Fundamentos de Educação em Saúde - CEAD - Unimontes
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Para Davini, a maioria das experiências realizadas t<strong>em</strong> se preocupado<br />
<strong>em</strong> como ensinar, isto é, como mostrar melhor para inculcar melhor.<br />
Segunda ela, isto po<strong>de</strong> ser observado não apenas nas formas clássicas <strong>de</strong> palestras<br />
e treinamento, mas também <strong>em</strong> algumas formas aparent<strong>em</strong>ente mo<strong>de</strong>rnas<br />
que adotam um leque <strong>de</strong> meios técnicos audiovisuais. Na realida<strong>de</strong>,<br />
todas elas se organizam sobre a mesma base <strong>de</strong> “mostrar-informar–inculcar”,<br />
preten<strong>de</strong>ndo que o aprendiz consiga reproduzir mais ou menos fielmente o<br />
que é ensinado.<br />
Outras experiências, procurando quebrar a tradição anterior, adotaram<br />
a metodologia dialogal. O educando já não é mais visto como um<br />
objeto, mas consi<strong>de</strong>rado com a riqueza <strong>de</strong> suas experiências. Contudo, a<br />
falta <strong>de</strong> uma reflexão teórica sólida sobre este processo e sobre sua correspon<strong>de</strong>nte<br />
sist<strong>em</strong>atização faz<strong>em</strong> com que tais experiências se enfrent<strong>em</strong> com<br />
dois perigos:<br />
• ou não se avança mais além do diálogo, subestimando os aportes<br />
científicos e, com isso, afetando seriamente a eficiência do pessoal;<br />
• ou se quebra o diálogo <strong>em</strong> algum momento do processo, partindo<br />
para uma segunda etapa <strong>de</strong> informação/inculcação do melhor<br />
tipo tradicional.<br />
Na verda<strong>de</strong>, a questão central é habitualmente esquecida: mais do<br />
que preocupar-se <strong>em</strong> como ensinar (por inculcação ou por diálogo), é fundamental<br />
começar por questionar-se como se apren<strong>de</strong>. Ou seja, quais são os<br />
processos internos e a que caminhos recorre um <strong>de</strong>terminado sujeito para<br />
apren<strong>de</strong>r (no nosso caso, as pessoas da comunida<strong>de</strong>/território que o Técnico<br />
<strong>de</strong> Vigilância <strong>em</strong> Saú<strong>de</strong> atua). Felizmente, algumas experiências realizadas<br />
já se orientam <strong>em</strong> função <strong>de</strong>ssa questão.<br />
Como ponto <strong>de</strong> partida, dir<strong>em</strong>os que uma situação <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong><br />
é uma relação dinâmica entre dois el<strong>em</strong>entos: um sujeito que apren<strong>de</strong><br />
e um objeto que é aprendido.<br />
S<br />
Nenhum <strong>de</strong>stes dois polos da relação são “caixas vazias”. Por um<br />
lado, o sujeito é um ser ativo, portador <strong>de</strong> concepções, costumes e hábitos,<br />
e <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas formas <strong>de</strong> pensar e atuar sobre a realida<strong>de</strong>. Por outro<br />
lado, o objeto ou assunto a ser aprendido t<strong>em</strong> uma estrutura que lhe é própria:<br />
até a mais simples técnica <strong>de</strong> separar o lixo doméstico t<strong>em</strong> como suporte<br />
e justificativa uma série <strong>de</strong> conhecimentos científicos que lhe confere<br />
seu verda<strong>de</strong>iro sentido.<br />
Ter<strong>em</strong>os, então, diante <strong>de</strong> nós, duas questões centrais.<br />
• Quais são as formas <strong>de</strong> conhecer e <strong>de</strong> pensar das pessoas as ser<strong>em</strong><br />
capacitadas/orientadas?<br />
• Qual é a estrutura do conhecimento que <strong>de</strong>verá ser assimilado?<br />
e-Tec Brasil/CEMF/<strong>Unimontes</strong> 68 Vigilância <strong>em</strong> Saú<strong>de</strong><br />
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