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Fundamentos de Educação em Saúde - CEAD - Unimontes

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Em um trabalho<br />

comunitário no norte<br />

<strong>de</strong> Minas Gerais,<br />

as educadoras <strong>em</strong><br />

saú<strong>de</strong> da SUCAM<br />

(Superintendência<br />

<strong>de</strong> Campanha <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> Pública), que<br />

pretendiam discutir<br />

com a comunida<strong>de</strong><br />

formas <strong>de</strong> controle<br />

do barbeiro (inseto<br />

transmissor da doença<br />

<strong>de</strong> Chagas nesta região),<br />

mas, ao levantar<strong>em</strong><br />

às priorida<strong>de</strong>s<br />

da comunida<strong>de</strong>,<br />

<strong>de</strong>scobriram que esta<br />

queria um c<strong>em</strong>itério,<br />

pois não tinham lugar<br />

para enterrar os seus<br />

entes queridos.<br />

12.2.1 Sugestões para você que trabalha com o povo<br />

Em suas ativida<strong>de</strong>s diretas e constantes com a gente da comunida<strong>de</strong>,<br />

transmitindo conhecimentos e procurando conseguir a colaboração das<br />

famílias, você representa um papel muito importante no trabalho. Você está<br />

ajudando a educar essas pessoas, fazendo com que elas compreendam a<br />

importância da saú<strong>de</strong>.<br />

Lidar com o povo é constant<strong>em</strong>ente motivo <strong>de</strong> satisfação. Adquirimos<br />

experiências novas e boas amiza<strong>de</strong>s. Mas conseguir que os outros façam<br />

aquilo que julgamos ser correto, às vezes, é muito difícil.<br />

Para que as pessoas compreendam melhor e aceit<strong>em</strong> com mais rapi<strong>de</strong>z<br />

as informações e orientações, é preciso que, ao falar com elas, você<br />

leve <strong>em</strong> conta uma série <strong>de</strong> circunstâncias que po<strong>de</strong>m criar barreiras ou<br />

bloqueios.<br />

12.2.1.1 Probl<strong>em</strong>as e necessida<strong>de</strong>s<br />

Cada família t<strong>em</strong> seus próprios probl<strong>em</strong>as. A falta <strong>de</strong> um banheiro<br />

ou a presença <strong>de</strong> uma pessoa doente na família po<strong>de</strong> ser um <strong>de</strong>les, mas,<br />

certamente, há muitos outros: alimentação, vestuário e habitação. Nós, <strong>em</strong>bora<br />

preocupados com a diarreia, a <strong>de</strong>snutrição, a tuberculose, a <strong>de</strong>ngue, a<br />

doença <strong>de</strong> Chagas, não po<strong>de</strong>mos, às vezes, <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> dar ouvidos a outras<br />

dificulda<strong>de</strong>s. Tais probl<strong>em</strong>as provocam necessida<strong>de</strong>s, como, por ex<strong>em</strong>plo:<br />

maior quantida<strong>de</strong> e melhor qualida<strong>de</strong> dos alimentos, dinheiro para comprar<br />

vestimentas, material para consertar a casa etc. Portanto, <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os compreen<strong>de</strong>r<br />

que aquilo que esperamos <strong>de</strong>ssas pessoas é apenas uma das muitas<br />

coisas que elas têm para fazer, e n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre é o que consi<strong>de</strong>ram mais importante.<br />

Assim sendo, precisamos ser compreensíveis, tolerantes e perseverantes.<br />

Em outras palavras, reconhecer que cada família t<strong>em</strong> seus probl<strong>em</strong>as,<br />

manter a calma e o bom humor diante <strong>de</strong> qualquer dificulda<strong>de</strong> e persistir<br />

s<strong>em</strong>pre até alcançar o que se <strong>de</strong>seja. Ou seja, trabalhar a necessida<strong>de</strong> da<br />

comunida<strong>de</strong> s<strong>em</strong> per<strong>de</strong>r o seu foco (seu objetivo principal).<br />

12.2.1.2 Tabus e preconceitos<br />

Toda comunida<strong>de</strong> está sujeita a uma série <strong>de</strong> superstições e crendices<br />

que faz<strong>em</strong> parte dos costumes e da tradição local. A orig<strong>em</strong> e a razão <strong>de</strong> ser<br />

muitas vezes são ignoradas. Em <strong>de</strong>terminadas regiões, por ex<strong>em</strong>plo, há um tabu<br />

<strong>em</strong> relação à coleta <strong>de</strong> sangue para o diagnóstico da malária; muitas pessoas<br />

acham que esse sangue é para ser entregue ao diabo; já <strong>em</strong> outra região, solicita-se<br />

o exame <strong>de</strong> sangue mesmo não sendo prescrito pelo profissional médico<br />

(Ex. Yanomami – Xingu e tantos <strong>de</strong> nós quando vamos ao médico).<br />

Os tabus e os preconceitos são transmitidos <strong>de</strong> geração para geração<br />

e, frequent<strong>em</strong>ente, contam com o apoio <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança local.<br />

e-Tec Brasil/CEMF/<strong>Unimontes</strong> 124 Vigilância <strong>em</strong> Saú<strong>de</strong>

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