Fundamentos de Educação em Saúde - CEAD - Unimontes
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É aqui que se faz necessário <strong>de</strong>stacar o peso dos fatores socioculturais,<br />
não só a respeito da classe social a que o sujeito pertence, mas,<br />
especialmente, quanto aos padrões culturais (visão do mundo, mitos, tradições,<br />
estrutura familiar etc). Estes têm fundamental importância, já que<br />
conformam no sujeito os esqu<strong>em</strong>as <strong>de</strong> percepção e <strong>de</strong> pensamento sobre<br />
a realida<strong>de</strong>, esqu<strong>em</strong>as que são incorporados a ele <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a infância. Assim<br />
como os esqu<strong>em</strong>as <strong>de</strong> assimilação anteriormente referidos levam a evolução<br />
intelectual, individual, os esqu<strong>em</strong>as <strong>de</strong> percepção e <strong>de</strong> pensamento, agora<br />
consi<strong>de</strong>rados, são socialmente construídos através da história <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado<br />
grupo social.<br />
Na área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> é importante refletir sobre como este grupo social<br />
concebe <strong>em</strong> seu próprio corpo a relação entre saú<strong>de</strong>, doença, meio ambiente,<br />
modos <strong>de</strong> viver e trabalhar <strong>de</strong> uma população. Do mesmo modo, como<br />
pensam a relação médico-paciente-instituição e o seu papel nesta dinâmica.<br />
Do ponto <strong>de</strong> vista pedagógico, segundo Davini, torna-se indispensável<br />
analisar as formas <strong>de</strong> pensar e conhecer dos educandos para <strong>de</strong>senvolver<br />
uma estratégia <strong>de</strong> ensino que parta das condições reais dos mesmos, estimulando-os<br />
a aplicar<strong>em</strong> seus esqu<strong>em</strong>as <strong>de</strong> assimilação e a refletir<strong>em</strong> sobre<br />
suas próprias percepções dos processos, <strong>de</strong> modo que avanc<strong>em</strong> <strong>em</strong> seus conhecimentos<br />
e <strong>em</strong> suas formas próprias <strong>de</strong> pensar e <strong>de</strong> conhecer a realida<strong>de</strong>.<br />
II. Estrutura do objeto<br />
Agora, vamos refletir sobre a estrutura do objeto ou o assunto a ser<br />
assimilado, objeto da aprendizag<strong>em</strong>.<br />
Como já foi mencionado, até as técnicas aparent<strong>em</strong>ente mais simples<br />
e rotineiras têm seus porquês na estrutura do conhecimento científico<br />
que lhes dão suporte, justificando-as, indicando suas “razões <strong>de</strong> ser”. Resta,<br />
pois, uma <strong>de</strong>cisão: ou se rotiniza o treinamento pela inclusão mecânica dos<br />
passos <strong>de</strong> uma técnica ou se orienta o processo <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong> <strong>de</strong> modo<br />
que ele mesmo chegue a apropriar-se dos conhecimentos ou dos porquês do<br />
que faz. A <strong>de</strong>cisão não só correspon<strong>de</strong> à “ética pessoal”, como também t<strong>em</strong><br />
que levar <strong>em</strong> conta indicadores práticos. A maioria dos treinamentos, baseados<br />
na reprodução mecânica <strong>de</strong> ações, t<strong>em</strong> dado resultados pouco satisfatórios.<br />
E, o que é pior, esses treinamentos <strong>em</strong> “saber fazer” supõ<strong>em</strong> situa-<br />
<strong>Fundamentos</strong> <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>em</strong> Saú<strong>de</strong> 71<br />
e-Tec Brasil/CEMF/<strong>Unimontes</strong>