong>s ap<strong>en</strong>as a Espanha – e ninguém pret<strong>en</strong>derá<br />

tomá-la por modelo sob este ponto de vista – a<strong>do</strong>pta ainda o sistema<br />

de recrutam<strong>en</strong>to de professores de <strong>en</strong>sino secundário por meio<br />

de concursos 62 .<br />

4.4<br />

A teoria pedagógica<br />

Os professores, especialm<strong>en</strong>te os primários, e <strong>outro</strong>s pedagogos pediam<br />

com insistência uma escola organizada de acor<strong>do</strong> com a pedagogia moderna.<br />

To<strong>do</strong>s lam<strong>en</strong>tavam que o <strong>en</strong>sino obedecesse à pedagogia tradicional e que não<br />

correspondesse a um sistema criteriosam<strong>en</strong>te defini<strong>do</strong>. Terminada a 1.ª Guerra<br />

mundial, a instituição escolar é, por toda a Europa, posta em causa e os professores<br />

portugueses reclamam <strong>en</strong>ergicam<strong>en</strong>te:<br />

Já é tempo de dar à escola primária bases novas e sólidas. Já é tempo de<br />

p<strong>en</strong>sar a sério no sério problema da instrução popular que, desde 5 de Outubro<br />

de 1910, se tem conserva<strong>do</strong> num esta<strong>do</strong> perfeitam<strong>en</strong>te revolucionário, confuso<br />

e pernicioso, sob to<strong>do</strong>s os pontos de vista, à causa da República 63<br />

Todavia, em Portugal, até a década de 30, tal como vinha acontec<strong>en</strong><strong>do</strong><br />

desde os anos de Oitoc<strong>en</strong>tos, verificou-se uma t<strong>en</strong>dência para a publicação de<br />

leis sem se at<strong>en</strong>der à situação real <strong>do</strong> país, mas simplesm<strong>en</strong>te com o propósito<br />

de uma aproximação aos sistemas educativos <strong>do</strong>s países “cultos” e “civiliza<strong>do</strong>s”,<br />

que se situavam além Pirinéus. Por isso, as associações <strong>do</strong>c<strong>en</strong>tes continuam a<br />

não dissociar da luta por melhores condições de vida a exigência de uma escola<br />

nova, adaptada à Europa <strong>do</strong> pós-guerra. O congresso <strong>do</strong>s professores <strong>do</strong><br />

<strong>en</strong>sino primário, realiza<strong>do</strong> em Leiria, em Agosto de 1923, teve como ponto<br />

principal <strong>do</strong> seu programa a apreciação de um projecto de reorganização da<br />

educação nacional, apres<strong>en</strong>ta<strong>do</strong> ao Parlam<strong>en</strong>to pelo efémero Ministro da<br />

62. Instrução Pública (1914). O magistério secundário. Recrutam<strong>en</strong>to de professores, Famalicão: Tip.<br />

«Minerva» de Gaspar Pinto de Sousa & Irmão, p. 7.<br />

63. A Federação Escolar, 3.ª fase, ano IV, n.º 201, de 23 de Janeiro de 1916.<br />

NO TEMPO DO LIBERALISMO<br />

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