A mirada do outro - Educación en valores
A mirada do outro - Educación en valores
A mirada do outro - Educación en valores
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Programas de Des<strong>en</strong>volvim<strong>en</strong>to Inter-Regional e aqui Portugal rec<strong>en</strong>te-se de<br />
incapacidades estruturais que o limitam, e neste aspecto José Medeiros Ferreira,<br />
em 1988 tinha equaciona<strong>do</strong> com clareza os c<strong>en</strong>ários para Portugal: “Em suma,<br />
a <strong>en</strong>trada de Portugal na CEE tanto poderá impulsionar um maior intercâmbio<br />
bilateral <strong>en</strong>tre os <strong>do</strong>is países como uma voluntária diluição por parte de Portugal<br />
<strong>do</strong> plano ibérico no contexto mais geral da integração europeia” (Ferreira et alii,<br />
1988, pág. 96).<br />
E advertia que o problema espanhol não era som<strong>en</strong>te em termos de relações<br />
bilaterais mas fundam<strong>en</strong>talm<strong>en</strong>te situava-se na projecção internacional de<br />
Espanha; <strong>en</strong>fatizava que um des<strong>en</strong>volvim<strong>en</strong>to desequilibra<strong>do</strong> <strong>en</strong>tre Portugal e<br />
Espanha, após a <strong>en</strong>trada na CEE, será um factor de vantagem para a Espanha e<br />
um factor negativo para Portugal porque <strong>en</strong>quanto tornará o merca<strong>do</strong> espanhol<br />
num <strong>do</strong>s mais importantes multiplicará assimetrias em Portugal; referia ainda a<br />
importância das alianças internacionais e a disputa internacional que a língua<br />
portuguesa teria de travar com o castelhano. (Ferreira et alii, 1988, págs. 95 – 96<br />
e 108).<br />
7<br />
Sobre a difusão cultural<br />
A Espanha, em 1999 é o 6º país a nível mundial com maior número de títulos<br />
edita<strong>do</strong>s e em muitos <strong>outro</strong>s aspectos culturais desemp<strong>en</strong>ha um papel fundam<strong>en</strong>tal<br />
–, veja-se, por exemplo, o r<strong>en</strong>ascim<strong>en</strong>to cinematográfico que se plasma<br />
na capacidade de exportar com sucesso muito da produção cultural indep<strong>en</strong>d<strong>en</strong>tem<strong>en</strong>te<br />
das relações que estabelece institucionalm<strong>en</strong>te com <strong>outro</strong>s países – .<br />
Proliferam escritores de referência universal; artistas inultrapassáveis – nas artes,<br />
na música, … - são constantem<strong>en</strong>te convoca<strong>do</strong>s como paradigmas de mudanças<br />
culturais ímpares, e no campo das ciências humanas e sociais, bem como de p<strong>en</strong>sam<strong>en</strong>to<br />
filosófico, uma plêiade de nomes são ancoragem reflexiva para muitas<br />
gerações de portugueses ( ver em Anexo II os direitos de Autor movim<strong>en</strong>ta<strong>do</strong>s).<br />
As permutas culturais ultrapassam os me<strong>do</strong>s e desconfianças políticas (assinale-se<br />
aquan<strong>do</strong> da primeira Cimeira Luso-Espanhola, em Novembro de 1983,<br />
Lisboa rejeita a proposta de Madrid de se d<strong>en</strong>ominar Cimeira Ibérica). Há<br />
receios que não se desvaneceram e um deles é que os portugueses perceberam<br />
que a Espanha soube mudar mais depressa, e possivelm<strong>en</strong>te melhor; reiteran<strong>do</strong>se<br />
por vezes cruzadas anti-espanholas que ainda que injustificadas se <strong>en</strong>contram<br />
<strong>en</strong>raízadas no imaginário (perpetuação de ditos populares e reprodução de tabus)<br />
e <strong>en</strong>contram expressão na resistência ao conhecim<strong>en</strong>to das respectivas histórias<br />
“tão <strong>en</strong>trelaçadas, interdep<strong>en</strong>d<strong>en</strong>tes e paralelas”, como <strong>en</strong>fatiza Mário Soares.<br />
TEMPOS DE TRANSICIÓN E DEMOCRACIA<br />
277