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Fundamentos de Educação em Saúde - CEAD - Unimontes

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Bom, vejamos então.<br />

“Saú<strong>de</strong> é a resultante<br />

das condições <strong>de</strong><br />

habitação, educação,<br />

renda, meio<br />

ambiente, trabalho,<br />

transporte, <strong>em</strong>prego,<br />

lazer, liberda<strong>de</strong>,<br />

acesso e posse da<br />

terra e acesso aos<br />

serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>”.<br />

Interferir sobre o<br />

processo saú<strong>de</strong>/<br />

doença está ao<br />

alcance <strong>de</strong> todos.<br />

Mas a vida real nos mostra – a mim, a você e a todos os profissionais<br />

envolvidos com as discussões sobre saú<strong>de</strong> – que a coisa vai muito além. A experiência<br />

nos faz perceber que tal conceito <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> é reduzido, pois levanta<br />

tão somente uma parte dos probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e das ações necessárias<br />

e soluções possíveis para resolvê-los. Qu<strong>em</strong> trabalha <strong>em</strong> vigilância <strong>em</strong> saú<strong>de</strong><br />

sabe b<strong>em</strong> que muitos dos probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que a população enfrenta têm<br />

sua orig<strong>em</strong> <strong>em</strong> questões ambientais como o saneamento. Isto quer dizer que,<br />

na prática, vocês já pensam na saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> modo ampliado.<br />

A tentativa <strong>de</strong> ultrapassar o conceito reduzido <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> obteve<br />

sucesso no campo da saú<strong>de</strong> pública. Diversas formas <strong>de</strong> pensar a saú<strong>de</strong> mostram-nos<br />

que não existe a saú<strong>de</strong> totalmente separada da doença, e sim um<br />

processo <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>-doença. Apren<strong>de</strong>mos que situações <strong>de</strong> doença po<strong>de</strong>m fazer<br />

parte da vida, <strong>em</strong> função do modo como os seres humanos relacionam-se<br />

entre si e com a natureza. Mas apren<strong>de</strong>mos mais do que isso. Hoje, acreditamos<br />

que a saú<strong>de</strong> é uma conquista, não apenas <strong>de</strong> cada indivíduo na sua vida<br />

particular, mas dos sujeitos sociais que têm a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lutar coletivamente<br />

para transformar a si mesmo e ao mundo e, assim, po<strong>de</strong>r<strong>em</strong> alcançar<br />

a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida que favoreça a saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> todos. (Fonseca, et.. al, 2004).<br />

Quando falamos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, preten<strong>de</strong>ndo relacionar essa<br />

i<strong>de</strong>ia à <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, estamos apenas reforçando o conceito presente na VIII<br />

Conferência Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (1986).<br />

T<strong>em</strong>os, aqui, portanto, um conceito ampliado, pois nos faz ver a<br />

saú<strong>de</strong> como algo a mais que a ausência <strong>de</strong> doença, o que nos compromete<br />

com a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que uma situação <strong>de</strong> vida saudável não se resolve somente<br />

com a garantia do acesso aos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> – o que também é fundamental<br />

– mas, sobretudo, com condições dignas <strong>de</strong> vida que, <strong>em</strong> conjunto, po<strong>de</strong>m<br />

nos proporcionar essa situação.<br />

8.2.2.2 Território, condições <strong>de</strong> vida e situação <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Segundo os autores Barcelos e Iñguez, a saú<strong>de</strong> é muito mais do que<br />

não ter uma doença e po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada como um estado que, no nível<br />

individual, pressupõe a sensação <strong>de</strong> b<strong>em</strong>-estar. No nível coletivo, populacional,<br />

a saú<strong>de</strong> e a doença, ou melhor, a saú<strong>de</strong> e os probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> são<br />

construídos socialmente, mediante processos. Os fatores gerais que participam<br />

<strong>de</strong>sses processos são <strong>de</strong> várias origens e todos atuam <strong>em</strong> uma teia: a<br />

biologia humana, o ambiente, o comportamento e o sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong>.<br />

É no dia a dia que as pessoas se expõ<strong>em</strong> a situações que beneficiam<br />

ou prejudicam sua saú<strong>de</strong>. Na vida cotidiana, construímos socialmente nosso<br />

b<strong>em</strong>-estar e nossa saú<strong>de</strong>. No território, como vimos na aula 03, as pessoas<br />

estudam, produz<strong>em</strong> e consom<strong>em</strong>. A exposição às situações que prejudicam<br />

a saú<strong>de</strong> não é, <strong>em</strong> geral, escolha dos indivíduos n<strong>em</strong> das famílias, mas o<br />

resultado da falta <strong>de</strong> opções para evitar ou eliminar as situações <strong>de</strong> vulnerabilida<strong>de</strong>,<br />

do <strong>de</strong>sconhecimento e, <strong>em</strong> algumas ocasiões, a exposição po<strong>de</strong> ser<br />

aci<strong>de</strong>ntal. (Cristovam Barcelos e Luíza Iñguez Rojas).<br />

e-Tec Brasil/CEMF/<strong>Unimontes</strong> 86 Vigilância <strong>em</strong> Saú<strong>de</strong>

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